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inspiração<br />
agilida<strong>de</strong> superior a startup<br />
Arquivo Pessoal<br />
“O que realmente me encanta no The New York Times é que eles<br />
saíram da zona <strong>de</strong> conforto, se <strong>de</strong>safiaram e se reinventaram”<br />
RodRigo TigRe<br />
especial para o PRoPMARK<br />
The New York Times é a minha primeira<br />
referência quando falamos sobre<br />
O<br />
inspiração. Mas essa inspiração não é aleatória,<br />
é por ver um gigante consolidado se<br />
atualizar com mais agilida<strong>de</strong> do que muita<br />
startup.<br />
Eu que trabalho no universo digital <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que ele ficava no subsolo <strong>de</strong>svalorizado<br />
das empresas <strong>de</strong> comunicação, sempre tive<br />
em mente que o papel ia acabar sendo substituído<br />
em algum momento.<br />
O TNY Times olhou para essa projeção<br />
<strong>de</strong> uma forma que nenhum veículo <strong>de</strong> imprensa<br />
tinha feito. E se adaptou, ou melhor,<br />
se reinventou. Um jornal centenário conseguiu<br />
não apenas se digitalizar, mas se transformar<br />
tanto na forma quanto no conteúdo,<br />
<strong>de</strong> maneira inovadora.<br />
Falando especificamente na parte <strong>de</strong><br />
podcasts, que é algo que faz parte do meu<br />
dia a dia, eles adotaram um formato muito<br />
interessante e diferente. O The Daily, programa<br />
do The New York Times que tem cerca<br />
<strong>de</strong> 3 milhões <strong>de</strong> downloads por episódio,<br />
que por sinal é um dos maiores dos Estados<br />
Unidos, entrega notícias <strong>de</strong> uma forma<br />
mais próxima do seu público. Pelo podcast<br />
ser um conteúdo on <strong>de</strong>mand, ele cria uma<br />
relação próxima com seu consumidor e o<br />
The New York Times consegue transmitir<br />
divinamente isso em seus programas. É um<br />
tipo <strong>de</strong> mídia que não exige gran<strong>de</strong>s produções:<br />
com apenas um microfone é estabelecida<br />
uma i<strong>de</strong>ntificação com o público a partir<br />
<strong>de</strong> uma intimida<strong>de</strong> gerada pelo jornalista<br />
com o entrevistado.<br />
Aqui o que vale mais é a narrativa e a história<br />
que ele está contando.<br />
É possível sentir a ambientação do programa<br />
pelo tom que eles usam. Por exemplo,<br />
tem programas em que o interlocutor<br />
vai pra rua e contextualiza, explicando<br />
on<strong>de</strong> está e o que está fazendo. Em outros,<br />
você percebe que o entrevistador e o entrevistado<br />
estão em um estúdio, há silêncios<br />
estratégicos em alguns trechos.<br />
Isso tudo faz o ouvinte i<strong>de</strong>ntificar os<br />
sons, se imaginar naquele cenário e se concentrar<br />
ainda mais naquilo que ela está escutando.<br />
O que realmente me encanta no The New<br />
York Times é que eles saíram da zona <strong>de</strong><br />
conforto, se <strong>de</strong>safiaram e se reinventaram.<br />
A empresa, inclusive, adquiriu recentemente<br />
a Serial Productions.<br />
A produtora <strong>de</strong> podcasts jornalísticos<br />
é responsável pelo Serial, o programa <strong>de</strong><br />
podcast <strong>de</strong> jornalismo investigativo mais<br />
reconhecido no mundo, que fez com que<br />
esse tipo <strong>de</strong> mídia ganhasse visibilida<strong>de</strong><br />
nacional nos EUA nos últimos cinco anos.<br />
A aquisição promete contribuir para um<br />
avanço na infraestrutura organizacional e<br />
nos recursos para fazer mais shows, o que<br />
mostra que o NYT continua expandindo<br />
seus horizontes, sem esperar pela mudança<br />
chegar até ele.<br />
Infelizmente acompanhamos diversas<br />
empresas que acabam <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> existir<br />
porque ignoraram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se atualizar,<br />
permaneceram no mesmo lugar e per<strong>de</strong>ram<br />
espaço.<br />
E foi exatamente o oposto do que fez o<br />
The New York Times. O veículo enxergou<br />
oportunida<strong>de</strong>s ao enten<strong>de</strong>r que o jornal <strong>de</strong><br />
papel se tornaria mais obsoleto.<br />
Ao acompanhar a movimentação global<br />
em torno da tecnologia, permaneceram<br />
como um dos maiores meios <strong>de</strong> informação<br />
do mundo.<br />
Eles não per<strong>de</strong>ram tempo “nadando contra<br />
a maré”, e sim aproveitaram essa “correnteza”<br />
para “pensar fora da caixa” e se<br />
reinventar.<br />
Por isso que eu levo como inspiração<br />
pessoal o The New York Times.<br />
Sempre penso em sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
reinventar, <strong>de</strong> ser vanguardista e, por isso,<br />
se manter como um dos maiores meios <strong>de</strong><br />
informação do mundo, mesmo tendo mais<br />
<strong>de</strong> cem anos <strong>de</strong> história.<br />
Perceber o movimento e “andar com ele”<br />
é algo que <strong>de</strong>vemos fazer todo dia e não<br />
<strong>de</strong>ixar para tentar correr na última hora.<br />
Rodrigo Tigre é CEO da RedMas<br />
jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 17