Jornal das Oficinas 174
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COVID-19<br />
“OS PREJUÍZOS SÃO INEVITÁVEIS, MAS É PREMATURO AVANÇAR COM A SUA<br />
QUantificaÇÃO (...) ESPERAMOS QUE O TERCEIRO TRIMESTRE SEJA A ALAVanca<br />
da RETOMA DA ECONOMIA, EM GERAL, E DO SETOR AUTOMÓVEL, EM PARTICULAR<br />
(...) VAMOS MANTER TODOS OS GRANDES INVESTIMENTOS”, JOSÉ VAZ, ROMAFE<br />
De resto, mantemos a nossa atividade,<br />
dentro da normalidade possível.<br />
Também deixámos de abrir aos sábados”,<br />
conta. No caso da Sabugalauto,<br />
produto não faltou. “Temos um bom<br />
stock e andamos a receber, regularmente,<br />
a generalidade <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong>,<br />
apesar de, por vezes, termos ligeiros<br />
atrasos a receber algumas. Os<br />
clientes podem ter de esperar mais<br />
um pouco, mas ninguém tem ficado<br />
sem material”, acrescenta Luís Silva.<br />
O responsável da Sabugalauto já começou<br />
a fazer contas aos prejuízos<br />
causados pelo novo coronavírus. “Sim,<br />
claro. Estamos com quebras de ven<strong>das</strong><br />
na ordem dos 50% e já temos alguns<br />
clientes com dificuldades para cumprir<br />
com os seus pagamentos. Todos os<br />
nossos projetos de investimento tiveram<br />
de ser congelados e passámos de<br />
um ano com perspetivas de crescimento<br />
para um ano de quebra”, lamenta<br />
Luís Silva, que não vê solução a curto<br />
ou médio prazo. “A retoma vai ser demorada,<br />
mais do que muitos pensam.<br />
Na minha perspetiva, a grande maioria<br />
<strong>das</strong> empresas vai optar pelo pagamento<br />
faseado do IVA, Segurança Social<br />
e IRC. Isto vai comprometer toda<br />
a conjuntura económica até dezembro,<br />
pois apenas irão ter os pagamentos regularizados<br />
nessa altura. Ou seja, em<br />
2020 já não iremos ver retoma”, prevê.<br />
“Quanto a 2021, não iremos ver<br />
retoma, apesar de o negócio ‘começar<br />
a mexer’. A grande maioria <strong>das</strong> empresas<br />
irá começar a pagar, neste ano,<br />
os financiamentos que fizeram para<br />
enfrentar a Covid-19, que podem ter<br />
seis ou 12 meses de carência. Ou seja,<br />
teremos uma despesa extra nas empresas,<br />
o que levará a que se retraia<br />
novamente a economia, diz. “Mas nem<br />
tudo é mau. Ao terem menos liquidez,<br />
as empresas e particulares irão, maioritariamente,<br />
optar por reparar as viaturas<br />
que têm. Será necessária uma<br />
boa cobrança <strong>das</strong> ven<strong>das</strong>. As oficinas<br />
têm acesso a apoios específicos por via<br />
da Covid-19. Nós não os deveremos<br />
financiar gratuitamente, nesta fase, e<br />
assim comprometer a nossa liquidez<br />
para operações diárias”, explica.<br />
<strong>Oficinas</strong> de portas abertas<br />
As oficinas são o elo da cadeia de<br />
distribuição que convive com o grande<br />
público. Na sua maioria, durante<br />
a pandemia, continuam de portas<br />
abertas, cumprindo a sua função de<br />
“bem essencial”. No caso da oficina<br />
Auto Vasco da Gama, Rogério Martins<br />
confirma que foram adota<strong>das</strong> as<br />
“medi<strong>das</strong> de contingência e prevenção,<br />
colocando a saúde de colaboradores,<br />
clientes e fornecedores em primeiro<br />
lugar, mantendo-nos atualizados e informando<br />
todos sobre as regras a serem<br />
cumpri<strong>das</strong> durante este processo<br />
de forma a garantir a saúde de todos”,<br />
avança. “Durante a pandemia, houve<br />
uma diminuição significativa do volume<br />
de negócios. O número de clientes<br />
privados diminuiu. Estamos a trabalhar,<br />
maioritariamente, com empresas<br />
(viaturas de frotas). Este facto deve-se<br />
ao confinamento, uma vez que há menos<br />
veículos na estrada, e à incerteza<br />
económica que se vive, onde as pessoas<br />
tendem a cortar nas despesas, sendo os<br />
gastos com a viatura adiados ou reduzidos<br />
ao essencial”.<br />
A Auto Vasco da Gama não deixou<br />
de laborar durante todo este período<br />
de quarentena. “Estamos a garantir a<br />
operacionalidade dos nossos serviços,<br />
dentro dos horários habituais. Sempre<br />
em conformidade com os padrões de<br />
segurança e proteção exigidos”. Rogé-<br />
18 Maio I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com