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Jornal das Oficinas 174

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o. E Bruno Salgado admite. “Neste<br />

momento, é impossível antever a<br />

retoma do setor. A economia global<br />

está dependente de uma série de medi<strong>das</strong><br />

que visam minimizar os impactos<br />

financeiros, não só em Portugal,<br />

como em outros países. Sabemos<br />

que essa retoma será lenta e trará<br />

consequências. Contudo, já vivemos<br />

outras crises, que, apesar de não serem<br />

comparáveis, deram-nos uma<br />

certa ‘bagagem’ para enfrentar o que<br />

aí vem. Tenho por hábito tentar ser<br />

otimista sem nunca perder a noção<br />

da realidade. Há famílias que dependem<br />

da Movetec para sobreviver. Isso<br />

é mais do que um motivo para continuar<br />

a lutar, como temos vindo a fazer<br />

até hoje. Felizmente, contamos com<br />

parceiros que têm sido fundamentais<br />

para a Movetec e esperamos continuar<br />

a contar com a ajuda de todos.<br />

Assim como estaremos aqui sempre<br />

para os que necessitarem”, afirma.<br />

Diogo Bordalo, responsável da Servidiesel,<br />

também fala em “responsabilidade<br />

social” para definir estes dias.<br />

“Entendemos a nossa prestação de<br />

serviço como essencial ao funcionamento<br />

da sociedade num Estado de<br />

Emergência e, por isso, nunca parámos<br />

a nossa atividade. Temos muitos<br />

clientes que garantem os transportes<br />

públicos, a distribuição de medicamentos<br />

e alimentos, o funcionamento<br />

de geradores dos hospitais e, claro,<br />

as viaturas dos nossos profissionais<br />

de saúde, que estão num desafio sem<br />

igual nos tempos modernos, no nosso<br />

país”. Diogo Bordalo acredita que<br />

a retoma, “pequena”, comece já “em<br />

maio e junho”. E explica o raciocínio.<br />

“O terceiro trimestre (trimestre de verão)<br />

pode ser o grande decisor desta<br />

retoma para o ano corrente, já que, se<br />

em termos epidemiológicos, não tivermos<br />

surpresas (uma nova vaga de<br />

crescimento exponencial de pessoas<br />

infeta<strong>das</strong>), poderemos ter um último<br />

trimestre mais próximo da normalidade,<br />

mas que será sempre inferior<br />

em termos de negócio, se comparada<br />

com o início deste ano”, afirma.<br />

Por fim, Ricardo Ferreira, gerente da<br />

RF Auto, reconhece a oficina encerrou<br />

entre 17 e 31 de março. “Achámos<br />

por bem salvaguardar a saúde de toda<br />

a equipa e perceber os contornos e<br />

consequências deste problema”, refere.<br />

“Retomámos o trabalho no passado<br />

dia 1 de abril. Como tínhamos<br />

um volume de viaturas em parque<br />

considerável a aguardar reparação,<br />

estamos a manter todos os postos em<br />

funcionamento, mas não com o ritmo<br />

que gostaríamos, o que se deve à<br />

instabilidade (empresas encerra<strong>das</strong>,<br />

inexistência de ven<strong>das</strong> de automóveis,<br />

grande diminuição da sinistralidade)<br />

e a um ou outro colaborador que pretendia<br />

estar em quarentena”, adianta.<br />

Ricardo Ferreira, por seu turno, está<br />

“preocupado, mas otimista”, uma vez<br />

que as empresas que, ao longo dos<br />

anos, desenvolveram relações sóli<strong>das</strong><br />

com os clientes e apostaram na qualidade,<br />

irão conseguir superar esta<br />

fase, com mais ao menos dificuldade,<br />

mas superar”, defende. “Ainda<br />

é muito cedo para contabilizarmos<br />

valores, mas antevejo quebras de 30<br />

a 40% da faturação”, frisa. E completa.<br />

“Acredito que esta área de negócio<br />

irá atravessar um período negro da<br />

sua história, pois enquanto não houver<br />

resolução para esta doença, nada<br />

apodemos fazer. Veremos a venda de<br />

viaturas. A ser muito reduzida, a vinda<br />

de turistas que movimentavam milhares<br />

de veículos poderá sofrer uma<br />

diminuição enorme. E até o número<br />

de sinistros pode ser muito reduzido,<br />

pois as pessoas passam mais tempo<br />

em casa”. Por tudo isto, conclui o<br />

responsável da RF Auto, “é tempo de<br />

criar alternativas!”. l<br />

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