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propaganda”<br />
Alê Oliveira<br />
valor agregado. O <strong>de</strong>safio é se tornar uma nova agência<br />
para o mesmo cliente a cada ano. É por meio da criativida<strong>de</strong><br />
que essa reinvenção ocorre. Temos consistência. Já<br />
ganhamos quatro vezes como Agência do Ano. Do Brasil,<br />
a última Agência do Ano em Cannes foi a AlmapBBDO,<br />
e quando tem Agência da Década no festival, mostra a<br />
nossa consistência e crença no trabalho.<br />
“Acho um erro se<br />
promover à custa<br />
<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s que<br />
são obrigações<br />
das pessoas”<br />
CrítiCa<br />
O Brasil sempre foi um país <strong>de</strong> misturas, caloroso,<br />
alegre, receptivo, colorido e criativo. Essa criativida<strong>de</strong><br />
vem da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas. Sempre acreditei nesse<br />
colorido, e Já tínhamos essa crença, na diversida<strong>de</strong> e<br />
inclusão, muito antes disso virar tendência. Mas nunca<br />
usamos isso para fazer autopromoção. Acho um erro se<br />
promover à custa <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s que são obrigações das<br />
pessoas. Tem <strong>de</strong> fazer, e não falar. Colocamos diversida<strong>de</strong><br />
na nossa comunicação há muitos anos. Boticário é<br />
um exemplo. Se somos um país <strong>de</strong> misturas, a comunicação<br />
precisa refletir isso. Devemos incentivar, mas não<br />
necessariamente porque esse é um problema histórico.<br />
Isso leva tempo para equilibrar. Não dá para transformar<br />
o Brasil em um país <strong>de</strong> Primeiro Mundo em uma semana.<br />
Não acredito na autopromoção como forma <strong>de</strong> diferenciação<br />
competitiva.<br />
n da AlmapBBDO, visita escritório brasileirao, na região Sul <strong>de</strong> SP<br />
sentimentos<br />
Não acredito que as pessoas não queiram mais ver<br />
filme. O que impacta é um estímulo em ví<strong>de</strong>o contado <strong>de</strong><br />
forma diferenciada, seja por uma ativação, experimento<br />
ou emocionando as pessoas. Isso é a reinvenção da propaganda,<br />
com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> engajar, tocar o coração, recriar<br />
momentos especiais. Tem o lado do humor também, que<br />
precisa ser resgatado. Tudo ficou muito chato. O fator social<br />
é um dos motivos, com as re<strong>de</strong>s sociais sendo utilizadas<br />
para polarizações. Fala-se tanto em empatia, mas<br />
pouca gente pratica. Qualquer opinião contrária é bombar<strong>de</strong>ada,<br />
não há diálogo. As re<strong>de</strong>s sociais não dialogam.<br />
De uma certa forma, elas abastecem clusters com um<br />
ódio ou uma utopia. As marcas passaram a ter dificulda<strong>de</strong><br />
em transitar nesse ambiente. Aí veio a pan<strong>de</strong>mia,<br />
um momento <strong>de</strong>licado, <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> emocional, e as<br />
marcas ficaram com medo <strong>de</strong> usar o humor. Precisamos<br />
voltar a rir juntos, e não rir do outro. Rir é uma das qualida<strong>de</strong>s<br />
do brasileiro. Está na nossa música, no samba, faz<br />
parte da nossa cultura.<br />
resgate<br />
Marcas <strong>de</strong>vem retomar o protagonismo, ter ousadia e<br />
coragem. Falar com o coração das pessoas. Venda é consequência<br />
<strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca e não <strong>de</strong> trabalhos<br />
imediatistas que temos visto por aí, <strong>de</strong> agências novas.<br />
Tudo que é novo fica velho. Boticário, Volkswagen, Havaianas<br />
são exemplos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca, que tem<br />
jornal propmark - <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 19