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Francisco, 2011 - IESE

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conceitos de ownership e os relativos pontos fracos e fortes de diferentes abordagens.<br />

Estes dois pontos são importantes para se tirarem conclusões de políticas.<br />

RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE: OWNERSHIP E COMPROMISSO<br />

Os argumentos sobre ownership da reforma política são frequentemente relacionados<br />

com teorias estabelecidas sobre a relação principal-agente nas organizações,<br />

especialmente firmas, desenvolvidas no contexto das teorias de jogos (Mosley, 1988;<br />

Heap e Varoufakis, 1995; Pietrobelli e Scarpa, 1992; Rasmussen, 1994; e Varian, 1999).<br />

Esta literatura tende a ser focada nas estruturas de funcionamento e de incentivo nas<br />

organizações quando a propriedade do capital (pelo principal) e a gestão e controlo da<br />

firma (pelo agente) estão separadas e a informação é assimétrica entre o principal e o<br />

agente. A principal questão colocada pela literatura clássica sobre a relação principal-<br />

-agente é a da estrutura de incentivos que faz com que o agente (gestor, que exerce o<br />

controlo e tem melhor informação sobre o seu próprio esforço e sobre o universo em<br />

que opera) procure a maximização dos benefícios (utilidade) do principal (proprietário,<br />

que pode não exercer o controlo nem ser tão bem informado como o agente, mas<br />

que é o dono do capital) em vez dos seus próprios benefícios. Assim, os objectivos, a<br />

organização e as estruturas de incentivos da firma têm de ser estabelecidos de tal forma<br />

que seja no melhor interesse do agente atingir o que constitui o melhor interesse<br />

do proprietário, mesmo na situação em que a separação da propriedade e do controlo<br />

e a assimetria de informação entre agente e principal permitam ao gestor (agente)<br />

perseguir outros interesses e objectivos que não sejam os do proprietário (principal).<br />

Quando aplicado no contexto da literatura sobre dependência de ajuda e política<br />

de desenvolvimento, o problema da relação principal-agente torna-se muito mais<br />

complexo. O doador (o principal) disponibiliza recursos (a ajuda) em troca de acções<br />

(pacotes de reformas políticas) que se supõe abordarem os problemas enfrentados pelo<br />

agente (receptor da ajuda e implementador das reformas) e seu eleitorado. Tanto o principal<br />

(doador) como o agente (receptor) estão interessados no impacto do programa de<br />

reformas sobre o eleitorado, embora as suas posições relativas e as suas motivações sejam<br />

diferentes (e possam mesmo estar em conflito). O interesse do principal no impacto<br />

das políticas é derivado da sua preocupação com a eficiência e eficácia das políticas (por<br />

exemplo, colmatar os desequilíbrios macroeconómicos), altruísmo (por exemplo, minimizar<br />

as mais abjectas manifestações da pobreza) ou interesses perversos e de longo prazo<br />

(tais como, por exemplo, obter vantagens comerciais ou outros interesses políticos).<br />

O interesse do agente é derivado do facto de que o seu eleitorado pode ser a sua razão<br />

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Desafios para Moçambique <strong>2011</strong> Dependência de Ajuda Externa

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