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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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Maria Queiroz da Cunha 89

deira dessas nos dias de hoje?

Sempre que vejo, nos Jogos Olímpicos de hoje, o salto com varas, o

salto à distância, a corrida de percurso, fico pensando que tudo isso já

praticávamos sem nunca ter tido acesso a informação nenhuma, pois

não existiam meios de comunicação naquele lugar tão isolado.

Para o salto com varas, meu irmão as cortava perto da pindaíba:

eram bem compridas e de uma madeira que curvava mas não quebrava.

E saltávamos moitas de ramos ou qualquer outro obstáculo, inclusive

alguém deitado no chão, que se levantava na hora do salto, fazendo

“sacanagem”.

Ele era sempre o campeão nesta modalidade de altura do salto, pois

era maior e pegava a vara mais comprida.

No salto à distância, o mérito ficava sempre com minha irmã mais

velha, por ser a mais alta de todos. Já na corrida, imagina só quem vencia

sempre? O tiquinho de gente que era eu, a Maria! Agilidade e rapidez

não faltavam àquelas perninhas que até hoje caminham, digamos,

com a firmeza que ainda lhes permitem tantos novembros passados.

NOSSO CAVALO

Tínhamos um cavalo branco de nome Matungo, já com certa idade,

e isso o tornava bem mansinho e camarada.

No pasto onde ficava, havia vários cupinzeiros; nem precisava chamá-lo:

ele já vinha trotando e encostava ali para montarmos nele. E,

assim, íamos montando enquanto coubesse... dávamos várias voltas

pelo pasto: de repente, todos despencávamos ao chão — ele parava,

montávamos de novo, ele cansava e, a cada cupinzeiro por que ele passava

perto, dava uma paradinha para ver se alguém descia.

As brincadeiras eram o melhor de nossas vidas! Quase sempre nos

esfolávamos no chão duro, sofríamos cortes nos pés e outros acidentes.

E o remédio? Salmoura, água com sal... alguns gritavam: Ai! Ai! Ai! E

mamãe, com todo bom humor característico dela, achava graça. Longe

de ser um sentimento de vingança por nossas peraltices; ela curava nossos

ferimentos repetindo uma antiga frase:

O que arde, cura. O que aperta, segura.

Doía muito, mas não eram empecilhos para repetirmos tudo nos

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