29.04.2020 Views

Jornal das Oficinas 174

  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

COVID-19<br />

“OS PREJUÍZOS SÃO INEVITÁVEIS, MAS É PREMATURO AVANÇAR COM A SUA<br />

QUantificaÇÃO (...) ESPERAMOS QUE O TERCEIRO TRIMESTRE SEJA A ALAVanca<br />

da RETOMA DA ECONOMIA, EM GERAL, E DO SETOR AUTOMÓVEL, EM PARTICULAR<br />

(...) VAMOS MANTER TODOS OS GRANDES INVESTIMENTOS”, JOSÉ VAZ, ROMAFE<br />

De resto, mantemos a nossa atividade,<br />

dentro da normalidade possível.<br />

Também deixámos de abrir aos sábados”,<br />

conta. No caso da Sabugalauto,<br />

produto não faltou. “Temos um bom<br />

stock e andamos a receber, regularmente,<br />

a generalidade <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong>,<br />

apesar de, por vezes, termos ligeiros<br />

atrasos a receber algumas. Os<br />

clientes podem ter de esperar mais<br />

um pouco, mas ninguém tem ficado<br />

sem material”, acrescenta Luís Silva.<br />

O responsável da Sabugalauto já começou<br />

a fazer contas aos prejuízos<br />

causados pelo novo coronavírus. “Sim,<br />

claro. Estamos com quebras de ven<strong>das</strong><br />

na ordem dos 50% e já temos alguns<br />

clientes com dificuldades para cumprir<br />

com os seus pagamentos. Todos os<br />

nossos projetos de investimento tiveram<br />

de ser congelados e passámos de<br />

um ano com perspetivas de crescimento<br />

para um ano de quebra”, lamenta<br />

Luís Silva, que não vê solução a curto<br />

ou médio prazo. “A retoma vai ser demorada,<br />

mais do que muitos pensam.<br />

Na minha perspetiva, a grande maioria<br />

<strong>das</strong> empresas vai optar pelo pagamento<br />

faseado do IVA, Segurança Social<br />

e IRC. Isto vai comprometer toda<br />

a conjuntura económica até dezembro,<br />

pois apenas irão ter os pagamentos regularizados<br />

nessa altura. Ou seja, em<br />

2020 já não iremos ver retoma”, prevê.<br />

“Quanto a 2021, não iremos ver<br />

retoma, apesar de o negócio ‘começar<br />

a mexer’. A grande maioria <strong>das</strong> empresas<br />

irá começar a pagar, neste ano,<br />

os financiamentos que fizeram para<br />

enfrentar a Covid-19, que podem ter<br />

seis ou 12 meses de carência. Ou seja,<br />

teremos uma despesa extra nas empresas,<br />

o que levará a que se retraia<br />

novamente a economia, diz. “Mas nem<br />

tudo é mau. Ao terem menos liquidez,<br />

as empresas e particulares irão, maioritariamente,<br />

optar por reparar as viaturas<br />

que têm. Será necessária uma<br />

boa cobrança <strong>das</strong> ven<strong>das</strong>. As oficinas<br />

têm acesso a apoios específicos por via<br />

da Covid-19. Nós não os deveremos<br />

financiar gratuitamente, nesta fase, e<br />

assim comprometer a nossa liquidez<br />

para operações diárias”, explica.<br />

<strong>Oficinas</strong> de portas abertas<br />

As oficinas são o elo da cadeia de<br />

distribuição que convive com o grande<br />

público. Na sua maioria, durante<br />

a pandemia, continuam de portas<br />

abertas, cumprindo a sua função de<br />

“bem essencial”. No caso da oficina<br />

Auto Vasco da Gama, Rogério Martins<br />

confirma que foram adota<strong>das</strong> as<br />

“medi<strong>das</strong> de contingência e prevenção,<br />

colocando a saúde de colaboradores,<br />

clientes e fornecedores em primeiro<br />

lugar, mantendo-nos atualizados e informando<br />

todos sobre as regras a serem<br />

cumpri<strong>das</strong> durante este processo<br />

de forma a garantir a saúde de todos”,<br />

avança. “Durante a pandemia, houve<br />

uma diminuição significativa do volume<br />

de negócios. O número de clientes<br />

privados diminuiu. Estamos a trabalhar,<br />

maioritariamente, com empresas<br />

(viaturas de frotas). Este facto deve-se<br />

ao confinamento, uma vez que há menos<br />

veículos na estrada, e à incerteza<br />

económica que se vive, onde as pessoas<br />

tendem a cortar nas despesas, sendo os<br />

gastos com a viatura adiados ou reduzidos<br />

ao essencial”.<br />

A Auto Vasco da Gama não deixou<br />

de laborar durante todo este período<br />

de quarentena. “Estamos a garantir a<br />

operacionalidade dos nossos serviços,<br />

dentro dos horários habituais. Sempre<br />

em conformidade com os padrões de<br />

segurança e proteção exigidos”. Rogé-<br />

18 Maio I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!