Legenda Perusina - Editorial Franciscana
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70 Biografias<br />
pado com o comportamento deste Irmão, foi advertido pelo Espírito<br />
Santo de que se tratava de homem carnal. 5 Por isso, falou-lhe<br />
assim: «Vai-te embora, irmão mosca, porque tu queres comer o<br />
fruto do trabalho dos frades e ficas ocioso no jardim de Deus,<br />
como o irmão zangão que não colhe nada, não trabalha e vive à<br />
custa das canseiras das diligentes abelhas». 6 Voltou o frade para o<br />
mundo e, carnal como era, nem sequer pediu perdão.<br />
Como beijou a um frade o ombro,<br />
sobre o qual transportava a saca das esmolas<br />
63. 1 Numa ocasião em que o bem-aventurado Francisco estava<br />
em Santa Maria da Porciúncula, um frade, homem piedoso, regressava<br />
de Assis, onde tinha ido pedir esmola. 2 Ao aproximar-se da<br />
igreja, pôs-se a louvar o Senhor em alta voz, com muita alegria.<br />
3 Ouviu-o o bem-aventurado Francisco e saiu-lhe ao encontro; levado<br />
pela alegria, beijou-lhe o ombro em que carregava a saca<br />
cheia de esmolas. 4 Depois pô-la ele às costas e levou-a para o convento.<br />
Aí, declarou diante de todos: 5 «É assim que quero ver o<br />
meu Irmão ir ao peditório, e voltar contente e feliz!»<br />
Serenidade e alegria na expectativa da morte<br />
64. 1 Na altura em que se encontrava no palácio do Bispo de<br />
Assis retido no leito muito doente, depois de ter vindo do convento<br />
de Bagnara, os assisienses, temendo que morresse durante a noite e<br />
que os frades, às ocultas, lhes levassem o corpo para o sepultarem<br />
noutra cidade, decidiram montar um apertado serviço de vigilância,<br />
à volta de todo o palácio.<br />
2 Embora muito enfraquecido pela doença, o Santo, para consolo<br />
de seu espírito e para não se deixar abater no meio das suas<br />
graves e numerosas enfermidades, mandava cantar repetidas vezes<br />
durante o dia os Louvores do Senhor, que compusera tempos antes,<br />
durante a doença. 3 Pedia também que os cantassem durante a<br />
noite para edificação e recreio daqueles que, por sua causa, faziam<br />
a vigilância do palácio.<br />
4 Frei Elias, ao ver o bem-aventurado Francisco mostrando<br />
sempre alegria e coragem no Senhor no meio de tanto sofrimento,<br />
disse-lhe um dia: 5 «Irmão caríssimo, muito me consola e muito me