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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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66 Karla Armani Medeiros

“cabana dos Becker” nas noites paulistanas, onde Haydée desfrutava

da companhia e prosa litero-musical de músicos e escritores como

Lígia Fagundes 34 . Os espaços de sociabilidade de Haydée não

se restringiam aos teatros e clubes; além dessas reuniões mais

intimistas, a pianista frequentava redações de jornais e emissoras de

rádio, onde também promovia concertos ao vivo; como foi o caso

da interpretação musical que ofereceu junto ao violinista Antonio

Ferrer ao programa “A Hora do Brasil”, no Rio de Janeiro, em julho

de 1938 35 . Nestas viagens, Haydée se aventurava em conhecer as

cidades, geralmente acompanhada por autoridades (interventores

e prefeitos), comparecendo em festas populares, comemorações,

quermesses, espaços de arte, além dos recantos de belezas naturais

como cachoeiras, rios, pontes, portos etc. Essa experiência, traduzida

em oportunidade de estudos e conhecimentos, elevava a imagem de

Haydée na própria cidade de Barretos, enxergando-a como “uma

artista tão singular que brotou da aspereza sertaneja de Barretos para ir se

entender em grande camaradagem com sujeitos complicados e geniais” 36 .

As impressões que Haydée promovia à plateia eram sonorizadas

não só pelos calorosos aplausos, mas também pelos recortes da

crítica jornalística. A plateia que lhe assistia, geralmente associados

de clubes ou pagantes dos teatros, era sempre adjetivada como

“fina”, “culta” e “seleta”, compondo uma cena tão poética quanto

a descrição desta nota jornalística: “O aparecimento da jovem artista

em cêna domina psicológicamente a plateia: silêncio absoluto, peitos

arfantes, olhos moribundos, êxtase verídico (quantas recordações…) naquela

população ordinariamente rebelde, mas agora curvada ao fascínio da que

tão bem e com acentos tão expressivos sabe falar o idioma do céu” 37 .

O silêncio tomou conta desses aplausos no derradeiro ano de

1947, quando, enquanto Haydée era aplaudida num concerto

beneficente em Guaratinguetá (SP), seu irmão José Eduardo de

Oliveira Menezes sofria um atentado a tiros em Barretos, sua terra

natal. Jornalista, redator do “Correio de Barretos”, José Eduardo

era um irmão querido, que usava do jornal como um estandarte

aos feitos artísticos da irmã. A própria cidade de Guarantinguetá

se sensibilizou com a notícia: “Antegosavamos uma continuação dessa

noitada artística de sexta-feira, no mesmo salão… O destino não quiz!!!

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