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edição de 10 de julho de 2023

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editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

A busca pela saída<br />

A<br />

crise no varejo abalou o mercado a partir <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>ste ano. Foi uma gran<strong>de</strong> surpresa<br />

quando as Americanas escancararam um rombo bilionário. Depois <strong>de</strong>ssa tradicional<br />

e famosa marca, vieram outras tão importantes quanto. O setor sempre foi muito<br />

importante para a economia do país, gerando riquezas e principalmente empregos. Nesta<br />

semana, o propmark faz um levantamento junto a especialistas do mercado para tentar<br />

elucidar os motivos que levaram a tal crise.<br />

Carla Abdalla, professora do curso <strong>de</strong> administração da Faap (Fundação Armando Alvares<br />

Penteado), explica, por exemplo, que uma empresa varejista tem como característica principal<br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio voltado à venda para o consumidor final, ou seja, B2C. Ela <strong>de</strong>staca<br />

ainda que o setor tem se tornado mais complexo no <strong>de</strong>correr do tempo, com uma concorrência<br />

cada vez mais acirrada. Além <strong>de</strong>sse cenário, há as mudanças geradas pela tecnologia,<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento do e-commerce, que concorre com as próprias marcas físicas, já que<br />

as re<strong>de</strong>s se viram obrigadas a abrir canais <strong>de</strong> venda online. Outras concorrentes também<br />

surgiram nesse mesmo tempo, mas já nasceram no ambiente digital.<br />

Americanas, Marisa, Tok&Stok, Forever 21, Riachuelo, Renner, Amaro e Magazine Luiza são as<br />

lojas que apresentaram instabilida<strong>de</strong> e até fecharam portas em todo o país. A reportagem<br />

levanta ainda dados da Serasa Experian, que apontam que, nos três primeiros meses <strong>de</strong><br />

<strong>2023</strong>, o número <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> falência subiu 44% em relação ao mesmo período do ano<br />

passado. Já as recuperações judiciais, na mesma comparação, tiveram uma alta <strong>de</strong> 37,6%.<br />

O setor <strong>de</strong> livraria é outro que também foi bastante afetado neste novo contexto. O que surpreen<strong>de</strong><br />

é que estudos mostram que não é porque o brasileiro lê pouco que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou a crise<br />

nesse segmento, pelo contrário. Houve até crescimento, nos últimos meses, <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> livros.<br />

Pesquisa do Sindicato Nacional dos Editores <strong>de</strong> Livros em parceria com a Nielsen Bookscan<br />

Brasil mostra que em 2021 houve um crescimento <strong>de</strong> 29,3% no volume <strong>de</strong> livros vendidos em<br />

todo o país, na comparação com o ano <strong>de</strong> 2020. Em relação à receita gerada, foi registrado<br />

um aumento <strong>de</strong> 29,2% no faturamento no mesmo período. Em 2022 apresentou uma alta<br />

variação em volume nas vendas: 19,56% maior que em 2021.<br />

O que refletiu na queda das vendas presenciais <strong>de</strong> livros foram os novos hábitos <strong>de</strong> compra<br />

dos leitores, principalmente após o fortalecimento das compras online - especialmente<br />

na Amazon.<br />

Presente em muitas cida<strong>de</strong>s do Brasil, o rombo nas contas das Americanas registrou uma<br />

inconsistência contábil <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 20 bilhões, além <strong>de</strong> dívidas. O total, quase R$ 50<br />

bilhões, é três vezes maior que seu patrimônio líquido. “Esse cenário <strong>de</strong> crise vai expondo<br />

as fragilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todas as empresas, temos como exemplo a situação das Americanas -<br />

números que antes eram conhecidos por poucas pessoas, passaram a ser públicos e chocaram<br />

o mercado varejista”, afirma Ricardo Pastore, professor e coor<strong>de</strong>nador do núcleo <strong>de</strong><br />

varejo da ESPM.<br />

Outra situação recente envolve a Tok&Stok, que tem uma dívida estimada em R$ 600 milhões.<br />

A reportagem retrata que as lojas <strong>de</strong> fast fashion passam também por transformações na tentativa<br />

<strong>de</strong> recuperar espaço entre os consumidores. A Amaro, startup <strong>de</strong> moda, soma dívidas<br />

<strong>de</strong> R$ 244,5 milhões, sendo R$ 151,8 milhões junto aos bancos e R$ 92,8 milhões com fornecedores.<br />

Já a Guararapes fechou sua loja-conceito da Riachuelo na Rua Oscar Freire, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo. A Renner é mais uma do segmento que apresentou números abaixo do esperado<br />

nos últimos anos. A gestão da Renner acredita na melhora das vendas.<br />

No entanto, algumas marcas que entraram no varejo brasileiro não foram muito longe. A<br />

Forever 21 é um exemplo. A C&A corre para fugir da crise. “Neste momento macroeconômico<br />

difícil, o foco da C&A está como sempre no cliente. Após estudos, enten<strong>de</strong>mos que os<br />

brasileiros passaram a enxergar o vestuário como um investimento, dando mais valor ao<br />

próprio dinheiro, sendo mais exigente à entrega <strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> e segurança, agregando<br />

benefícios como promoções. No fim, enten<strong>de</strong>mos que a consumidora busca ser cuidada e,<br />

claro, fazer sempre bons negócios”, <strong>de</strong>clara Francislei Donatti, vice-presi<strong>de</strong>nte comercial da<br />

C&A. O executivo também <strong>de</strong>staca que a marca investe continuamente na transformação<br />

digital, mantendo os esforços para oferecer a melhor jornada <strong>de</strong> compra online e offline.<br />

Enfim, todas as marcas tentam recuperar não só as finanças como também a imagem um<br />

pouco arranhada junto aos consumidores. Muitas inclusive tiram lições e proveito com a<br />

ajuda do marketing para sair da crise. Vale a pena ver as análises dos especialistas consultados<br />

para a matéria.<br />

Frase: “A propaganda é a alma do negócio” (Sabedoria popular brasileira)<br />

as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />

1ª<br />

2ª<br />

Pesquisa “Mulher & Esporte”, feita pela Centauro, apontou que 78%<br />

das pessoas acreditam que o investimento no futebol <strong>de</strong>veria ser<br />

<strong>de</strong>stinado igualmente para ambas as modalida<strong>de</strong>s.<br />

3ª<br />

O que os brasileiros têm a<br />

dizer sobre a mulher no esporte<br />

eSports crescem no Brasil,<br />

revela ‘Pesquisa Game Brasil <strong>2023</strong>’<br />

A “Pesquisa Game Brasil” mostrou que 70,1% dos brasileiros jogam jogos<br />

eletrônicos. Em conhecimento, os eSports cresceram 1,7 ponto percentual<br />

em relação à PGB 2022.<br />

‘Como nossos pais’: campanha<br />

da Volkswagen coloca Elis Regina<br />

e Maria Rita lado a lado<br />

Campanha lançada na semana passada pela AlmapBBDO, para a Volkswagen,<br />

fez um dueto entre Elis Regina e Maria Rita, ao som <strong>de</strong> “Como nossos pais”.<br />

O filme, que foi feito com o auxílio da inteligência artificial, fala sobre os 70<br />

anos da Volks no Brasil.<br />

4ª<br />

O surfista Pedro Scooby foi anunciado como o novo apresentador do<br />

“Podpah” e estará à frente <strong>de</strong> um novo programa que passará a ingressar<br />

a gra<strong>de</strong> do hub, o “Podpah Visita”. O programa nasce com apoio da Oakley.<br />

5ª<br />

Pedro Scooby será apresentador<br />

<strong>de</strong> novo programa do ‘Podpah’<br />

DM9 apresenta novo CSO<br />

Ja<strong>de</strong>r Crivelaro assumiu, na semana passada, o posto <strong>de</strong> chief strategy<br />

officer da DM9. O profissional li<strong>de</strong>rou os times <strong>de</strong> estratégia das agências<br />

SunsetDDB e Tracylocke em diferentes disciplinas.<br />

jornal propmark - <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 3

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