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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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80 Lucimara Leite

Não aceita a opinião de que as mulheres sejam criaturas frágeis, que

facilmente se deixam levar pelos vícios. E vai rebater esse pensamento

equivocado dos homens no próprio terreno deles. Tanto é assim que

ousa lançar mão de uma arma masculina, a escrita, ocupando um lugar

até então restrito aos homens, com raras exceções, como era o caso de

Marie de France.

É dessa mulher ativa, responsável pela educação dos filhos, conhecedora

das leis, das artes, da Literatura, dominadora da eloquência e

produtora de conhecimento que a autora nos fala. Seu objetivo era fazer

com que os homens saíssem de sua ignorância em relação às mulheres

e, também, que os exemplos e conselhos apresentados em suas

obras pudessem servir de espelho para outras mulheres.

A educação privilegiada que Christine teve, sua inclinação para os

estudos e a forte influência de seu pai e, depois, de seu marido, homens

ligados ao conhecimento e à política, marcaram-na profundamente,

fazendo com que não se abandonasse ao acaso, mas procurasse, justamente

nesse ambiente das Letras, o consolo para a perda de seus entes

queridos e a maneira de vencer suas dificuldades financeiras.

Christine foi escritora numa época em que, para nós, é difícil imaginar

que existissem mulheres capazes de ter outra função além daquela

determinada para seu sexo: gerar. Além disso, viveu da profissão de

escritora. Foi uma escritora-mulher que ousou afirmar, no início do século

XV, que a origem da desigualdade entre homens e mulheres é de

fundo social, devido ao fato de as mulheres terem tido seu acesso à

Educação negado e possuírem apenas experiências domésticas. Para

ela, esse não-acesso à Educação e a falta de exercício na esfera pública

é que determinavam a exclusão da mulher na sociedade.

De modo geral, há uma grande dificuldade em se obter informações

sobre a Idade Média, problema que se agrava quando se trata de conhecer

a função e o lugar da mulher medieval, sua relação com o marido,

com os filhos, a maneira de educá-los, o transcorrer do seu dia-a-dia,

seu trabalho, etc. É importante, enfim, conhecer melhor o cotidiano

dessas mulheres para compreender que tipo de influências dessa época

ainda se fazem presentes entre as mulheres de hoje. Por isso, conhecer

Christine de Pizan enquanto escritora engajada no movimento social

de restabelecimento da moral feminina é de alta relevância, pois ela

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