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edição de 10 de julho de 2023

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mercado<br />

Especialistas <strong>de</strong>svendam os motivos<br />

que levaram à crise do setor <strong>de</strong> varejo<br />

Estratégias <strong>de</strong> marketing e tecnologia abrem oportunida<strong>de</strong>s para<br />

driblar os <strong>de</strong>safios enfrentados pelas principais marcas do segmento<br />

Freepick<br />

Ao longo dos anos, o varejo se consolidou como um importante setor para o <strong>de</strong>senvolvimento da economia do Brasil, gerando empregos e elevando as riquezas do país<br />

Adrieny Magalhães<br />

Ao longo dos anos, o varejo se<br />

consolidou como um importante<br />

setor para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

Brasil, apresentando um crescimento<br />

consistente e favorável ao avanço do<br />

PIB (Produto Interno Bruto) do país.<br />

De alimentos e vestuário a automóveis<br />

e eletrônicos, o segmento se consolidou<br />

como um dos motores da economia<br />

mundial. Carla Abdalla, professora do curso<br />

<strong>de</strong> administração da Faap (Fundação<br />

Armando Alvares Penteado), explica que<br />

uma empresa varejista tem como característica<br />

principal um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

voltado à venda para o consumidor final,<br />

ou seja, B2C - business to consumer. Ela<br />

<strong>de</strong>staca um ponto importante: o setor <strong>de</strong><br />

varejo tem se tornado mais complexo no<br />

<strong>de</strong>correr do tempo, com uma concorrência<br />

cada vez mais acirrada.<br />

Além <strong>de</strong>sse cenário, há as mudanças<br />

geradas pela tecnologia. Com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do e-commerce, diversos re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> varejo físicas abriram canais <strong>de</strong> venda<br />

online (sites <strong>de</strong> e-commerce, aplicativos<br />

<strong>de</strong> venda). Por outro lado, muitas empresas<br />

que nasceram no ambiente digital<br />

têm se aventurado também no ambiente<br />

físico, em busca <strong>de</strong> aproximação com o<br />

consumidor, criando experiências <strong>de</strong> consumo<br />

diferenciadas. Procuram também<br />

conquistar um consumidor que ainda resiste<br />

às compras online, seja por <strong>de</strong>sconfiança<br />

ou por ter acesso restrito à internet.<br />

Segundo o estudo “O papel do varejo<br />

na economia brasileira”, realizado anualmente<br />

pela SBVC (Socieda<strong>de</strong> Brasileira<br />

<strong>de</strong> Varejo e Consumo), o varejo restrito<br />

(bens <strong>de</strong> consumo, exceto materiais <strong>de</strong><br />

construção e automóveis) fechou o ano<br />

<strong>de</strong> 2022 com uma expansão nominal <strong>de</strong><br />

7,7%, movimentando R$ 2,14 trilhões, representando<br />

21,6% do PIB.<br />

Já o varejo ampliado (que inclui automóveis<br />

e materiais <strong>de</strong> construção), avançou<br />

8,4% no ano passado, para R$ 2,61<br />

trilhões, e correspon<strong>de</strong> a 26,4% do PIB.<br />

Ainda que esteja se recuperando dos<br />

efeitos da pan<strong>de</strong>mia nos hábitos <strong>de</strong> compra<br />

do consumidor, o varejo continua representando<br />

uma parcela significativa<br />

do PIB, contribuindo como um dos maiores<br />

empregadores do país.<br />

De acordo com o estudo, o varejo<br />

mais contratou do que <strong>de</strong>mitiu em<br />

2021. Com isso, houve uma redução da<br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego medida pelo IBGE<br />

<strong>de</strong> 13,5% para 11,1%, o menor patamar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2016.<br />

O setor varejista é responsável por<br />

garantir o sustento <strong>de</strong> um quarto dos<br />

trabalhadores com empregos formais, o<br />

que equivale a 8,5 milhões <strong>de</strong> pessoas.<br />

SinaiS da criSe<br />

Americanas, Marisa, Tok&Stok, Forever<br />

21, Riachuelo, Renner, Amaro e Magazine<br />

Luiza são as lojas que apresentaram instabilida<strong>de</strong><br />

no mercado e até fecharam<br />

portas em todo o país.<br />

Conforme levantamento da Serasa Experian,<br />

apenas nos três primeiros meses<br />

<strong>de</strong> <strong>2023</strong>, o número <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> falência<br />

subiu 44% em relação ao mesmo período<br />

do ano passado. Já as recuperações judiciais,<br />

na mesma comparação, tiveram<br />

“O setor <strong>de</strong> varejo<br />

tem se tornado<br />

mais complexo<br />

com o <strong>de</strong>correr<br />

do tempo”<br />

uma alta <strong>de</strong> 37,6%.<br />

O setor <strong>de</strong> livraria é um dos principais<br />

afetados por este novo panorama,<br />

tomando como exemplo o recente fechamento<br />

da Livraria Cultura. Diferentemente<br />

do que é imaginado, a extinção <strong>de</strong><br />

livrarias no Brasil não se dá pelo fato <strong>de</strong><br />

que o brasileiro não lê.<br />

Uma pesquisa do Snel (Sindicato Nacional<br />

dos Editores <strong>de</strong> Livros) em parceria<br />

com a Nielsen Bookscan Brasil mostra<br />

que em 2021 houve um crescimento <strong>de</strong><br />

29,3% no volume <strong>de</strong> livros vendidos em<br />

28 <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark

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