Legenda Perusina - Editorial Franciscana
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LEGENDA PERUSINA (LP)<br />
Da austeridade do Santo para consigo<br />
e discreta brandura para os outros<br />
1. 1 Quando 1 o bem-aventurado Francisco começou a reunir<br />
frades, nos primórdios da Ordem, vivia com eles em Rivotorto.<br />
2 Certa noite, a altas horas, estando já todos a dormir em seus pobres<br />
leitos, foram acordados pelos gemidos de um frade que gritava:<br />
«Ai, que eu morro, ai que eu morro», 3 espalhando angústia e<br />
inquietação nos Irmãos.<br />
4 O bem-aventurado Francisco levantou-se do seu leito e disse:<br />
«Erguei-vos, Irmãos, e acendei uma luz». Acesa uma candeia, perguntou:<br />
«Quem está a gritar: ai, que eu morro?»<br />
– 5 «Sou eu», respondeu um deles.<br />
6 O bem-aventurado Francisco perguntou-lhe: «Que é que tens,<br />
Irmão? De que morres tu?»<br />
– 7 «Morro de fome», disse ele.<br />
8 O bem-aventurado Francisco, homem cheio de caridade e<br />
discrição, não querendo que o Irmão passasse pela vergonha de<br />
estar a comer sozinho, mandou logo preparar a mesa de maneira<br />
que todos tomassem uma refeição com ele. 9 Este Irmão e outros<br />
como ele, eram recém-convertidos, que infligiam a seus corpos<br />
penitências excessivas.<br />
10 Tendo comido todos, o bem-aventurado Francisco falou a<br />
seus frades: «Meus Irmãos, recomendo-vos que atenda cada um à<br />
sua compleição. 11 Se um de vós pode sustentar-se com menos<br />
alimento que outro, não quero que este, mais necessitado de comida,<br />
se esforce por imitar o primeiro. Prestai atenção às vossas<br />
—————<br />
1 Esta parte começa no manuscrito, com uma letra capital maior do que as outras<br />
duas partes. E o início da secção mais importante da compilação, que na introdução<br />
designamos com as letras CDE. Daqui até ao número 97 temos, portanto, o<br />
florilégio que, quase com certeza, se pode atribuir a Fr. Leão, naturalmente sem<br />
excluir a colaboração dos seus dois companheiros Ângelo e Rufino. A numeração<br />
dos parágrafos adoptados por Delorme, e que seguimos na nossa versão, não corresponde<br />
exactamente, à do códice de Perúsia, que BIGARONI respeita na sua<br />
edição.