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mercado<br />
Especialistas <strong>de</strong>svendam os motivos<br />
que levaram à crise do setor <strong>de</strong> varejo<br />
Estratégias <strong>de</strong> marketing e tecnologia abrem oportunida<strong>de</strong>s para<br />
driblar os <strong>de</strong>safios enfrentados pelas principais marcas do segmento<br />
Freepick<br />
Ao longo dos anos, o varejo se consolidou como um importante setor para o <strong>de</strong>senvolvimento da economia do Brasil, gerando empregos e elevando as riquezas do país<br />
Adrieny Magalhães<br />
Ao longo dos anos, o varejo se<br />
consolidou como um importante<br />
setor para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
Brasil, apresentando um crescimento<br />
consistente e favorável ao avanço do<br />
PIB (Produto Interno Bruto) do país.<br />
De alimentos e vestuário a automóveis<br />
e eletrônicos, o segmento se consolidou<br />
como um dos motores da economia<br />
mundial. Carla Abdalla, professora do curso<br />
<strong>de</strong> administração da Faap (Fundação<br />
Armando Alvares Penteado), explica que<br />
uma empresa varejista tem como característica<br />
principal um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />
voltado à venda para o consumidor final,<br />
ou seja, B2C - business to consumer. Ela<br />
<strong>de</strong>staca um ponto importante: o setor <strong>de</strong><br />
varejo tem se tornado mais complexo no<br />
<strong>de</strong>correr do tempo, com uma concorrência<br />
cada vez mais acirrada.<br />
Além <strong>de</strong>sse cenário, há as mudanças<br />
geradas pela tecnologia. Com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do e-commerce, diversos re<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> varejo físicas abriram canais <strong>de</strong> venda<br />
online (sites <strong>de</strong> e-commerce, aplicativos<br />
<strong>de</strong> venda). Por outro lado, muitas empresas<br />
que nasceram no ambiente digital<br />
têm se aventurado também no ambiente<br />
físico, em busca <strong>de</strong> aproximação com o<br />
consumidor, criando experiências <strong>de</strong> consumo<br />
diferenciadas. Procuram também<br />
conquistar um consumidor que ainda resiste<br />
às compras online, seja por <strong>de</strong>sconfiança<br />
ou por ter acesso restrito à internet.<br />
Segundo o estudo “O papel do varejo<br />
na economia brasileira”, realizado anualmente<br />
pela SBVC (Socieda<strong>de</strong> Brasileira<br />
<strong>de</strong> Varejo e Consumo), o varejo restrito<br />
(bens <strong>de</strong> consumo, exceto materiais <strong>de</strong><br />
construção e automóveis) fechou o ano<br />
<strong>de</strong> 2022 com uma expansão nominal <strong>de</strong><br />
7,7%, movimentando R$ 2,14 trilhões, representando<br />
21,6% do PIB.<br />
Já o varejo ampliado (que inclui automóveis<br />
e materiais <strong>de</strong> construção), avançou<br />
8,4% no ano passado, para R$ 2,61<br />
trilhões, e correspon<strong>de</strong> a 26,4% do PIB.<br />
Ainda que esteja se recuperando dos<br />
efeitos da pan<strong>de</strong>mia nos hábitos <strong>de</strong> compra<br />
do consumidor, o varejo continua representando<br />
uma parcela significativa<br />
do PIB, contribuindo como um dos maiores<br />
empregadores do país.<br />
De acordo com o estudo, o varejo<br />
mais contratou do que <strong>de</strong>mitiu em<br />
2021. Com isso, houve uma redução da<br />
taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego medida pelo IBGE<br />
<strong>de</strong> 13,5% para 11,1%, o menor patamar<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2016.<br />
O setor varejista é responsável por<br />
garantir o sustento <strong>de</strong> um quarto dos<br />
trabalhadores com empregos formais, o<br />
que equivale a 8,5 milhões <strong>de</strong> pessoas.<br />
SinaiS da criSe<br />
Americanas, Marisa, Tok&Stok, Forever<br />
21, Riachuelo, Renner, Amaro e Magazine<br />
Luiza são as lojas que apresentaram instabilida<strong>de</strong><br />
no mercado e até fecharam<br />
portas em todo o país.<br />
Conforme levantamento da Serasa Experian,<br />
apenas nos três primeiros meses<br />
<strong>de</strong> <strong>2023</strong>, o número <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> falência<br />
subiu 44% em relação ao mesmo período<br />
do ano passado. Já as recuperações judiciais,<br />
na mesma comparação, tiveram<br />
“O setor <strong>de</strong> varejo<br />
tem se tornado<br />
mais complexo<br />
com o <strong>de</strong>correr<br />
do tempo”<br />
uma alta <strong>de</strong> 37,6%.<br />
O setor <strong>de</strong> livraria é um dos principais<br />
afetados por este novo panorama,<br />
tomando como exemplo o recente fechamento<br />
da Livraria Cultura. Diferentemente<br />
do que é imaginado, a extinção <strong>de</strong><br />
livrarias no Brasil não se dá pelo fato <strong>de</strong><br />
que o brasileiro não lê.<br />
Uma pesquisa do Snel (Sindicato Nacional<br />
dos Editores <strong>de</strong> Livros) em parceria<br />
com a Nielsen Bookscan Brasil mostra<br />
que em 2021 houve um crescimento <strong>de</strong><br />
29,3% no volume <strong>de</strong> livros vendidos em<br />
28 <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark