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MERCADO<br />
do’ é um mercado estagnado,<br />
que não se renova, que não esteja<br />
sempre em busca <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s”,<br />
opina Silvana Torres,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Mark Up, agência<br />
<strong>de</strong> Live Marketing.<br />
Opinião parecida com a <strong>de</strong><br />
Teda Leite, media director da<br />
iProspect: “eu gostaria <strong>de</strong> ganhar<br />
uma comunicação transparente<br />
e respeitosa com os<br />
anunciantes e parceiros e evitar<br />
um mercado munido e regido<br />
<strong>de</strong> ‘sim’ sempre”.<br />
Edu Lima <strong>de</strong>finiu os presentes<br />
com frases. Ganhar: “‘gosto<br />
muito das campanhas que<br />
vocês estão colocando na rua.<br />
Confio no critério e na qualida<strong>de</strong><br />
do trabalho <strong>de</strong> vocês. Vou<br />
entregar a minha conta para<br />
vocês sem concorrência’”. Não<br />
ganhar: “’o compliance é quem<br />
vai <strong>de</strong>cidir essa concorrência’”.<br />
Aliás, a concorrência também<br />
entrou na lista <strong>de</strong> “presentes”<br />
<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros. “O fim <strong>de</strong><br />
concorrências. Seria um presente<br />
não só para os publicitários,<br />
mas especialmente para<br />
os anunciantes. Os clientes<br />
<strong>de</strong>veriam escolher seus parceiros<br />
não por um vestibular, mas<br />
pelo histórico escolar”, afirma.<br />
Já Melina Romariz enumerou<br />
o que gostaria <strong>de</strong> ganhar:<br />
mais mulheres em cargos <strong>de</strong><br />
chefia e li<strong>de</strong>rança; marcas<br />
mais diversas e com propósito<br />
transformador; relacionamento<br />
mais saudável entre agências e<br />
clientes; clientes mais abertos<br />
à inovação, ao risco, às novas<br />
i<strong>de</strong>ias e ambiente das agências<br />
com mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,<br />
respeito e inovação real. Obviamente,<br />
a chief strategy officer<br />
da Propeg também elencou o<br />
que não ganhar: práticas, atitu<strong>de</strong>s,<br />
li<strong>de</strong>ranças, formas <strong>de</strong><br />
trabalho e i<strong>de</strong>ias antiquadas,<br />
acomodadas, medrosas e preconceituosas.<br />
Andréa Barrios também revelou<br />
qual seria o presente i<strong>de</strong>al<br />
para o Dia do Publicitário.<br />
“Ter empresas mais homogêneas<br />
on<strong>de</strong> a diversida<strong>de</strong> seja<br />
algo natural e não apenas um<br />
programa a ser estampado nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais”. Já o presente<br />
que a diretora <strong>de</strong> atendimento<br />
não quer ver nem pintado:<br />
“oportunismo e privilégios sem<br />
merecimento”.<br />
PubliCiDADE?<br />
“Se uma criança <strong>de</strong> 8 anos<br />
pedisse para você explicar o<br />
que faz um publicitário, o que<br />
Santoro: “Todas as profissões estão mais preocupadas com a saú<strong>de</strong> física e mental”<br />
“clientes <strong>de</strong>veriam<br />
escOlher seus<br />
parceirOs nãO pOr<br />
um vestibular,<br />
mas pelO históricO<br />
escOlar”<br />
Silvana Torres acredita que mercado mais justo só virá com equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> salários<br />
Divulgação<br />
você diria?”: o PROPMARK<br />
questionou os entrevistados<br />
com esta questão e as respostas<br />
misturam objetivida<strong>de</strong>, humor<br />
e paixão. “Diria que é uma tarefa<br />
muito divertida e que eu<br />
pensava em fazer algo parecido<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tinha aquela ida<strong>de</strong>”,<br />
diz Me<strong>de</strong>iros.<br />
“Eu acho que tem duas formas<br />
<strong>de</strong> ver essa profissão: copo<br />
meio cheio e meio vazio. Tem<br />
muita gente que acaba <strong>de</strong>monizando<br />
porque fala que a gente<br />
ven<strong>de</strong> o que não precisa. A<br />
gente estimula o capitalismo, a<br />
compra, necessida<strong>de</strong>s que muitas<br />
vezes as pessoas não têm.<br />
Essa seria a forma negativa <strong>de</strong><br />
olhar o trabalho do publicitário.<br />
Mas eu gosto <strong>de</strong> olhar pelo copo<br />
meio cheio [...]. Acredito que a<br />
publicida<strong>de</strong> tem um papel muito<br />
maior, infinitamente maior.<br />
De mudar o mindset das pessoas,<br />
<strong>de</strong> ajudar a conscientizar<br />
a população”, esclarece Renata<br />
Hilario.<br />
Andréa Barrios respon<strong>de</strong>ria<br />
da seguinte maneira: “‘sabe<br />
todos aqueles vi<strong>de</strong>ozinhos e<br />
mensagens que aparecem nos<br />
seus joguinhos, no YouTube,<br />
no Facebook? Pois é, são os publicitários<br />
que fazem tudo isso<br />
acontecer’. Mas, do jeito que<br />
essas crianças são espertas,<br />
provavelmente respon<strong>de</strong>riam:<br />
‘Eu sei, inclusive tenho umas<br />
i<strong>de</strong>ias pra dar para esses caras’”,<br />
brinca.<br />
Sem falsa modéstia, Edu<br />
Lima afirma que não diria nada.<br />
“Eu mostraria os trabalhos que<br />
temos feito aqui na W+K. Acho<br />
que eles encantam e se explicam<br />
por si só”.<br />
Já Marcia Man<strong>de</strong>tta, chief<br />
business officer da agência <strong>de</strong><br />
live marketing Hands, explicaria<br />
da mesma maneira que fala<br />
para sua mãe. “Uma dificulda<strong>de</strong><br />
que tenho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que iniciei<br />
nesse mercado [risos]. O que<br />
fazemos é levar para as pessoas<br />
uma experiência ao vivo, sobre<br />
aquilo que as marcas contam<br />
nas propagandas”.<br />
Alguns teriam mais dificulda<strong>de</strong>.<br />
“Não sou capaz. Até hoje<br />
minha família não enten<strong>de</strong>”,<br />
graceja Priscilla Ceruti.<br />
Brinca<strong>de</strong>iras à parte, o publicitário<br />
segue como um profissional<br />
indispensável para o<br />
sucesso do país, isso é inegável.<br />
Porém, como bem refletiu Teda<br />
Leite, da iProspect, é preciso<br />
que haja algumas mudanças<br />
para que a ativida<strong>de</strong> siga <strong>de</strong> maneira<br />
sadia.<br />
Esse novo mindset <strong>de</strong>ve começar<br />
com lí<strong>de</strong>res e gestores,<br />
pois, enquanto o celular for<br />
uma forma <strong>de</strong> comunicação<br />
para acessar as pessoas fora<br />
do horário comercial, os prazos<br />
forem irreais, o negócio for<br />
movido na base do lucro a todo<br />
custo, “dificilmente o nosso<br />
mercado vai ser sustentável”.<br />
36 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark