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Francisco, 2011 - IESE

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(i) A agência receptora define o programa de reformas sem influência de<br />

pressões de grupos de interesse externos (relativamente à agência receptora)<br />

– isto é, a agência receptora é autónoma em relação aos seus financiadores<br />

(sejam eles doadores ou pagadores de impostos);<br />

(ii) Tanto por vontade própria como por arquitectura do sistema de ajuda, as<br />

agências doadoras não têm influência sobre a agenda política da agência<br />

receptora, e as suas decisões e vontade de manter o financiamento ao receptor<br />

não são perturbadas por esta ausência de influência política das agências<br />

doadoras sobre as receptoras;<br />

(iii) As agências doadoras não têm preferências políticas claras, ou não<br />

as expressam caso as tenham, pelo que disponibilizam ajuda externa<br />

independentemente das escolhas políticas feitas pelo receptor de forma livre,<br />

não condicionada e não dirigida;<br />

(iv) Mudanças no ambiente político num país doador não afectam, em qualquer<br />

forma substancial, as dinâmicas da ajuda, de tal maneira que a agência<br />

receptora não tem que se preocupar com tais mudanças;<br />

(v) O fluxo da ajuda é previsível, a curto e longo prazos, e não volátil, de tal<br />

forma que a agência receptora não os tenha que implorar ou regatear, não se<br />

sinta sob pressão para satisfazer as preferências do doador e saiba quanto e<br />

por quanto tempo o fluxo da ajuda está disponível – isto é, a ajuda externa<br />

funciona como fundo programático perfeitamente planificável;<br />

(vi) Qualquer outra forma potencial de influência por parte do doador – como,<br />

por exemplo, através de assistência técnica – é exclusivamente implementada<br />

no quadro e de acordo com a agenda política e prioridades definidas pela<br />

agência receptora; e<br />

(vii) A agência receptora está completamente informada e tem interesses<br />

homogéneos no tocante às opções e preferências políticas, de tal modo que<br />

as escolhas e decisões sobre as políticas reflectem ownership incontestado.<br />

Obviamente, este conjunto de condições irrealistas, mesmo que possam ser consideradas<br />

desejáveis, define ownership de uma maneira que se abstrai da realidade histórica e do<br />

domínio da economia política da dependência de ajuda e do desenvolvimento, e das<br />

relações entre doador e receptor, como se discute adiante.<br />

Dependência de Ajuda Externa Desafios para Moçambique <strong>2011</strong> 405

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