Quem vai cuidar do planeta? - Senac

foto: Cesar Ogata
tem a utilidade de inspirá-lo. O guia
visa a estimular as organizações a
irem além da conformidade legal e a
promover uma compreensão global
da área de responsabilidade social,
complementando outros instrumentos
e iniciativas.
A norma também segue procedimentos
previstos pelo direito internacional
e por acordos intergovernamentais.
“Em situações em que
a legislação ou sua implementação
seja confl itante com as normas internacionais
de comportamento e
quando o não cumprimento dessas
normas traz consequências significativas,
convém que a organização,
conforme viável e apropriado, reveja
a natureza de suas relações e atividades
naquela jurisdição”, diz o texto
da ISO 26000.
Sete grandes temas
Dentro de uma visão holística, a norma
internacional de responsabilidade
social tem sete temas principais,
interdependentes. Entre eles, estão
a governança organizacional, que
trata dos processos de tomada de
decisão, delegação de poder e como
a organização deve incorporar os
princípios da responsabilidade social
à sua forma de atuação cotidiana;
os direitos humanos, que envolvem
resolução de conflitos, direitos
civis, políticos, econômicos, sociais
e culturais; e as práticas trabalhistas,
que incluem emprego e relações profissionais,
condições de trabalho e
proteção social, diálogo social, saúde
e segurança ocupacional.
É claro que meio ambiente não
poderia ter sido deixado de lado
e o tema se refere à prevenção da
poluição, ao uso sustentável de
recursos, à mitigação e à adaptação
às mudanças climáticas, à
proteção e à restauração do ambiente
natural e aos princípios da
precaução da responsabilidade
ambiental. As práticas operacionais
justas, por sua vez, compreendem
combate à corrupção, envolvimento
político responsável e
concorrência e negociação leais.
A norma também se refere aos direitos
dos consumidores, que incluem
práticas justas de negócios,
marketing e comunicação, proteção
à saúde e à segurança do consumidor,
consumo sustentável, serviço e
suporte pós-fornecimento, privacidade
e proteção de dados, acesso
a serviços essenciais, educação e
conscientização. E, por último, o
envolvimento com a comunidade e
seu desenvolvimento, que têm a ver
com o investimento social, o desenvolvimento
tecnológico, a criação
de empregos, a geração de riqueza
e renda, a promoção e o apoio à
saúde, à educação e à cultura.
As experiências pioneiras
Antes da norma ISO 26000, já havia
iniciativas para estabelecer indicadores
de responsabilidade social
no Brasil, como os Indicadores
Ethos de Responsabilidade Social
Empresarial, uma ferramenta de
aprendizado e avaliação da gestão,
e o Balanço Social, lançado em
1997 (mas já encerrado) pelo Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas (Ibase), como proposta
de instrumento de divulgação de
dados em investimentos sociais por
parte das empresas.
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