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Mensagem do Graal - Na luz da verdade vol 2

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31. Falecido 193

pensou existir algo mais do que o corpo terreno, também não

podia sentir o toque em seu corpo de matéria fina.

Um indizível sentimento de medo deixa-o estremecer. A

fraqueza do desamparo oprime-o até o chão, sua consciência

desaparece.

Uma voz que ele conhece o faz voltar a si lentamente. Vê

então aquele corpo que ele usava na Terra, rodeado de flores.

Tem vontade de sair dali, mas lhe é impossível desvencilhar-se

daquele corpo frio e imóvel. Percebe nitidamente que ainda se

acha ligado a ele. E eis que torna a ouvir a voz que o despertara

do dormitar. Trata-se de seu amigo que conversa com outra

pessoa. Ambos trouxeram uma grinalda mortuária e, enquanto a

depositam, falam. Ninguém mais está junto dele.

O amigo! Quer se fazer notar por ele e pelo outro, que com o

amigo muitas vezes fora seu querido hóspede! Tem de dizer-lhes

que nele a vida, esquisitamente, ainda continua, que ainda pode

ouvir o que as pessoas falam. Chama! Todavia, calmamente o

seu amigo se volta para o acompanhante e continua a falar. Mas

o que ele fala lhe perpassa como um susto através de seus membros.

É esse o seu amigo? Assim ele fala dele agora.

Escuta, estarrecido, as palavras daquelas pessoas com as

quais tantas vezes bebeu e riu, que só elogiavam enquanto

comiam à sua mesa e freqüentavam sua casa hospitaleira.

Foram-se; chegam outros de novo. Como podia agora reconhecer

as pessoas! Tantas, a quem tinha em alta consideração,

agora, só lhe despertavam asco e ira, enquanto que outras, a

quem nunca dera atenção, de bom grado teria apertado a mão

com gratidão. Mas não o ouviam, não o sentiam, apesar de ele se

exaltar, gritar, a fim de provar que estava vivo! —

Com enorme acompanhamento conduziram então o corpo à

sepultura. Estava sentado no próprio ataúde. Amargurado e

desesperado, agora somente ainda podia rir, rir! O riso, porém,

logo deu lugar ao mais profundo desalento, e imensa solidão lhe

sobreveio. Cansou-se, dormiu. ————

Ao acordar, escuro estava à sua volta. Não sabia quanto

tempo havia dormido. Percebeu, todavia, que já não podia mais

estar ligado como até então ao seu corpo terreno, pois estava

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