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REVISTA SCIENTIA Nº 11

A revista Scientia em seu número 8 traz artigos na área de engenharia, gestão e direito, com foco em pesquisas que resultaram em artigos tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. O propósito de difusão de conhecimento de um periódico científico deve ser cumprido na medida que se abre para temáticas relevantes e interdisciplinares, promovendo o diálogo entre temas e áreas diferentes, com aportes metodológicos também variados para compor a riqueza epistemológica e o seu valor como produção de conhecimento.

A revista Scientia em seu número 8 traz artigos na área de engenharia, gestão e direito, com foco em pesquisas que resultaram em artigos tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. O propósito de difusão de conhecimento de um periódico científico deve ser cumprido na medida que se abre para temáticas relevantes e interdisciplinares, promovendo o diálogo entre temas e áreas diferentes, com aportes metodológicos também variados para compor a riqueza epistemológica e o seu valor como produção de conhecimento.

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Impactos do uso de agrotóxicos na produção agrícola: uma análise da percepção de agricultores familiares<br />

minimizados ou mesmo ignorados pelos trabalhadores rurais. Evidencia que o nome dado aos<br />

agrotóxicos pelos agricultores traz a utopia de beneficiamento, camuflando os reais impactos<br />

destes agentes químicos sobre as pessoas e as plantas. Segundo Carraro (1997, p. 42) “O<br />

consumo de agrotóxicos gera um círculo vicioso, quanto mais se usa, maiores são os<br />

desequilíbrios provocados, maior a necessidade de uso em doses mais intensas, e de<br />

formulações cada vez mais tóxicas”.<br />

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), em<br />

2017 no Brasil foram registrados 4.003 casos de intoxicação por exposição a agrotóxico de uso<br />

agrícola. Segundo Zorzetti et al. (2014) as intoxicações podem ocorrer de três formas: pela<br />

exposição ao produto em grandes dosagens em curto período de tempo (efeitos agudos),<br />

exposição leve ou moderada, dependendo da quantidade de produto absorvido (efeitos<br />

subagudos) e exposições por longos períodos em baixas concentrações (efeitos crônicos) sendo<br />

esse a, mas preocupante devido o difícil diagnóstico.<br />

Observa-se que os agricultores se submetem a diferentes formas de intoxicações<br />

dependendo do tempo de exposição aos agrotóxicos. Esse tempo de exposição somado a forma<br />

de utilização destes agrotóxicos podem levar a contaminação humana. Neste sentido, as<br />

principais vias de contaminação segundo Moraes et al. (2006), são: a ocupacional, que ocorre<br />

durante o manuseio do agrotóxico, sua aplicação, colheita e entrada em áreas onde o produto<br />

foi aplicado recentemente, a ambiental, que ocorre pela dispersão de partículas de agrotóxicos<br />

no ar, água e solo e alimentar pela ingestão de alimentos contaminados por agrotóxicos.<br />

De acordo com Abreu et al. (2016) os riscos de exposição e intoxicação são ainda mais<br />

elevados durante o preparo destas substâncias tóxicas já que estas estão mais concentradas,<br />

podendo seus respingos no corpo ou inalação contribuir para agravos de intoxicações ao longo<br />

prazo.<br />

O aumento no volume de aplicações de agrotóxicos tem trazido uma série de transtornos<br />

e modificações para o ambiente, tanto pela contaminação das comunidades de seres vivos que<br />

o compõe, quanto pela sua acumulação nos segmentos bióticos e abióticos do ecossistema<br />

(biota, água, ar, solo, etc.) (FERREIRA et al., 2006).<br />

No Brasil, a classificação toxicológica, de acordo com o grau de periculosidade está a<br />

cargo do Ministério da Saúde. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA,<br />

2009) os agrotóxicos são classificados da seguinte forma: as cores indicam a classe toxicológica<br />

e o grau de toxicidade destes insumos, as classes vão de I a IV seguindo um grau de<br />

periculosidade de maior para menor grau. A classe I é indicada no rótulo com a cor vermelha e<br />

corresponde a um produto extremamente tóxico. Classe II e apontada com a cor amarela e<br />

ISSN 2525-4553 Revista Scientia, Salvador, v. 4, n. 3, p. <strong>11</strong>-28, set./dez. 2019.<br />

http://uniceusafacsal.com.br/scientia<br />

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