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Legenda Perusina - Editorial Franciscana

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<strong>Legenda</strong> <strong>Perusina</strong> 13<br />

Delicadeza do Santo para com um irmão doente<br />

5. 1 Certa ocasião, estando o bem-aventurado Francisco no<br />

mesmo lugar 4 , havia ali um frade, homem de profunda vida interior<br />

e já antigo na Ordem, que se encontrava muito fraco e doente.<br />

2 Para o bem-aventurado Francisco era o bom Irmão objecto de<br />

cuidados e piedade. 3 Mas os frades desse tempo, quer sãos quer<br />

doentes, abraçavam com alegria e paciência a pobreza, como se<br />

fosse uma riqueza. Doentes, não recorriam a remédios; e até se<br />

mostravam mais empenhados em fazer o que era contrário ao<br />

corpo.<br />

4 O bem-aventurado Francisco disse então para consigo: «Este<br />

Irmão, se comesse de manhãzinha umas uvas maduras, havia de<br />

lhe fazer bem». 5 Um dia, manhã cedinho, levantou-se, chamou o<br />

Irmão e foi com ele para uma vinha junto da igreja. Escolheu uma<br />

cepa carregada de belos e apetitosos cachos, ao pé da qual se sentaram,<br />

6 e foi ele que começou a comer, para que o Irmão não se<br />

envergonhasse de comer sozinho. 7 Enquanto comiam, o Irmão ia<br />

louvando o Senhor Deus; 8 e, enquanto viveu, contava muitas vezes,<br />

comovido até às lágrimas, o gesto delicado do Pai para com<br />

ele.<br />

Como o Bispo de Assis foi impedido por força misteriosa<br />

de perturbar o Santo em oração<br />

6. 1 Estando no mesmo convento 5 escolhera o bem-aventurado<br />

Francisco uma cela nas traseiras da casa para onde costumava<br />

retirar-se em oração.<br />

—————<br />

4 A única referência a algum lugar dada até aqui está no n.1, onde se fala de<br />

Rivotorto. Todavia este episódio das uvas não deve ter-se dado em Rivotorto, onde<br />

não havia nenhuma igreja, mas sim na Porciúncula. É aliás na Porciúncula que o<br />

situam Celano (2C 176) e S. Boaventura (LM 10, 5). Ao copiarem ou, talvez melhor,<br />

ao encadernarem os papéis soltos de Fr. Leão, no scriptorium do Sacro Convento,<br />

devem ter alterado o lugar deste parágrafo.<br />

5 Isto é, na Porciúncula. É de advertir que na nossa <strong>Legenda</strong> nunca aparece a<br />

palavra convento. Em sua vez vem a palavra locus, lugar. As pequenas moradias<br />

dos frades com dificuldade se podiam, efectivamente, identificar com a imagem<br />

que hoje formamos, ao pensar num convento. Por outro lado, vê-se, por toda a<br />

narrativa, que não eram simples lugares de paragem para gente itinerante. Há já um

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