22 histór ia u n i m e d vitór ia <strong>30</strong> a n o sAs federações<strong>Unimed</strong>Ao mesmo tempo em queestabeleciam suas singulares, váriosesta<strong>do</strong>s constituíram federações, quesurgiram ao longo da década de 1970.O objetivo era padronizar procedimentos operacionais,estimular a troca de experiências entre as cooperativasde um mesmo Esta<strong>do</strong> e impulsionar a criaçãoda Confederação Nacional das Cooperativas Médicas -<strong>Unimed</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>. Também chamadas cooperativas desegun<strong>do</strong> grau, elas são formadas, ao menos, por três singulares.Em 28 de novembro de 1975, foi criada a <strong>Unimed</strong><strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, entidade máxima <strong>do</strong> Sistema <strong>Unimed</strong>,que congrega todas as federações e singulares.Espírito SantoA federação mais nova da Região Sudeste éa <strong>do</strong> Espírito Santo, formada em 1992. Hoje, conta comcinco singulares e cerca de três mil médicos, ten<strong>do</strong> altoíndice de participação de coopera<strong>do</strong>s nas reuniões emanten<strong>do</strong>-se líder entre os pl<strong>anos</strong> de saúde <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.distribuição das <strong>Unimed</strong>sno <strong>Brasil</strong>, por usuários(total <strong>Unimed</strong>s <strong>Brasil</strong> em março de 2009: 15.362.222 usuários)regiãoNorteNordesteSudesteSulC. Oeste<strong>Unimed</strong>s16 (4%)73 (19%)178 (47%)75 (20%)35 (9%)usuáriosacima de 100 mil usuários: 8.761.411 (57%)20.001 a 100 mil usuários: 4.890.810 (32%)até 20.000 usuários: 1.710.001 (11%)total de usuários <strong>Unimed</strong>s: 15.362.222653.424 (4%)1.433.<strong>30</strong>2 (9%)9.106.756 (59%)3.413.998 (22%)754.742 (5%)Confederações: 4 / Central Nacional: 1 / Federações: 34Singulares: 338 / Total: 377 <strong>Unimed</strong>sl i d e r a n ç ae n t e n d a o s i s t e m a u n i m e dO cooperativismo classifica sociedades cooperativaspor grau e ramo de atividade. As cooperativasde primeiro grau são conhecidascomo singulares, sen<strong>do</strong> seu quadro social forma<strong>do</strong>por pessoas físicas. É aqui que o trabalhoem si é realiza<strong>do</strong>. Normalmente, a singulartem autonomia administrativa e financeira,fechan<strong>do</strong> contratos e propician<strong>do</strong> ao médicoo atendimento em consultório. É administradapor um Conselho ou uma Diretoria Executiva.As singulares associam-se para formar ascooperativas de segun<strong>do</strong> grau, as federações,que, por sua vez, formam a confederação, oucooperativa de terceiro grau, que representa,integra e orienta a atuação das cooperativas<strong>do</strong> sistema, defenden<strong>do</strong>, fortalecen<strong>do</strong> e consolidan<strong>do</strong>a marca.Fundação<strong>Unimed</strong>Unicred<strong>Unimed</strong>CorretoraCentralNacional<strong>Unimed</strong><strong>do</strong> <strong>Brasil</strong><strong>Unimed</strong>Administraçãoe Serviços<strong>Unimed</strong>Seguros<strong>Unimed</strong>ParticipaçõesUsimed
histór ia u n i m e d vitór ia <strong>30</strong> a n o s 23Modelo para o<strong>Brasil</strong> e o mun<strong>do</strong>Segun<strong>do</strong> a Organização Internacional dasCooperativas de Saúde (International HealthCooperative Organization – IHCO), a <strong>Unimed</strong> <strong>Brasil</strong> éum exemplo a ser segui<strong>do</strong> por todas as cooperativasque atuam nesse ramo, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.O reconhecimento desse trabalho pioneiro sedeu, <strong>especial</strong>mente, a partir da década de 1980, quan<strong>do</strong>líderes <strong>do</strong> sistema passaram a explicar a constituição<strong>do</strong> modelo brasileiro mun<strong>do</strong> afora, a convite devários países.Espanha, Portugal, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, RepúblicaDominicana, Guatemala, Japão, Rússia, Letônia, Paraguai,Colômbia e Argentina foram algumas das nações que seinteressaram em conhecer a história, o modelo, as vantagense os desafios <strong>do</strong> Sistema <strong>Unimed</strong>, e, a partir daí, implantariniciativas semelhantes.<strong>Unimed</strong> VitóriaHá <strong>anos</strong> a singular de Vitória é reconhecida porsua excelência, que engloba o modelo de gestão, os recursospróprios e o atendimento, entre outros. Por isso,tem recebi<strong>do</strong> várias visitas de Benchmarking de outrasunidades, que desejam conhecer e aplicar, em seus esta<strong>do</strong>s,as receitas de sucesso.o p i n i ã oDiretor técnico <strong>do</strong>Cias e vice-presidente<strong>do</strong> Sindicato e daOrganização dasCooperativas <strong>Brasil</strong>eiras <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo(OCB-ES), o ginecologistae obstetra Ary Célio deOliveira é um grandeentusiasta e conhece<strong>do</strong>r<strong>do</strong> cooperativismo. Abaixo,ele fala sobre o modelo esua evolução, das origensaos dias atuais.O modelo: “Trata-se de um associativismo de pessoas, enão de capital. O homem sempre buscou, ao longo da história,uma organização em que as relações de capital e trabalhofossem as melhores possíveis. Tivemos um capitalismoselvagem e um socialismo que, ao longo da história, foi seperden<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Leonar<strong>do</strong> Boff e outros autores, o cooperativismosurge, essencialmente, como uma mistura <strong>do</strong> capitalismocom o socialismo, unifica<strong>do</strong>s em um único modeloalternativo”.As origens: “O cooperativismo surgiu, desde 1844, em to<strong>do</strong>o mun<strong>do</strong>, motiva<strong>do</strong> por um contexto político e econômicode exploração. Durante a Revolução Industrial, houve desempregoe crise, e já existiam alguns inspira<strong>do</strong>res, que tinhamquestões conceituais sobre capitalismo e socialismo.O ambiente da época fez com que as pessoas se juntasseme criassem a sociedade de Rochdale, que existe até hoje, totalizan<strong>do</strong>165 <strong>anos</strong> de cooperativismo”.No <strong>Brasil</strong>: “Esse modelo veio da Europa, e lá tem grande relevância,representan<strong>do</strong> <strong>30</strong>% <strong>do</strong> Produto Interno Bruto (PIB),enquanto no <strong>Brasil</strong> ocupa de 6% a 8%. O cooperativismo naEuropa, hoje, vem de pai para filho. E aqui no <strong>Brasil</strong>, onde o modelotinha representante da comunidade europeia, que é o RioGrande <strong>do</strong> Sul, o sistema ficou mais arraiga<strong>do</strong>”.No Espírito Santo: “Somos em 134 cooperativas. Temos algumasantigas, de 70 <strong>anos</strong>, como a Selita, e outras que surgiramagora. Tradicionalmente, o ramo agropecuário sempre foi pioneiroe maior”.<strong>Unimed</strong> <strong>Brasil</strong>: “Em 1967, a <strong>Unimed</strong> surgiu, em Santos, porqueos médicos estavam sen<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s à exploração de mãode obra pelas medicinas de grupo e pelo setor público. Aindahavia um contexto conturba<strong>do</strong>, com transformações no sistemapúblico de saúde. Isso propiciou que eles tomassem a iniciativa”.<strong>Unimed</strong> Vitória: “A <strong>Unimed</strong> Vitória foi a 80º a ser criada e suaidealização também foi motivada pela busca de uma alternativaao modelo mercantilista e exploratório”.Importância para a sociedade: “Cria a oportunidade de inclusãode pessoas, sen<strong>do</strong> que a finalidade não é gerar lucro nemexplorar mão de obra. Tem princípios, e um deles é a preocupaçãocom a comunidade”.Desafios para os dias de hoje: “Sensibilizar pessoas, porqueo cooperativismo não é feito de capital e bens, mas de pessoas.Essa <strong>do</strong>utrina depende de uma questão cultural, <strong>do</strong> lega<strong>do</strong>de um para outro”.