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edição de 27 de janeiro de 2020

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crescimento para a FCB. Sempre<br />

com um olhar holístico,<br />

que envolva todas as áreas da<br />

agência e gere novos valores<br />

para nosso clientes. Ou seja,<br />

ele sempre foi um CGO, só<br />

lhe faltava o título”, afirmou<br />

Ricardo John, CEO e CCO da<br />

agência.<br />

Com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> buscar<br />

novas guias <strong>de</strong> receitas para a<br />

agência, diz Freitas, ele quer<br />

achar novos caminhos que influenciem<br />

não apenas no negócio<br />

da agência. É fundamental<br />

enten<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>scobrir formas<br />

para anunciantes e veículos<br />

também performarem melhor.<br />

“É um ecossistema que está<br />

machucado, mas há caminhos<br />

que trarão mais valor e resultados<br />

monetizáveis. É possível<br />

unir os lados, criando oportunida<strong>de</strong>s,<br />

envelopando coisas<br />

junto com esses parceiros”, diz.<br />

Freitas menciona quatro pilares<br />

para buscar o crescimento<br />

<strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> receita para a<br />

agência. O primeiro, afirma, é<br />

o <strong>de</strong> cuidar bem do que já está<br />

na casa e vislumbrar novas<br />

oportunida<strong>de</strong>s. Outro é gerar<br />

projetos que precisem <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s<br />

que a agência possua,<br />

como estratégia <strong>de</strong> mídia,<br />

planejamento e criativida<strong>de</strong>.<br />

Uma terceira vertente é <strong>de</strong>scobrir<br />

atuações novas, que<br />

po<strong>de</strong>m muito bem ser feitas<br />

por agências, como criar uma<br />

startup. “Elas precisam <strong>de</strong><br />

três coisas: marca, estratégia<br />

<strong>de</strong> comunicação e criativida<strong>de</strong>,<br />

mesmo que para criar uma<br />

simples logomarca. Percebo<br />

que nossa função se faz necessária,<br />

mas muitas vezes somos<br />

lembrados apenas para fazer<br />

campanhas”, diz Freitas. Uma<br />

quarta linha <strong>de</strong> atuação é <strong>de</strong><br />

aquisições <strong>de</strong> empresas que<br />

aju<strong>de</strong>m a FCB a crescer em outros<br />

segmentos.<br />

Em escala internacional,<br />

um dos principais movimentos<br />

recentes <strong>de</strong> executivos<br />

foi a contratação <strong>de</strong> Laurent<br />

Ezekiel pelo WPP junto ao rival<br />

Publicis Groupe, para assumir<br />

o cargo inédito <strong>de</strong> chief marketing<br />

and growth officer da<br />

holding britânica. Na estrutura<br />

do maior grupo <strong>de</strong> comunicação<br />

do mundo, ele fica abaixo<br />

apenas do CEO Mark Read e da<br />

chief client officer Lindsay Pattison,<br />

respon<strong>de</strong>ndo aos dois.<br />

Chamou a atenção <strong>de</strong> Read o<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> Ezekiel em diversas<br />

concorrências como GSK<br />

“em um mercado em<br />

transformação,<br />

as constantes<br />

mudanças serão<br />

cada vez mais<br />

comuns”<br />

Wilson Negrini,<br />

alçado a chief<br />

growth & business<br />

officer (CGBO) pela<br />

Lew’Lara\TBWA<br />

e na forma como conquistou<br />

novos negócios <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> clientes<br />

como Amex e Samsung. Sua<br />

contratação é parte importante<br />

do plano trianual <strong>de</strong> reestruturação<br />

do WPP. Em conversa<br />

com o AdAge, ele explicou que<br />

os clientes vão atrás das agências<br />

buscando não apenas marketing<br />

ou comunicação, mas<br />

uma experiência <strong>de</strong> consumidor<br />

com a marca em todos os<br />

pontos <strong>de</strong> contato, na loja, nas<br />

ruas, nas mídias ou no digital.<br />

AnunciAntes<br />

Entre os anunciantes, a realida<strong>de</strong><br />

do chief growth officer<br />

já vem <strong>de</strong> algum tempo. Em<br />

alguns casos, ele foi protagonista<br />

<strong>de</strong> uma transformação<br />

na estrutura <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong><br />

empresa que, inclusive, encerraram<br />

a função <strong>de</strong> chief marketing<br />

officer (CMO). A questão<br />

é vista não como uma forma<br />

<strong>de</strong> não se ter mais os lí<strong>de</strong>res<br />

<strong>de</strong> marketing na estrutura das<br />

companhias, mas <strong>de</strong> criar mais<br />

responsabilida<strong>de</strong>s, sendo o<br />

crescimento <strong>de</strong> novas linhas<br />

<strong>de</strong> receitas uma das principais.<br />

A Coca-Cola é um dos maiores<br />

exemplos da tendência<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando, em 2017, encerrou<br />

o cargo <strong>de</strong> CMO, com a<br />

saída <strong>de</strong> Marcos <strong>de</strong> Quinto. A<br />

função foi absorvida pelo chief<br />

growth officer Francisco Crespo,<br />

também responsável por<br />

habilida<strong>de</strong>s como estratégia<br />

corporativa e relação com o varejo.<br />

“Construir marcas não é<br />

criar performance e capital <strong>de</strong><br />

marca mais fortes, mas transformar<br />

isso em receitas e margem<br />

<strong>de</strong> lucros”, <strong>de</strong>finiu Crespo<br />

em entrevista ao AdAge, na<br />

ocasião das mudanças.<br />

O movimento levou diversos<br />

anunciantes a fazerem a<br />

mesma transformação, como a<br />

Johnson & Johnson Consumer,<br />

que encerrou o cargo <strong>de</strong> CMO<br />

com a saída <strong>de</strong> Alison Lewis,<br />

no ano passado. No fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2019, a Coca-Cola<br />

retomou o cargo <strong>de</strong> CMO, entregue<br />

a Manolo Arroyo.<br />

As funções, no entanto, são<br />

bem mais amplas do que antes,<br />

já que o profissional será ainda<br />

presi<strong>de</strong>nte da empresa para a<br />

região da Ásia Pacífico. A Coca-<br />

-Cola disse que a mudança visa<br />

que o marketing esteja mais<br />

integrado com a operação da<br />

companhia, e pensando em<br />

criar novas receitas e crescimento.<br />

A função <strong>de</strong> chief growth<br />

officer, <strong>de</strong>finitivamente, não<br />

parece ser um modismo no setor<br />

<strong>de</strong> agências. Ela consta na<br />

mais recente versão do Guia<br />

Salarial Robert Half <strong>2020</strong> como<br />

uma das áreas em ascensão no<br />

marketing, com salários médios<br />

que variam <strong>de</strong> R$ 13 mil<br />

a R$ 33,8 mil, <strong>de</strong> acordo com o<br />

tamanho da companhia e experiência<br />

do profissional.<br />

Mais que os salários, o estudo<br />

mapeou as habilida<strong>de</strong>s<br />

que serão mais <strong>de</strong>mandadas<br />

na contratação <strong>de</strong> profissionais<br />

até 2022, segundo os lí<strong>de</strong>res<br />

das empresas entrevistados. A<br />

mais elevante, na opinião <strong>de</strong><br />

51%, será a visão <strong>de</strong> negócios.<br />

Pensamento estratégico,<br />

li<strong>de</strong>rança e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

adaptação estão logo a seguir.<br />

Todas essas habilida<strong>de</strong>s serão<br />

necessárias aos chief growth<br />

officers na sua missão <strong>de</strong> moldar<br />

o futuro do negócios das<br />

agências.<br />

jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 17

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