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CULTURARUI OCHOAconferencistas a reflectir sobre as maisvariadas problemáticas, nomeadamente,sobre a crescente mercantilização do trabalhoacadémico na academia; a excessivaespecialização e o estreitamento dasdisciplinas, que tende a levar a umamaior escassez de verdadeiras alternativascríticas; a mobilização dos intelectuaisnos movimentos sociais; a perda ou nãoda legitimidade dos intelectuais públicosna esfera pública; os intelectuais e osdesafios da Europa multicultural; e sobrea relação entre cultura política e intervençãointelectual.[P] Foi abordada, face a Portugal, a questão dosintelectuais e do exílio. Que aspectos gostaria dedestacar desta problemática?[PDM] Achamos pertinente ter uma mesaredonda sobre os “Intelectuais e oExílio”, principalmente por esta conferênciaser realizada em território português.Maria Carrilho e José PachecoPereira foram convidados a fazer umaexposição sobre o compromisso dosintelectuais durante as diferentes fasesdo exílio. Maria Carrilho destacou o seupercurso de exilada altamente politizadana Itália que, enquanto lutava por umademocracia emancipadora em Portugal,se envolvia em movimentos de carácterinternacional. Com base na sua recenteobra sobre os escritos políticos, As Armasde Papel (2013), José Pacheco Pereira ilustrouo cenário social, cultural e políticodo regime salazarista que, na tentativade amordaçar as liberdades humanas,instigou o surgimento de espíritos deoposição, de indivíduos que reagiramcontra um estado repressivo e claustrofóbicoe que tiveram o ímpeto de lutar,mesmo durante a sua estada no exílio,por uma pátria democrática.A meu ver, os intelectuais portuguesesdo exílio são, na sua grande maioria,marcados por um espírito de luta constante,de militância política e de inconformismoface aos valores míopes de umregime ditatorial. Como verdadeirosimpulsionadores da democracia pluralistaem Portugal, muitos destes intelectuaisassumiram um espírito de oposição e nãode acomodação, e, recorrendo à terminologiade E. Said, provocaram “abalossísmicos” no sistema, sacudiram um regimebafiento e refrescaram-no com umaética cosmopolita, fruto dos tempos deexílio. Incorporaram, de facto, o papelde verdadeiros “democracy helpers” (B.Misztal, 2007).Enfim, é este o perfil de intelectual queme parece que, no Portugal do século XXI,tenderá a ressurgir: um intelectual públicoque produza juízos críticos, instigue odebate público, participe activamente emmovimentos que têm como finalidade aliberdade, a igualdade e a solidariedade e,acima de tudo, denuncie as arrogânciasde um regime democrático despojado devalores democráticos.* Jornalista freelancerEsta conferência teve como intuito principal discutir as diferentes formas de intervenção públicados intelectuais, independentemente dos seus contextos históricos, sociais e culturais.Paralelo n. o 8 | INVERNO 2013/2014 67

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