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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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Linda era seu nome 37

Filho único, sem interesse pelos estudos, abandonara a escola sem

completar o Ensino Médio. Poucos amigos, ocupando-se apenas em

fazer sanduíches e sucos na barraca da praia.

Mas, surpreendentemente, com um discurso decorado, deveras e

sinceramente apaixonado, Mário seduz Leila. Hormônios à flor da

pele, eles aproveitaram todo tempo; entretanto, como o período de férias

terminaria no final de semana e os beijos e carícias deixavam gosto

de quero mais, combinaram de se encontrar na sexta-feira, no quarto

dela, quando todos estivessem dormindo.

Sem nenhum pudor, repetiram o encontro no sábado e domingo,

para tudo acabar na segunda-feira, com o retorno de Leila pra capital.

Lá ela vivia sem irmãos, com um pai aposentado por problemas de saúde

e a uma mãe diarista. Mas aquele romance de verão terminou em

tempestade. No mês seguinte, sentiu falta do seu período menstrual e

não teve como esconder seus terríveis enjoos. Sua mãe, numa conversa

incisiva, rapidamente confirma a imprudência da filha. Imediatamente,

mais preocupados do que severos com Leila, entram em contato

com a mãe de Mário e vão até a Praia Grande. Para surpresa de todos,

Mário, que tentara, sem sucesso, falar com Leila naquele período, sem

pestanejar, assume a responsabilidade e, apesar da pouca idade e decepção

dos pais conservadores, ambos insistiram em ficar juntos.

Os pais jamais concordariam com a interrupção da gravidez, em

nenhuma hipótese. Perceberam que o melhor, naquele momento, seria

Leila permanecer na Praia Grande.

No início, tudo era cor-de-rosa: paixão, desejo e planos. Mas Mario

e Leila logo encararam as dificuldades. A magia do conto de fadas se

transformara numa realidade nua e crua, na cama de casal adquirida

em dez pagamentos nas Casas Bahia.

Leila remoía a tristeza de perder sua adolescência, longe dos pais,

fora da escola, longe das amigas e, pior, perdendo a beleza do seu corpo,

antes tão esbelto, numa gravidez não programada.

Apesar disso, os meses se passaram e a gravidez, dentro da normalidade,

com acompanhamento feito no Posto de Saúde, pelos telefonemas

e as poucas sacolas de enxoval trazidas pela mãe.

Na primeira primavera do novo milênio, Leila dá a luz a uma linda

menina. Seu nome não poderia ser outro que não, Linda. Sua mãe

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