COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
- No tags were found...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Linda era seu nome 39
de tanto ódio e ciúme.
ooo
Mas, naquele final de semana, finalmente concretizaria seu plano de
vingança. Aquela era a hora tão esperada. Mario sabia que Linda experimentaria
o vestido, cuidadosamente escolhido, quando ela confirmou
a vinda para a praia.
E lá estava Linda. Em posição privilegiada, Mario conseguia vê-la
pelo espelho da penteadeira. Aquela imagem sedutora faz aflorar seu
desejo reprimido; seu coração bater descompensado; retesar seu órgão
sexual embaixo da bermuda, toda molhada de suco de maracujá, de
propósito, derrubado.
Linda, despreocupada, apenas encostara a janela e deixara a porta
entreaberta. Não conseguia fechar o zíper do vestido tomara-que-caia,
quando Gabriel bate na porta da frente. Pensando estar sozinha na
casa, se assusta e corre até a porta do quarto, dando de frente com o pai
que, espertamente, se recompõe, fingindo ter chegado naquele momento
no corredor que dava acesso ao quarto.
Como Mario esquecera o celular na barraca, Gabriel o avisa que
o novo vendedor de polpas o aguardava na barraca e sai, fechando o
portão atrás de si.
Linda, sem nada desconfiar do pai, solicita que ele feche o engastalhado
zíper do vestido. Mário diz que vai primeiro lavar as mãos e
trocar de bermuda. Aquele pedido da filha facilitaria demasiadamente
seu dantesco propósito; uma perfeita luva em suas mãos.
Linda, encantada com o novo vestido e com vontade de passear
no calçadão da praia continuava se admirando no espelho e nem se
dá conta que seu pai, discretamente, retornara ao quarto. Apenas de
bermuda, tomou o cuidado de tirar a camiseta, fecha a porta e aproxima-se
de Linda para, supostamente, ajudá-la com o zíper. No exato
momento em que Linda vira-se de costas, Mario a segura fortemente e
tapa sua boca com a mão esquerda enquanto segura seus braços com a
mão direita. Linda sem nada entender, se apavora e tenta, sem sucesso,
se desvencilhar do pai. Para agonia de Linda, o zíper não fora fechado
e o vestido facilmente escorrega para baixo.
Mario arrasta a filha para a velha cama de Matilde e, colocando-a
de costas sobre o edredom cor de mel, amarra o guardanapo de pano