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crescimento para a FCB. Sempre<br />
com um olhar holístico,<br />
que envolva todas as áreas da<br />
agência e gere novos valores<br />
para nosso clientes. Ou seja,<br />
ele sempre foi um CGO, só<br />
lhe faltava o título”, afirmou<br />
Ricardo John, CEO e CCO da<br />
agência.<br />
Com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> buscar<br />
novas guias <strong>de</strong> receitas para a<br />
agência, diz Freitas, ele quer<br />
achar novos caminhos que influenciem<br />
não apenas no negócio<br />
da agência. É fundamental<br />
enten<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>scobrir formas<br />
para anunciantes e veículos<br />
também performarem melhor.<br />
“É um ecossistema que está<br />
machucado, mas há caminhos<br />
que trarão mais valor e resultados<br />
monetizáveis. É possível<br />
unir os lados, criando oportunida<strong>de</strong>s,<br />
envelopando coisas<br />
junto com esses parceiros”, diz.<br />
Freitas menciona quatro pilares<br />
para buscar o crescimento<br />
<strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> receita para a<br />
agência. O primeiro, afirma, é<br />
o <strong>de</strong> cuidar bem do que já está<br />
na casa e vislumbrar novas<br />
oportunida<strong>de</strong>s. Outro é gerar<br />
projetos que precisem <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s<br />
que a agência possua,<br />
como estratégia <strong>de</strong> mídia,<br />
planejamento e criativida<strong>de</strong>.<br />
Uma terceira vertente é <strong>de</strong>scobrir<br />
atuações novas, que<br />
po<strong>de</strong>m muito bem ser feitas<br />
por agências, como criar uma<br />
startup. “Elas precisam <strong>de</strong><br />
três coisas: marca, estratégia<br />
<strong>de</strong> comunicação e criativida<strong>de</strong>,<br />
mesmo que para criar uma<br />
simples logomarca. Percebo<br />
que nossa função se faz necessária,<br />
mas muitas vezes somos<br />
lembrados apenas para fazer<br />
campanhas”, diz Freitas. Uma<br />
quarta linha <strong>de</strong> atuação é <strong>de</strong><br />
aquisições <strong>de</strong> empresas que<br />
aju<strong>de</strong>m a FCB a crescer em outros<br />
segmentos.<br />
Em escala internacional,<br />
um dos principais movimentos<br />
recentes <strong>de</strong> executivos<br />
foi a contratação <strong>de</strong> Laurent<br />
Ezekiel pelo WPP junto ao rival<br />
Publicis Groupe, para assumir<br />
o cargo inédito <strong>de</strong> chief marketing<br />
and growth officer da<br />
holding britânica. Na estrutura<br />
do maior grupo <strong>de</strong> comunicação<br />
do mundo, ele fica abaixo<br />
apenas do CEO Mark Read e da<br />
chief client officer Lindsay Pattison,<br />
respon<strong>de</strong>ndo aos dois.<br />
Chamou a atenção <strong>de</strong> Read o<br />
<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> Ezekiel em diversas<br />
concorrências como GSK<br />
“em um mercado em<br />
transformação,<br />
as constantes<br />
mudanças serão<br />
cada vez mais<br />
comuns”<br />
Wilson Negrini,<br />
alçado a chief<br />
growth & business<br />
officer (CGBO) pela<br />
Lew’Lara\TBWA<br />
e na forma como conquistou<br />
novos negócios <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> clientes<br />
como Amex e Samsung. Sua<br />
contratação é parte importante<br />
do plano trianual <strong>de</strong> reestruturação<br />
do WPP. Em conversa<br />
com o AdAge, ele explicou que<br />
os clientes vão atrás das agências<br />
buscando não apenas marketing<br />
ou comunicação, mas<br />
uma experiência <strong>de</strong> consumidor<br />
com a marca em todos os<br />
pontos <strong>de</strong> contato, na loja, nas<br />
ruas, nas mídias ou no digital.<br />
AnunciAntes<br />
Entre os anunciantes, a realida<strong>de</strong><br />
do chief growth officer<br />
já vem <strong>de</strong> algum tempo. Em<br />
alguns casos, ele foi protagonista<br />
<strong>de</strong> uma transformação<br />
na estrutura <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong><br />
empresa que, inclusive, encerraram<br />
a função <strong>de</strong> chief marketing<br />
officer (CMO). A questão<br />
é vista não como uma forma<br />
<strong>de</strong> não se ter mais os lí<strong>de</strong>res<br />
<strong>de</strong> marketing na estrutura das<br />
companhias, mas <strong>de</strong> criar mais<br />
responsabilida<strong>de</strong>s, sendo o<br />
crescimento <strong>de</strong> novas linhas<br />
<strong>de</strong> receitas uma das principais.<br />
A Coca-Cola é um dos maiores<br />
exemplos da tendência<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando, em 2017, encerrou<br />
o cargo <strong>de</strong> CMO, com a<br />
saída <strong>de</strong> Marcos <strong>de</strong> Quinto. A<br />
função foi absorvida pelo chief<br />
growth officer Francisco Crespo,<br />
também responsável por<br />
habilida<strong>de</strong>s como estratégia<br />
corporativa e relação com o varejo.<br />
“Construir marcas não é<br />
criar performance e capital <strong>de</strong><br />
marca mais fortes, mas transformar<br />
isso em receitas e margem<br />
<strong>de</strong> lucros”, <strong>de</strong>finiu Crespo<br />
em entrevista ao AdAge, na<br />
ocasião das mudanças.<br />
O movimento levou diversos<br />
anunciantes a fazerem a<br />
mesma transformação, como a<br />
Johnson & Johnson Consumer,<br />
que encerrou o cargo <strong>de</strong> CMO<br />
com a saída <strong>de</strong> Alison Lewis,<br />
no ano passado. No fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 2019, a Coca-Cola<br />
retomou o cargo <strong>de</strong> CMO, entregue<br />
a Manolo Arroyo.<br />
As funções, no entanto, são<br />
bem mais amplas do que antes,<br />
já que o profissional será ainda<br />
presi<strong>de</strong>nte da empresa para a<br />
região da Ásia Pacífico. A Coca-<br />
-Cola disse que a mudança visa<br />
que o marketing esteja mais<br />
integrado com a operação da<br />
companhia, e pensando em<br />
criar novas receitas e crescimento.<br />
A função <strong>de</strong> chief growth<br />
officer, <strong>de</strong>finitivamente, não<br />
parece ser um modismo no setor<br />
<strong>de</strong> agências. Ela consta na<br />
mais recente versão do Guia<br />
Salarial Robert Half <strong>2020</strong> como<br />
uma das áreas em ascensão no<br />
marketing, com salários médios<br />
que variam <strong>de</strong> R$ 13 mil<br />
a R$ 33,8 mil, <strong>de</strong> acordo com o<br />
tamanho da companhia e experiência<br />
do profissional.<br />
Mais que os salários, o estudo<br />
mapeou as habilida<strong>de</strong>s<br />
que serão mais <strong>de</strong>mandadas<br />
na contratação <strong>de</strong> profissionais<br />
até 2022, segundo os lí<strong>de</strong>res<br />
das empresas entrevistados. A<br />
mais elevante, na opinião <strong>de</strong><br />
51%, será a visão <strong>de</strong> negócios.<br />
Pensamento estratégico,<br />
li<strong>de</strong>rança e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
adaptação estão logo a seguir.<br />
Todas essas habilida<strong>de</strong>s serão<br />
necessárias aos chief growth<br />
officers na sua missão <strong>de</strong> moldar<br />
o futuro do negócios das<br />
agências.<br />
jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 17