14 histór ia u n i m e d vitór ia <strong>30</strong> a n o sOs primeirosclientesO primeiro cliente da <strong>Unimed</strong> Vitória foi aprópria Ames, que cedeu, além da sala, algunsfuncionários. Depois, a cooperativa vendeupl<strong>anos</strong> para empresas e órgãos públicos.O primeiro cliente externo – excetuan<strong>do</strong>-se aAmes – foi o Banco de Crédito Real de Minas Gerais.A parceria se deu a partir de contatos <strong>do</strong> então presidentePaulo Bringuente, que era correntista e tinha umbom relacionamento com o gerente. Em seguida, ele,que também era médico da Polícia Militar, conseguiu firmaracor<strong>do</strong> com o Exército e a Aeronáutica, garantin<strong>do</strong>certa solidez à cooperativa. O total de usuários, até o finalde 1980, era de 475.e n t r e v i s t aMemóriasde um pioneiroDr. Paulo BringuenteEm um baú, o médicoPaulo Eugênio Bringuenteguarda antigas recordações,que juntas recompõempedaços da históriada <strong>Unimed</strong> Vitória. Outraparte dessa trajetóriatraz na memória. Afinal,ele foi o primeiro presidenteda cooperativa,e participou <strong>do</strong> iníciode toda uma história desucesso. Capixaba, forma<strong>do</strong>na Faculdade Nacionalde Medicina (RJ),em 1969, Bringuentetambém foi médico <strong>do</strong>Hospital das Clínicas, receptorde residentes deUrologia da Ufes e oficial-médicoda PM-ES.Nas linhas abaixo, nostransmite um poucodessa experiência quetraz consigo.Como foi a implantação da <strong>Unimed</strong> no Esta<strong>do</strong>?Tivemos um grande apoio <strong>do</strong> <strong>do</strong>utor João Luiz de Aquino Carneiro,que era presidente da Associação Médica <strong>do</strong> EspíritoSanto (Ames). Tínhamos tu<strong>do</strong> o que precisávamos na Ames,que foi nossa primeira sede, mas também a obrigação de pagaros funcionários. Os primeiros coopera<strong>do</strong>s, um grupo de26 médicos, contribuíam com uma quantia modesta por mês.Com isso, começamos. Consegui a parceria <strong>do</strong> Hospital das Clínicas,porque trabalhava lá; além <strong>do</strong> Hospital Evangélico e dealguns laboratórios que eu conhecia.Como se dava a captação de coopera<strong>do</strong>s?Por meio de muitos telefonemas. A maioria não queria participarde jeito nenhum, pois achava que estávamos acaban<strong>do</strong>com a clínica particular. No entanto, essa já era uma tendência,pois a medicina ao longo <strong>do</strong>s <strong>anos</strong> foi se tornan<strong>do</strong> muito carae as pessoas precisavam <strong>do</strong>s pl<strong>anos</strong>.
histór ia u n i m e d vitór ia <strong>30</strong> a n o s 15“No começo, marcávamos entrevistas com os<strong>do</strong>nos das empresas”, lembra Carneiro. Para essas reuniões,era leva<strong>do</strong> o primeiro catálogo médico da singular(foto da página anterior), que continha os nomes, as <strong>especial</strong>idadese os contatos de to<strong>do</strong>s os coopera<strong>do</strong>s, alémde informações sobre a correta utilização <strong>do</strong> sistema, porparte <strong>do</strong>s usuários.A divulgação também se dava a partir <strong>do</strong> jornalda Ames e de ofícios destina<strong>do</strong>s aos públicos quea cooperativa desejava atingir. Assim, o ofício circular denúmero 02/80, data<strong>do</strong> de 6 de maio daquele ano, traziao seguinte texto: “Temos a honra de comunicar avossa senhoria a instalação, no Espírito Santo, da <strong>Unimed</strong>,sociedade cooperativa que agrega médicos e serviçoshospitalares em geral, visan<strong>do</strong> a um atendimentode trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s municípios de Vitória, Vila Velha,Serra, Viana, Cariacica, Guarapari, Anchieta, Aracruz, Linhares,Colatina e Cachoeiro de Itapemirim. Estamos aptos afirmar convênios com as empresas interessadas em ofereceraos seus emprega<strong>do</strong>s serviços médicos hospitalaresparticulares (...). Caso seja de seu interesse obter maisinformações, para o bem de seus recursos hum<strong>anos</strong>, teremosimensa satisfação em agendar uma visita a suaempresa”.formava uma grande novidade para a época, que mudariagradativamente a configuração da <strong>Unimed</strong> para aque conhecemos hoje. Dizia assim: “Estamos em fase delançamento <strong>do</strong> plano individual a custo operacional. Paraque isso possa se tornar realidade, contamos com seuesmera<strong>do</strong> atendimento aos nossos usuários, atendimentoesse que será a nossa melhor carta de apresentaçãopara futuros contratos”.Em 1980, as seguintes organizaçõeseram clientes da <strong>Unimed</strong>:AeronáuticaAgências Marítimas Maurit LachmanCobra Computa<strong>do</strong>res e Sistemas <strong>Brasil</strong>eirosCompanhia <strong>Brasil</strong>eira de DragagemEnersulPurinaExactaSOS <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>CobrapiBanco de Crédito Real de Minas GeraisAmesBanco Lar <strong>Brasil</strong>eiroPessoas físicasUm ofício publica<strong>do</strong> no final daquele ano incl i e n t e sQuan<strong>do</strong> se deu a maior adesão de coopera<strong>do</strong>s?De 1979 a 1983, aumentamos em cinco vezes o número demédicos coopera<strong>do</strong>s. Isso porque firmamos acor<strong>do</strong>s comclientes como o Exército e a Aeronáutica. A partir daí, começoua haver maior interesse <strong>do</strong>s médicos.Como conseguiram novos clientes?Montamos um livreto com os nomes e contatos <strong>do</strong>s parceirose médicos coopera<strong>do</strong>s e saímos para vender o plano. Oprimeiro cliente foi a própria Ames, e o primeiro parceiro externoo Banco de Crédito Real de Minas Gerais, onde eu eracorrentista. Depois, conseguimos o Exército e a Aeronáutica,já que eu era médico da Polícia Militar. Daí, gradativamenteo número de clientes foi aumentan<strong>do</strong>.E na época, eram quantos os funcionários?Praticamente, nesses quatro <strong>anos</strong>, foram cinco ou seis funcionários.No início, alguns nem recebiam da <strong>Unimed</strong>; eramvoluntários ou cedi<strong>do</strong>s pela própria Ames. Em seguida, elesforam sen<strong>do</strong> remunera<strong>do</strong>s. Eu mesmo não tinha remuneração,mas, quan<strong>do</strong> saí, estabeleci o equivalente a cinco saláriosmínimos para meu sucessor.O que mais marcou sua gestão?Sem dúvidas, foi o aumento no número de coopera<strong>do</strong>s.Quais os principais marcos da <strong>Unimed</strong> Vitória, de lá para cá?O que faz a diferença é a qualidade <strong>do</strong> atendimento. Comoos médicos são os <strong>do</strong>nos da cooperativa, a relação como cliente é diferenciada, procuram sorrir, conversar e atendercomo se fosse um cliente particular. Outro ponto é o suportetécnico, através <strong>do</strong>s recursos próprios da <strong>Unimed</strong> e convênioscom bons hospitais e laboratórios. Além disso, o gerenciamentoé profissional, e o atendimento ao cliente bem feito.Não é à toa que no Recall está entre as marcas mais lembradas<strong>do</strong> Espírito Santo.