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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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Um mergulho em mim

pre me pede que eu ligue ou envie uma mensagem, avisando como

estou — e sempre acrescenta uma ameaça à conversa. Fui ligar pra ela,

com as minhas moedas contadas, e explicar a situação. Ela me sugeriu

mudar de hospedagem, ao que eu achei uma ótima ideia e pensei em

buscar no site que eu tinha visto ao regressar ao albergue. Me perdi na

volta e fui parar no centro da cidade, na calle Florida para ser mais exata.

Esqueci da obviedade de que eu estava sem dinheiro e fiz algumas compras

no cartão de crédito, ao que o meu cartão na terceira ou quarta

transação recusou a funcionar. Quinta turbulência de viagem. Eu não

tinha avisado à operadora de cartão.

Aviso viagem? Eu não fazia ideia do que era isso em junho de 2013.

Hoje em dia, está na minha lista de afazeres pré-viagem, por mais que

eu só o leve para emergências. Ligações de telefone, depois, em um locutório,

eu descobri que, além da falta de dinheiro vivo, eu não poderia

mais usar o cartão, pois ele havia sido bloqueado e só seria liberado

quando a fatura fechasse. Ou seja: eu já deveria estar no Brasil, de acordo

com a data. Mas como voltar, se eu não tinha dinheiro mais nem

para pegar uma condução? Que angústia e que erro!

A minha tentativa de performar como a personagem principal de

Comer, Rezar e Amar estava indo por água abaixo. De fato, não tinha

como eu me reencontrar daquele jeito. Caos dentro e fora de mim. A

minha solução, dada por um amigo colombiano, foi a de pedir que a

minha mãe me fizesse uma transferência em dinheiro.

Estava decidida a sair do albergue em que eu havia me hospedado.

Não tinha nada de vida noturna como eu pensava, estava dividindo o

quarto com uma senhora brasileira que havia vomitado na noite anterior,

o café da manhã era ruim, não havia água quente nem calefação.

Foi quando eu subi as escadas da recepção, um tanto quanto emburrada

com os meus erros, dei de cara com ele.

Havia trocado o turno do recepcionista e aquele sorriso me fez acelerar

o peito. Era só o que me faltava. Conversamos e eu me perdi no

sotaque portenho. Decidi que talvez, quem sabe, fosse uma boa ideia

permanecer ali. Foi o que disse à minha mãe ao telefone. Eu sou boa

de conversa e foi o que fiz.

Como a vida era uma loucura, me envolvi na paixonite mais louca.

Todos os detalhes fazem a história se assemelhar a mais um exemplar

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