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editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
A busca pela saída<br />
A<br />
crise no varejo abalou o mercado a partir <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>ste ano. Foi uma gran<strong>de</strong> surpresa<br />
quando as Americanas escancararam um rombo bilionário. Depois <strong>de</strong>ssa tradicional<br />
e famosa marca, vieram outras tão importantes quanto. O setor sempre foi muito<br />
importante para a economia do país, gerando riquezas e principalmente empregos. Nesta<br />
semana, o propmark faz um levantamento junto a especialistas do mercado para tentar<br />
elucidar os motivos que levaram a tal crise.<br />
Carla Abdalla, professora do curso <strong>de</strong> administração da Faap (Fundação Armando Alvares<br />
Penteado), explica, por exemplo, que uma empresa varejista tem como característica principal<br />
um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio voltado à venda para o consumidor final, ou seja, B2C. Ela <strong>de</strong>staca<br />
ainda que o setor tem se tornado mais complexo no <strong>de</strong>correr do tempo, com uma concorrência<br />
cada vez mais acirrada. Além <strong>de</strong>sse cenário, há as mudanças geradas pela tecnologia,<br />
com o <strong>de</strong>senvolvimento do e-commerce, que concorre com as próprias marcas físicas, já que<br />
as re<strong>de</strong>s se viram obrigadas a abrir canais <strong>de</strong> venda online. Outras concorrentes também<br />
surgiram nesse mesmo tempo, mas já nasceram no ambiente digital.<br />
Americanas, Marisa, Tok&Stok, Forever 21, Riachuelo, Renner, Amaro e Magazine Luiza são as<br />
lojas que apresentaram instabilida<strong>de</strong> e até fecharam portas em todo o país. A reportagem<br />
levanta ainda dados da Serasa Experian, que apontam que, nos três primeiros meses <strong>de</strong><br />
<strong>2023</strong>, o número <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> falência subiu 44% em relação ao mesmo período do ano<br />
passado. Já as recuperações judiciais, na mesma comparação, tiveram uma alta <strong>de</strong> 37,6%.<br />
O setor <strong>de</strong> livraria é outro que também foi bastante afetado neste novo contexto. O que surpreen<strong>de</strong><br />
é que estudos mostram que não é porque o brasileiro lê pouco que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou a crise<br />
nesse segmento, pelo contrário. Houve até crescimento, nos últimos meses, <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> livros.<br />
Pesquisa do Sindicato Nacional dos Editores <strong>de</strong> Livros em parceria com a Nielsen Bookscan<br />
Brasil mostra que em 2021 houve um crescimento <strong>de</strong> 29,3% no volume <strong>de</strong> livros vendidos em<br />
todo o país, na comparação com o ano <strong>de</strong> 2020. Em relação à receita gerada, foi registrado<br />
um aumento <strong>de</strong> 29,2% no faturamento no mesmo período. Em 2022 apresentou uma alta<br />
variação em volume nas vendas: 19,56% maior que em 2021.<br />
O que refletiu na queda das vendas presenciais <strong>de</strong> livros foram os novos hábitos <strong>de</strong> compra<br />
dos leitores, principalmente após o fortalecimento das compras online - especialmente<br />
na Amazon.<br />
Presente em muitas cida<strong>de</strong>s do Brasil, o rombo nas contas das Americanas registrou uma<br />
inconsistência contábil <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 20 bilhões, além <strong>de</strong> dívidas. O total, quase R$ 50<br />
bilhões, é três vezes maior que seu patrimônio líquido. “Esse cenário <strong>de</strong> crise vai expondo<br />
as fragilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todas as empresas, temos como exemplo a situação das Americanas -<br />
números que antes eram conhecidos por poucas pessoas, passaram a ser públicos e chocaram<br />
o mercado varejista”, afirma Ricardo Pastore, professor e coor<strong>de</strong>nador do núcleo <strong>de</strong><br />
varejo da ESPM.<br />
Outra situação recente envolve a Tok&Stok, que tem uma dívida estimada em R$ 600 milhões.<br />
A reportagem retrata que as lojas <strong>de</strong> fast fashion passam também por transformações na tentativa<br />
<strong>de</strong> recuperar espaço entre os consumidores. A Amaro, startup <strong>de</strong> moda, soma dívidas<br />
<strong>de</strong> R$ 244,5 milhões, sendo R$ 151,8 milhões junto aos bancos e R$ 92,8 milhões com fornecedores.<br />
Já a Guararapes fechou sua loja-conceito da Riachuelo na Rua Oscar Freire, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo. A Renner é mais uma do segmento que apresentou números abaixo do esperado<br />
nos últimos anos. A gestão da Renner acredita na melhora das vendas.<br />
No entanto, algumas marcas que entraram no varejo brasileiro não foram muito longe. A<br />
Forever 21 é um exemplo. A C&A corre para fugir da crise. “Neste momento macroeconômico<br />
difícil, o foco da C&A está como sempre no cliente. Após estudos, enten<strong>de</strong>mos que os<br />
brasileiros passaram a enxergar o vestuário como um investimento, dando mais valor ao<br />
próprio dinheiro, sendo mais exigente à entrega <strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> e segurança, agregando<br />
benefícios como promoções. No fim, enten<strong>de</strong>mos que a consumidora busca ser cuidada e,<br />
claro, fazer sempre bons negócios”, <strong>de</strong>clara Francislei Donatti, vice-presi<strong>de</strong>nte comercial da<br />
C&A. O executivo também <strong>de</strong>staca que a marca investe continuamente na transformação<br />
digital, mantendo os esforços para oferecer a melhor jornada <strong>de</strong> compra online e offline.<br />
Enfim, todas as marcas tentam recuperar não só as finanças como também a imagem um<br />
pouco arranhada junto aos consumidores. Muitas inclusive tiram lições e proveito com a<br />
ajuda do marketing para sair da crise. Vale a pena ver as análises dos especialistas consultados<br />
para a matéria.<br />
Frase: “A propaganda é a alma do negócio” (Sabedoria popular brasileira)<br />
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />
1ª<br />
2ª<br />
Pesquisa “Mulher & Esporte”, feita pela Centauro, apontou que 78%<br />
das pessoas acreditam que o investimento no futebol <strong>de</strong>veria ser<br />
<strong>de</strong>stinado igualmente para ambas as modalida<strong>de</strong>s.<br />
3ª<br />
O que os brasileiros têm a<br />
dizer sobre a mulher no esporte<br />
eSports crescem no Brasil,<br />
revela ‘Pesquisa Game Brasil <strong>2023</strong>’<br />
A “Pesquisa Game Brasil” mostrou que 70,1% dos brasileiros jogam jogos<br />
eletrônicos. Em conhecimento, os eSports cresceram 1,7 ponto percentual<br />
em relação à PGB 2022.<br />
‘Como nossos pais’: campanha<br />
da Volkswagen coloca Elis Regina<br />
e Maria Rita lado a lado<br />
Campanha lançada na semana passada pela AlmapBBDO, para a Volkswagen,<br />
fez um dueto entre Elis Regina e Maria Rita, ao som <strong>de</strong> “Como nossos pais”.<br />
O filme, que foi feito com o auxílio da inteligência artificial, fala sobre os 70<br />
anos da Volks no Brasil.<br />
4ª<br />
O surfista Pedro Scooby foi anunciado como o novo apresentador do<br />
“Podpah” e estará à frente <strong>de</strong> um novo programa que passará a ingressar<br />
a gra<strong>de</strong> do hub, o “Podpah Visita”. O programa nasce com apoio da Oakley.<br />
5ª<br />
Pedro Scooby será apresentador<br />
<strong>de</strong> novo programa do ‘Podpah’<br />
DM9 apresenta novo CSO<br />
Ja<strong>de</strong>r Crivelaro assumiu, na semana passada, o posto <strong>de</strong> chief strategy<br />
officer da DM9. O profissional li<strong>de</strong>rou os times <strong>de</strong> estratégia das agências<br />
SunsetDDB e Tracylocke em diferentes disciplinas.<br />
jornal propmark - <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 3