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pesquisas<br />
Brasileiros reconhecem preconceito<br />
sofrido por mulheres no futebol<br />
Estudo da Centauro em parceria com o Grupo Consumoteca mostra<br />
que 70% dos participantes i<strong>de</strong>ntificam <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s no esporte<br />
Carolina Vilela<br />
A<br />
pesquisa “Mulher & esporte: um<br />
pacto coletivo para a nova narrativa”,<br />
apresentada na Arena<br />
Centauro, no Parque do Ibirapuera, em<br />
São Paulo, no dia 4 <strong>de</strong> junho, mostra<br />
que 63,8% dos meninos brasileiros almejam<br />
seguir carreira como atletas<br />
profissionais.<br />
Já as meninas não sonham tão alto.<br />
Entre elas, o percentual cai para 34%.<br />
Realizado em parceria com o Grupo<br />
Consumoteca, o estudo aponta os <strong>de</strong>safios<br />
que as mulheres enfrentam no<br />
esporte e a importância <strong>de</strong> ampliar o<br />
reconhecimento e a representativida<strong>de</strong><br />
feminina.<br />
“É preciso reinventar a narrativa do<br />
esporte feminino com histórias mais<br />
leves e divertidas. As mulheres têm o<br />
direito <strong>de</strong> se envolverem no esporte<br />
sem serem limitadas por estereótipos<br />
<strong>de</strong> gênero. É essencial proporcionar um<br />
ambiente inclusivo e igualitário para<br />
que elas possam alcançar seu pleno<br />
potencial”, disse Fernanda Arechavaleta,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing e reputação<br />
da Centauro.<br />
O papel das marcas na dissipação <strong>de</strong><br />
modalida<strong>de</strong>s foi uma das soluções discutidas.<br />
A poucos dias da Copa do Mundo<br />
Feminina da Fe<strong>de</strong>ração Internacional<br />
<strong>de</strong> Futebol (Fifa), que será realizada<br />
entre os dias 20 <strong>de</strong> <strong>julho</strong> e 20 <strong>de</strong> agosto<br />
na Austrália e Nova Zelândia, o mercado<br />
publicitário recebe campanhas alusivas<br />
ao torneio, embora com investimentos<br />
ainda inferiores em relação ao campeonato<br />
masculino.<br />
Igualda<strong>de</strong><br />
Segundo a pesquisa, 78% das pessoas<br />
acreditam que o investimento no<br />
futebol <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>stinado igualmente<br />
para as modalida<strong>de</strong>s masculina<br />
e feminina. Falta ainda mais patrocínio<br />
das marcas para 81% dos entrevistados.<br />
“A Copa do Mundo Feminina é o<br />
principal produto da modalida<strong>de</strong> e<br />
atrai a atenção do mundo todo. Tão<br />
importante quanto o apoio das marcas<br />
nesse momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> repercussão,<br />
é a manutenção do investimento<br />
Pesquisa foi apresentada durante encontro realizado na Arena Centauro, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no dia 4 <strong>de</strong> junho<br />
Fernanda Arechavaleta, da Centauro: histórias mais leves e divertidas<br />
“É preciso<br />
reinventar<br />
a narrativa<br />
do esporte<br />
feminino”<br />
Fotos: Divulgação<br />
pós-evento em clubes, atletas e campeonatos<br />
locais, possibilitando que a<br />
modalida<strong>de</strong> siga sua trajetória <strong>de</strong> crescimento”,<br />
comenta Ivan Martinho, professor<br />
<strong>de</strong> marketing esportivo da ESPM.<br />
O potencial <strong>de</strong> audiência do Mundial<br />
também foi investigado. Cerca <strong>de</strong> 47%<br />
das pessoas ouvidas preten<strong>de</strong>m assistir<br />
aos jogos. No entanto, 70% dos participantes<br />
reconhecem que ainda há<br />
preconceito.<br />
“É inegável que as mulheres vêm<br />
ganhando mais espaço nos times, nas<br />
ca<strong>de</strong>iras do esporte e nas cotas <strong>de</strong> patrocínio.<br />
Mas isso ainda não se reflete<br />
no retorno financeiro e prestígio - muito<br />
menos as livra dos olhares <strong>de</strong> julgamento<br />
sob seus corpos. Isso coloca a<br />
mulher em constante posição <strong>de</strong> luta<br />
no esporte. Por isso, quando falamos <strong>de</strong><br />
novas narrativas é sobre ir além <strong>de</strong>ssa<br />
esfera e po<strong>de</strong>r cocriar com as mulheres<br />
as narrativas que elas querem pro<br />
esporte”, sinaliza Michel Alcoforado,<br />
sócio-fundador do Grupo Consumoteca.<br />
Apesar das dificulda<strong>de</strong>s, as mulheres<br />
superam barreiras, <strong>de</strong>finindo o próprio<br />
protagonismo e o significado da<br />
sua presença no esporte. Mesmo assim,<br />
47% indicam a ausência <strong>de</strong> conteúdos<br />
que coloquem ativida<strong>de</strong>s esportivas<br />
como opção <strong>de</strong> lazer e entretenimento.<br />
Marcas que conseguirem explorar mensagens<br />
leves e divertidas terão a chance<br />
<strong>de</strong> fortalecer a sua imagem, além <strong>de</strong><br />
direcionarem o <strong>de</strong>vido valor da mulher<br />
no esporte.<br />
24 <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark