chama-nos da selva O cinema de Apichatpong Weerasethakul
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Concertos<br />
AGENDA CULTURAL FNAC<br />
entra<strong>da</strong> livre<br />
AO VIVO<br />
THE GIFT<br />
03.04. 15H00 FNAC ALMADA<br />
Todos os eventos culturais FNAC em http://cultura.fnac.pt<br />
Sara Serpa tem novo álbum, “Mobile”<br />
Jazz<br />
Viajar <strong>nos</strong><br />
labirintos <strong>da</strong><br />
voz<br />
As maiores expectativas<br />
para a apresentação <strong>de</strong> Sara<br />
Serpa. Rodrigo Amado<br />
Sara Serpa Quinteto<br />
Com Sara Serpa (voz), André Matos<br />
(guitarra), Masa Kamaguchi<br />
(contrabaixo), Kris Davis (piano),<br />
Tommy Crane (bateria).<br />
Porto. Casa <strong>da</strong> Música. Pç. Mouzinho <strong>de</strong><br />
Albuquerque. 3ª às 19h30. Tel.: 220120220. €7,50<br />
(sujeito a <strong>de</strong>sconto). Jantar-concerto: €22,50. Na<br />
Sala 2.<br />
Ciclo Jazz Galp. Apresentação <strong>de</strong><br />
“Praia”.<br />
Sara Serpa tem novo álbum,<br />
“Mobile”, acabado <strong>de</strong> editar na Inner<br />
Circle, label dirigi<strong>da</strong> pelo saxofonista<br />
Greg Osby, músico com o qual<br />
mantém uma longa colaboração,<br />
participando mesmo em alguns dos<br />
seus projectos. Suce<strong>de</strong>ndo-se a<br />
“Camera Obscura”, notável registo<br />
em duo com Ran Blake, consi<strong>de</strong>rado<br />
por nós um dos melhores do ano<br />
passado, “Mobile” promete reafirmar<br />
Serpa como uma <strong>da</strong>s mais<br />
interessantes vocalistas <strong>da</strong><br />
actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Inspirando-se na leitura<br />
<strong>de</strong> clássicos <strong>de</strong> viagem, <strong>de</strong> autores<br />
como John Steinbeck, V.S. Naipaul ou<br />
Ryzard Kapuscinki, e reflectindo uma<br />
enorme paixão pelo contar <strong>de</strong> uma<br />
história, Serpa constrói um álbum<br />
que é uma narrativa imaginária,<br />
repleta <strong>de</strong> mistério e aventura - o<br />
contexto perfeito para as suas<br />
imaginativas explorações vocais.<br />
Fazendo-se acompanhar por<br />
quatro excelentes músicos - André<br />
Matos na guitarra, Kris Davis no<br />
piano, Masa Kamaguchi no<br />
Último<br />
concerto<br />
contrabaixo e Tommy Crane na<br />
bateria – Serpa apresenta o novo<br />
álbum na Festa do Jazz do São Luiz e<br />
na Casa <strong>da</strong> Música. As maiores<br />
expectativas para dois concertos a<br />
não per<strong>de</strong>r.<br />
Pop<br />
P’ra meni<strong>nos</strong> e p’ra<br />
gente cresci<strong>da</strong><br />
Agora é a sério. Os LCD<br />
Soundsystem <strong>da</strong>rão<br />
o seu último concerto<br />
amanhã, no Madison<br />
Square Gar<strong>de</strong>n, em Nova<br />
Iorque. Na primeira<br />
parte estarão os Liquid<br />
Liquid, a influente<br />
ban<strong>da</strong> do pós-punk <strong>da</strong><br />
Big Apple. A distância é<br />
gran<strong>de</strong> e os bilhetes estão<br />
esgotados, mas o mundo<br />
B Facha<strong>da</strong> é P’ra Meni<strong>nos</strong><br />
Com B Facha<strong>da</strong> (voz; guitarras e<br />
teclados), Francisca Cortesão<br />
(guitarras e voz), Martim<br />
(contrabaixo e voz), Mariana<br />
(bateria e percussão).<br />
Lisboa. Teatro Municipal Maria Matos. Av. Frei<br />
Miguel Contreiras, 52. 2ª e Dom. às 22h00.Sáb. e<br />
Dom. às 16h00 (crianças e famílias). Tel.: 218438801.<br />
Sessões 16h: €5 (adulto); €2,50 (criança). Sessão<br />
22h: €12 (sujeito a <strong>de</strong>sconto). Na Sala Principal.<br />
B Facha<strong>da</strong> “É P’ra Meni<strong>nos</strong>”. Assim<br />
reza a capa do último álbum <strong>de</strong><br />
Facha<strong>da</strong>, e assim o veremos no Maria<br />
Matos, em Lisboa, numa saga <strong>de</strong><br />
cinco concertos com início marcado<br />
para a tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> amanhã. “É P’ra<br />
Meni<strong>nos</strong>” é o álbum em que a<br />
morali<strong>da</strong><strong>de</strong> (“a” gran<strong>de</strong> questão na<br />
música do autor <strong>de</strong> “Há Festa na<br />
Moradia) é trata<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma mais<br />
<strong>de</strong>clara<strong>da</strong>. Um álbum <strong>de</strong> ban<strong>da</strong>, o<br />
primeiro <strong>da</strong> sua ain<strong>da</strong> curta mas<br />
muito produtiva carreira, em que<br />
surge acompanhado <strong>de</strong> baixo e<br />
bateria e em que as canções se<br />
suce<strong>de</strong>m como se<br />
<strong>de</strong> uma<br />
caixinha <strong>de</strong><br />
música se<br />
tratasse, ora<br />
em modo<br />
À tar<strong>de</strong> para meni<strong>nos</strong>,<br />
à noite galga-se a faixa etária<br />
não vai per<strong>de</strong>r o concerto,<br />
marcado para as 20h<br />
<strong>de</strong> Nova Iorque, 15h em<br />
Portugal Continental. O<br />
site Pitchfork vai<br />
transmitir em<br />
exclusivo as três<br />
horas <strong>de</strong> música<br />
que os LCD<br />
prometeram - e<br />
já avisou que não<br />
irá repeti-las.<br />
provocador/brincalhão, ora<br />
melancólico.<br />
“É P’ra Meni<strong>nos</strong>”, ciclo <strong>de</strong> canções<br />
que começa com sopa na mesa <strong>da</strong><br />
criança e que segue a criança que<br />
cresce até chegarem as <strong>de</strong>silusões a<br />
que vi<strong>da</strong> obriga, não ensina<br />
morali<strong>da</strong><strong>de</strong>zinhas <strong>de</strong> pacotilha. “Tó-<br />
Zé tu tem cui<strong>da</strong>do / Não sejas pau<br />
man<strong>da</strong>do”, eis o mote para um<br />
álbum que as crianças po<strong>de</strong>m cantar<br />
e com que os adultos apren<strong>de</strong>m um<br />
par <strong>de</strong> coisas nas artes <strong>da</strong> educação<br />
dos futuros alicerces <strong>da</strong> nação.<br />
No Maria Matos teremos, na tar<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Sábado e Domingo, dois concertos<br />
<strong>de</strong> trinta e cinco minutos para<br />
crianças, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente cenografados.<br />
À noite, galgar-se-ão faixas etárias e B<br />
Facha<strong>da</strong> subirá a palco na companhia<br />
<strong>de</strong> Martim e Mariana, o<br />
contrabaixista e a baterista que o<br />
acompanharam na gravação do<br />
disco, e com as convi<strong>da</strong><strong>da</strong>s Francisca<br />
Cortesão (Minta) e Lula Pena, duas<br />
vozes que colaboraram em “É P’ra<br />
Meni<strong>nos</strong>”.<br />
A eleva<strong>da</strong> procura <strong>de</strong> bilhetes<br />
levou entretanto à marcação <strong>de</strong> uma<br />
<strong>da</strong>ta extra. Para além dos concertos<br />
noctur<strong>nos</strong> <strong>de</strong> Sábado e Domingo, foi<br />
marcado outro para segun<strong>da</strong>. Para<br />
adultos. M.L.<br />
O Brasil do frio<br />
também aquece<br />
Vitor Ramil<br />
Com Vitor Ramil (voz e violão).<br />
Lisboa. Culturgest. Rua Arco do Cego - Edifício Se<strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> CGD. 2ª às 21h30. Tel.: 217905155. €15 (sujeito a<br />
<strong>de</strong>sconto). No Gran<strong>de</strong> Auditório. M/12.<br />
Apresentação <strong>de</strong> “Délibád”.<br />
Quem vir o novo trabalho <strong>de</strong> Vitor<br />
Ramil po<strong>de</strong> pensar que ele só<br />
trabalha com anagramas. Depois <strong>de</strong><br />
“Satolep Sambatown”, que<br />
apresentou em Portugal em 2009,<br />
surge agora com “Délibáb”,<br />
consi<strong>de</strong>rado no Brasil como um dos<br />
melhores espectáculos <strong>de</strong> 2010. Mas<br />
não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>: “Satolep” é o nome <strong>da</strong><br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> ele nasceu em 1962<br />
(Pelotas, no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul) mas<br />
escrito ao contrário; e “Délibáb” é<br />
uma palavra húngara que o fascinou,<br />
como ele explica ao Ípsilon:<br />
“Encontrei-a numa<br />
enciclopédia<br />
organiza<strong>da</strong><br />
pelo<br />
Ernesto<br />
Sábato. O<br />
Vitor Ramil: o Brasil<br />
frio vai mostrar<br />
que também aquece<br />
que é? É uma miragem que ocorre na<br />
planície húngara. Ele diz: imagine um<br />
trem no horizonte mas sem ruídos <strong>da</strong><br />
máquinas, sem trilhos. Porque ele<br />
está a 100 quilómetros <strong>da</strong>li, foi<br />
arrastado pelo délibáb, um fenómeno<br />
óptico”. De viagem por Bu<strong>da</strong>peste,<br />
ele encontrou essa mesma palavra<br />
numa rua, num hotel. Mais tar<strong>de</strong>, já<br />
no Brasil, quando procurava um<br />
nome para o seu novo disco, achou<br />
“délibáb” a<strong>de</strong>quado. Porque o disco é<br />
feito <strong>de</strong> milongas compostas por ele a<br />
partir <strong>de</strong> milongas-poemas <strong>de</strong> Jorge<br />
Luis Borges (1899-1986) e <strong>de</strong> um<br />
poeta brasileiro seu contemporâneo,<br />
João <strong>da</strong> Cunha Vargas (1900-1980) e<br />
isso, na cabeça <strong>de</strong> Ramil, configura<br />
também “um jogo <strong>de</strong> espelhos”. Mas<br />
sempre no universo gaúcho, o Brasil<br />
do Sul e a Argentina. “Para<br />
completar, eu fiz uma análise<br />
etimológica <strong>da</strong> palavra e <strong>de</strong>scobri que<br />
‘báb’ significa ilusão e ‘déli’ significa<br />
do sul. E o sul que eu estou pensando<br />
neste trabalho é o sul do meu<br />
imaginário.” Nos a<strong>nos</strong> 90, ele tinhase<br />
<strong>da</strong>do conta <strong>de</strong> que to<strong>da</strong> a gente<br />
falava do Brasil como lugar <strong>de</strong> calor,<br />
quando no sul on<strong>de</strong> ele nasceu há<br />
neblina, neve. “Dei-me conta que<br />
havia uma estética que unia o Brasil<br />
do calor, tropical, com essa música<br />
<strong>de</strong> festa, <strong>de</strong> rua, <strong>de</strong> alegria. Aí eu<br />
pensei que não havia uma estética do<br />
frio, que falasse <strong>de</strong> nós.” Os poemas<br />
<strong>de</strong> Borges, “homem <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />
escreveu sobre o campo”, e <strong>de</strong><br />
Vargas, “homem do campo que usava<br />
o linguajar próprio do lugar”, ambos<br />
gaúchos, unem-se por isso na<br />
milonga, “um género intimista,<br />
reflexivo”. Hoje, na voz e no violão <strong>de</strong><br />
Vitor Ramil, o Brasil do frio vai<br />
mostrar que também aquece. Nuno<br />
Pacheco<br />
To<strong>da</strong> uma outra<br />
“ópera” com Rene<br />
Hell<br />
Rene Hell<br />
Lisboa. Galeria Zé dos Bois. Rua <strong>da</strong> Barroca, 59 –<br />
Bairro Alto. Hoje às 23h. Tel.: 213430205. 8€.<br />
Clubbing: Roy Ayers<br />
Porto. Casa <strong>da</strong> Música. Pç. Mouzinho <strong>de</strong><br />
Albuquerque. Sáb. às 22h30. Tel.: 220120220. €10.<br />
Na Sala Suggia.<br />
Sala 2: Plastician, MC Nomad, Link,<br />
Shaolin Temple Defen<strong>de</strong>rs.<br />
Cybermusica: Álvaro Costa, Tiago<br />
Sousa Trio, Rene Hell. Bares 1 e 2:<br />
Pedro Santos. Restaurante: A<strong>da</strong>m<br />
Ficek, Aeroplane.<br />
Ouvimos Rene Hell e é como se a<br />
vertigem exploratória <strong>de</strong> criadores<br />
entregues a drones e à composição<br />
solitária, concretiza<strong>da</strong> em paisagem<br />
electrónica ou em sintetizadores<br />
analógicos, ganhasse uma dimensão<br />
orquestral. Porque Hell procura um<br />
sentido para o som, procura dirigi-lo<br />
em vez <strong>de</strong> se per<strong>de</strong>r livremente <strong>nos</strong><br />
caminhos que este aponta.<br />
Ípsilon • Sexta-feira 1 Abril 2011 • 41