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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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Tá tudo bem 51

mãe, se ela podia ficar aqui em casa na próxima semana, quando vem

pro retorno no hospital. A culpa foi minha, eu devia saber que ele tava

nervoso. Ai, por que eu fui perguntar de novo? Eu sei que ele não gosta

que a gente fica perguntando a mesma coisa mil vezes! E ele tava muito

nervoso.

Coitado, ele esqueceu de fechar o portão de trás da firma antes das

16h ontem e o encarregado dele deu um esporro nele, na frente de todo

mundo! Ele tava muito nervoso e eu fui perguntar isso mais uma vez.

Eu sabia que ele não gostava: então, por que eu perguntei de novo?

Aí ele me empurrou de novo e eu bati o dente. Foi um acidente. Eu

juro!

Ai Aline, eu tô com tanta vergonha! Como eu vou sair de casa na segunda?

É o primeiro dia de aula dos meninos e eu tenho que levar eles

na escola; só que a Vera, aquela coordenadora de quem te falei, veio

com umas conversas estranhas comigo aquela vez, por causa do roxo

no meu braço, e agora ela vai querer saber do meu dente, porque tá

muito inchado. Eu sou muito estabanada. Ele não empurrou forte, mas

eu me desequilibrei. Aí ela vai ver o dedo e o olho também, certeza! Ai,

Aline, vai acabar dando problema pro Roberto e a culpa vai ser minha!

Eu sei que você falou que não queria mais saber disso, que não ia

mais se meter, que você acaba ficando com raiva dele e minha também...

mas pode me dar esse apoio só mais essa vez? Pelos meninos.

Pode levá-los na escola segunda?

Aguardo sua resposta urgente.

Beijos

De: <anamaria2001@gnet.com.br>

Para: <alinegsilva.@gnet.com.br>

quinta, 6 de fev, às 22h

Aline,

Cadê você? Ai amiga, eu tô te perguntando de novo porque eu tô

com medo. O Roberto disse que não quer saber de ninguém cuidando

da nossa vida amanhã, que a gente não deve contar nada pra ninguém

do que acontece dentro da casa da gente, que ele aprendeu isso com o

pai dele, que aprendeu com o pai dele também. Minha mãe também

me ensinava isso, mas eu liguei ela pra desabafar (pra minha mãe, por-

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