Legenda Perusina - Editorial Franciscana
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<strong>Legenda</strong> <strong>Perusina</strong> 115<br />
tamente que nada permitisse terem, tanto em comum, como cm<br />
particular, porque esta é a sua família, que Ele sempre assistirá,<br />
por muito numerosa que seja, e sempre favorecerá, contanto que<br />
ponha n'Ele a sua confiança.<br />
113. 1 Tendo-se retirado o bem-aventurado Francisco para um<br />
monte com Frei Leão e Frei Bonízio de Bolonha, para redigir uma<br />
Regra, porque se tinha perdido a primeira, que inspirado por Cristo<br />
escrevera, um bom número de Ministros foi ter com Frei Elias 69 ,<br />
vigário do bem-aventurado Francisco, dizendo: 2 «Consta-nos que<br />
este Frei Francisco está compondo nova Regra. Receamos que a<br />
venha a fazer tão dura que a não possamos observar. 3 Devemos ir<br />
procurá-lo e dizer-lhe que, a ser assim, não estamos dispostos a<br />
obrigar-nos a ela; ele que a faça para si, não para nós».<br />
4 Frei Elias respondeu-lhes que não acedia ao que pretendiam,<br />
porque receava as repreensões de bem-aventurado Francisco.<br />
5 Teimando eles, disse que se não fossem também com ele, não<br />
iria. Foram então todos. 5 Ao chegar Elias com os Ministros onde<br />
estava o Santo, chamou-o. 6 Quando ia para responder, o bem-<br />
-aventurado Francisco viu os Ministros e perguntou:<br />
– «Que querem estes Irmãos».<br />
7 Respondeu por todos Frei Elias:<br />
– «Estes são os Ministros que souberam como estás compondo<br />
outra Regra, e receando que a faças demasiado rigorosa, dizem e<br />
protestam que não a aceitam. 8 Que a faças para ti, não para eles».<br />
9 Então o bem-aventurado Francisco voltou os olhos para o céu<br />
e falou assim, a Cristo: «Senhor não Te tinha eu dito que eles não<br />
tinham confiança em Ti?» 10 De seguida, fez-se ouvir nos ares a<br />
voz de Cristo, respondendo:<br />
—————<br />
69 Fr. Elias Bombarone, natural de Assis, entrou na Ordem em 1211. Foi<br />
nomeado Provincial da Terra Santa em 1217; Vigário Geral da Ordem de 1221 a<br />
1227; Ministro Geral de 1232 a 1239. Morreu em Cortona em 22 de Abril de 1253.<br />
Foi um homem genial. A sua influência na história da Ordem é difícil de conhecer<br />
com precisão, devido à muita literatura que contra ele produziram os «espirituais».<br />
Algo dessa literatura já se encontra na nossa legenda, designadamente quando se<br />
fazem referências negativas contra os Ministros e contra os estudos, ou se pretende<br />
reivindicar a última intenção ou vontade de S. Francisco acerca da Regra (Cf. vg. os<br />
n. 111-112).