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REVISTA SCIENTIA Nº 11

A revista Scientia em seu número 8 traz artigos na área de engenharia, gestão e direito, com foco em pesquisas que resultaram em artigos tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. O propósito de difusão de conhecimento de um periódico científico deve ser cumprido na medida que se abre para temáticas relevantes e interdisciplinares, promovendo o diálogo entre temas e áreas diferentes, com aportes metodológicos também variados para compor a riqueza epistemológica e o seu valor como produção de conhecimento.

A revista Scientia em seu número 8 traz artigos na área de engenharia, gestão e direito, com foco em pesquisas que resultaram em artigos tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. O propósito de difusão de conhecimento de um periódico científico deve ser cumprido na medida que se abre para temáticas relevantes e interdisciplinares, promovendo o diálogo entre temas e áreas diferentes, com aportes metodológicos também variados para compor a riqueza epistemológica e o seu valor como produção de conhecimento.

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Racismo Ambiente: um olhar a partir do Quilombo Pitanga dos Palmares (Simões Filho-Ba)<br />

simbolicamente o que é e como se construiu o racismo ambiental. A limitação do acesso ao<br />

meio ambiente saudável, bem como a destituição desses espaços que são potencializados por<br />

essas pessoas e passam a ser cobiçados para a lógica de exploração econômica também<br />

constituem exemplos de racismo ambiental. São recorrentes e naturalizados em nosso país o<br />

desrespeito e avanço ilegal sobre os territórios dos povos tradicionais, vítimas constantes do<br />

racismo ambiental. As principais características do racismo ambiental são: a discriminação<br />

racial na aplicação das leis e regulamentos; a omissão no atendimento à legislação ambiental;<br />

a discriminação racial no alvo deliberado de comunidades de cor para instalação de<br />

empreendimentos que vão afetar significativamente a qualidade ambiental de onde vivem;<br />

ausência de consulta das populações tradicionais para saber se têm alguma objeção e a<br />

dificuldade de acesso as informações sobre os empreendimentos.<br />

Contrariando a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, que assegura a todos,<br />

independente das diferenças que nos fazem tão plural, o direito à dignidade socioambiental. O<br />

referido artigo apresenta a seguinte discursiva: todos têm direito ao meio ambiente<br />

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,<br />

impondo-se ao Poder Público e à coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo para as<br />

gerações presentes e futuras.<br />

O descumprimento da lei frequentemente relacionado com as populações negras e<br />

indígenas, determinam as alterações no regime tradicional de uso e ocupação do território, a<br />

intoxicação de pessoas por substâncias nocivas, a falta ou irregularidade na demarcação<br />

territorial, inundações e enchentes, insegurança alimentar, violência e ameaça são formas de<br />

eliminação dessas populações.<br />

Um levantamento com casos de injustiça ambiental no Brasil pode ser acessado pela<br />

Internet. Trata-se do Mapa de Conflitos Envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, de<br />

coordenação da doutora em história, pesquisadora no tema e militante no combate ao racismo<br />

ambiental, Tânia Pacheco. O projeto dá visibilidade às injustiças ambientais e se configura<br />

como uma ferramenta de denúncia e combate ao racismo ambiental. Na figura abaixo os pontos<br />

destacados identificam os locais de conflitos.<br />

ISSN 2525-4553 Revista Scientia, Salvador, v. 4, n. 3, p. <strong>11</strong>-28, set./dez. 2019.<br />

http://uniceusafacsal.com.br/scientia<br />

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