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edição de 3 de agosto de 2020

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inspiração<br />

agilida<strong>de</strong> superior a startup<br />

Arquivo Pessoal<br />

“O que realmente me encanta no The New York Times é que eles<br />

saíram da zona <strong>de</strong> conforto, se <strong>de</strong>safiaram e se reinventaram”<br />

RodRigo TigRe<br />

especial para o PRoPMARK<br />

The New York Times é a minha primeira<br />

referência quando falamos sobre<br />

O<br />

inspiração. Mas essa inspiração não é aleatória,<br />

é por ver um gigante consolidado se<br />

atualizar com mais agilida<strong>de</strong> do que muita<br />

startup.<br />

Eu que trabalho no universo digital <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que ele ficava no subsolo <strong>de</strong>svalorizado<br />

das empresas <strong>de</strong> comunicação, sempre tive<br />

em mente que o papel ia acabar sendo substituído<br />

em algum momento.<br />

O TNY Times olhou para essa projeção<br />

<strong>de</strong> uma forma que nenhum veículo <strong>de</strong> imprensa<br />

tinha feito. E se adaptou, ou melhor,<br />

se reinventou. Um jornal centenário conseguiu<br />

não apenas se digitalizar, mas se transformar<br />

tanto na forma quanto no conteúdo,<br />

<strong>de</strong> maneira inovadora.<br />

Falando especificamente na parte <strong>de</strong><br />

podcasts, que é algo que faz parte do meu<br />

dia a dia, eles adotaram um formato muito<br />

interessante e diferente. O The Daily, programa<br />

do The New York Times que tem cerca<br />

<strong>de</strong> 3 milhões <strong>de</strong> downloads por episódio,<br />

que por sinal é um dos maiores dos Estados<br />

Unidos, entrega notícias <strong>de</strong> uma forma<br />

mais próxima do seu público. Pelo podcast<br />

ser um conteúdo on <strong>de</strong>mand, ele cria uma<br />

relação próxima com seu consumidor e o<br />

The New York Times consegue transmitir<br />

divinamente isso em seus programas. É um<br />

tipo <strong>de</strong> mídia que não exige gran<strong>de</strong>s produções:<br />

com apenas um microfone é estabelecida<br />

uma i<strong>de</strong>ntificação com o público a partir<br />

<strong>de</strong> uma intimida<strong>de</strong> gerada pelo jornalista<br />

com o entrevistado.<br />

Aqui o que vale mais é a narrativa e a história<br />

que ele está contando.<br />

É possível sentir a ambientação do programa<br />

pelo tom que eles usam. Por exemplo,<br />

tem programas em que o interlocutor<br />

vai pra rua e contextualiza, explicando<br />

on<strong>de</strong> está e o que está fazendo. Em outros,<br />

você percebe que o entrevistador e o entrevistado<br />

estão em um estúdio, há silêncios<br />

estratégicos em alguns trechos.<br />

Isso tudo faz o ouvinte i<strong>de</strong>ntificar os<br />

sons, se imaginar naquele cenário e se concentrar<br />

ainda mais naquilo que ela está escutando.<br />

O que realmente me encanta no The New<br />

York Times é que eles saíram da zona <strong>de</strong><br />

conforto, se <strong>de</strong>safiaram e se reinventaram.<br />

A empresa, inclusive, adquiriu recentemente<br />

a Serial Productions.<br />

A produtora <strong>de</strong> podcasts jornalísticos<br />

é responsável pelo Serial, o programa <strong>de</strong><br />

podcast <strong>de</strong> jornalismo investigativo mais<br />

reconhecido no mundo, que fez com que<br />

esse tipo <strong>de</strong> mídia ganhasse visibilida<strong>de</strong><br />

nacional nos EUA nos últimos cinco anos.<br />

A aquisição promete contribuir para um<br />

avanço na infraestrutura organizacional e<br />

nos recursos para fazer mais shows, o que<br />

mostra que o NYT continua expandindo<br />

seus horizontes, sem esperar pela mudança<br />

chegar até ele.<br />

Infelizmente acompanhamos diversas<br />

empresas que acabam <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> existir<br />

porque ignoraram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se atualizar,<br />

permaneceram no mesmo lugar e per<strong>de</strong>ram<br />

espaço.<br />

E foi exatamente o oposto do que fez o<br />

The New York Times. O veículo enxergou<br />

oportunida<strong>de</strong>s ao enten<strong>de</strong>r que o jornal <strong>de</strong><br />

papel se tornaria mais obsoleto.<br />

Ao acompanhar a movimentação global<br />

em torno da tecnologia, permaneceram<br />

como um dos maiores meios <strong>de</strong> informação<br />

do mundo.<br />

Eles não per<strong>de</strong>ram tempo “nadando contra<br />

a maré”, e sim aproveitaram essa “correnteza”<br />

para “pensar fora da caixa” e se<br />

reinventar.<br />

Por isso que eu levo como inspiração<br />

pessoal o The New York Times.<br />

Sempre penso em sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

reinventar, <strong>de</strong> ser vanguardista e, por isso,<br />

se manter como um dos maiores meios <strong>de</strong><br />

informação do mundo, mesmo tendo mais<br />

<strong>de</strong> cem anos <strong>de</strong> história.<br />

Perceber o movimento e “andar com ele”<br />

é algo que <strong>de</strong>vemos fazer todo dia e não<br />

<strong>de</strong>ixar para tentar correr na última hora.<br />

Rodrigo Tigre é CEO da RedMas<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 17

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