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SOCIEDADEsocioprofissional de jovens embairros problemáticos deCascais, ajuda a desconstruirpreconceitos e “a ver arealidade de formadescompassada”,desprovida derótulos e impossibilidades.É assim queFilipa Silva, doChapitô, tambémse autodescreve:“uma técnica do terreno”.Filipa trabalha em centroseducativos tutelados pelo Estado háoito anos. No início era a licenciatura emPolítica Social, mas agora o que a move éum projecto de vida maior que passa pelotrabalho com jovens entremuros. “Umgabinete climatizado seria um modo devida mais cómodo, mas não me dariatanto gozo”, sorri, ainda que o prazer sejacontrabalançado, ou mesmo questionado,pelo prisma do preconceito. Levar as artescircenses, o break dance ou o rap para oscentros onde estão internados jovens aosquais foram imputados crimes nem sempreé bem visto. Como explica Filipa, “éuma batalha diária não sermos vistoscomo palhaços ou freaks sem utilidade”.Mobilizar e multiplicar a adesão é ogrande objectivo de qualquer programade empreendedorismo social. NaEntremundos, o processo de implementaçãode um negócio social junto dosjovens e população activa desempregadado Casalinho da Ajuda só foi viáveldepois dos técnicos conhecerem a dinâmicado bairro em profundidade. À descobertade uma oficina desactivada nobairro, somou-se a formação em carpintariade alguns dos moradores e a parceriaestratégica com o Náutico Clube BoaEsperança, junto ao Cais do Sodré. AnaSofia Proença, técnica da Entremundos,explica como a partir das sinergias criadase do conhecimento do meio a sua associaçãoimplementou um projecto participadoe economicamente viável deconstrução de embarcações. Este é,para Frederico Cruzeiro Costa, fundadorda Social EntrepreneurAgency (SEA) um dos pontos fundamentaisde qualquer projectodesta natureza: a sustentabilidade.Para Frederico, a ideia de que oempreendedorismo pode funcionarcom base no voluntariado, noamadorismo e com magros recursosé falsa e tem que ser abandonada.“Qualquer dedicação àcomunidade só será viável se soubermosvender serviços no mercado, deforma a agilizarmos financeiramente oprojecto social e garantirmos a nossaprópria sustentabilidade financeira”, concluiFrederico.‘ O conceito de empreendedorismosocial “abre consciências e permiteque os sonhos e ambições maisimpensáveis se realizem”.’Charles BuchananNa base da intervençãosocial junto de criançase jovens encontram-se,frequentemente, situaçõesde insucesso escolar.O “Projecto para ti senão faltares” da FundaçãoBenfica, em parceria com asescolas, combate o absentismoe o abandono escolar, promovendoa prática de modalidadesdesportivas como o futebol, o voleibolou o atletismo, e premiando os alunosque se esforçam na melhoria da suaassiduidade, comportamento e aproveitamentoescolares. Em diálogo com aplateia, Jorge Miranda, responsável poreste projecto, garante: “quando estabelecemosum compromisso com um destesjovens é uma vitória, porque quemvive em exclusão não vive em contratosocial”.UMA QUESTÃO DE ATITUDEDiogo Silva e Manuel Lamas ou, melhor,os “Transformers”, chegaram à CasaIndependente com uma formalidadesuspeita. Com blazers egravatas de ocasião, a maiordissonância estava nos ténis.A apresentação começou rígida,sem qualquer rasgo criativo,e demasiado palavrosa.Quando no ecrã surge aexpressão “Nós não pescamosnada disto!”, os“Transformers” fazem elespróprios a sua desconstrução,e apresentam-se àplateia de calções e t-shirt.Com a transformação físicavem também amudança de discursoe a explicação de que também eles,vindos das áreas da Economia e daGestão, se sentiam deslocados até iniciaremeste projecto. Rompendo com osdesencontros, e acreditando que com aatitude certa todospodem descobrir dentrode si o seu “super-‐poder”, Diogo eManuel apostam namobilização de mentoresque, nas maisvariadas áreas, vão“contaminar” jovenstocados pelos mesmosinteresses.A atitude parecegerar atitude. Ao longoda sessão, o públicotransfigurou-se, bateupalmas, e mimetizou os“Transformers” em jogoslúdicos que a apresentaçãoinicial não fazia prever.Manuel Oliveira, psicólogoe fundador do Clube doOptimismo, vê na atitude a alavancaprimordial de qualquerprojecto de vida: “qualquer problemaque vos surja na vida só é resolvidocom uma postura optimista”.NA AMÉRICA COMO EM PORTUGALSteve Larosiliere, do projecto “Stroked”,não conhecia o “Surf.art” de Paulo Canase Nuno Fazenda. Mas na distância quevai de Cascais a Nova Iorque encontramuma linguagem comum e transfronteiriça,que vive das potencialidades dosdesportos de acção na promoção dobem estar social dos jovens. A práticade desportos radicais, constitui nas palavrasdos mentores dos dois projectos,uma metáfora perfeira da vida. Afinal,como repete Steve, “não existem vencedoresnem vencidos, mas a convicçãode que há sempre a possibilidade detentar e de melhorar, com criatividade,se cairmos”.No encerramento deste (Des)Encontro,o juiz Armando Leandro, da ComissãoNacional de Protecção de Crianças eJovens em Risco, regressa à metáfora doskate como: “O skate e os outros desportose motivações hoje apresentadospermitem dar o salto para a vida, nacerteza que nós, sociedade, tambémtemos de aprender a fazer skate e a fazerdas crianças e dos jovens sujeitos do seupróprio destino”.* Jornalista freelancerParalelo n. o 8 | INVERNO 2013/2014 55

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