Legenda Perusina - Editorial Franciscana
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62 Biografias<br />
6 Então, um daqueles frades franceses despiu a sua túnica e<br />
deu-lha em troca.<br />
7 Muitas vezes passava necessidades e embaraços, quando assim<br />
dava a túnica ou parte dela. Nem sempre era fácil encontrar ou<br />
confeccionar outra. 8 Tanto mais que ele a queria sempre muito<br />
pobre, de pedaços, e às vezes remendada por dentro e por fora. 9 Só<br />
muito raro ou quase nunca, consentiu vestir uma túnica de pano<br />
novo. Preferia pedir uma a um Irmão que a tivesse usado por muitos<br />
dias. Às vezes recebia parte da túnica de um Irmão, e doutro, o<br />
resto. 10 Do lado de dentro, por causa das enfermidades e da sensibilidade<br />
ao frio, juntava por vezes um bocado de pano novo. 11 Esta<br />
prática da pobreza no vestir guardou-a até ao ano em que voltou<br />
para o Senhor. 12 Apenas nos últimos dias de vida, por causa da<br />
hidropisia, da magreza e muitas enfermidades, lhe fizeram os frades<br />
várias túnicas, que lhe eram mudadas, de dia e de noite, consoante<br />
o necessário.<br />
54. 1 Um dia um pobre, coberto de farrapos, chegou a um eremitério<br />
dos frades, pedindo, por amor de Deus, roupa de vestir. 2 O<br />
bem-aventurado Francisco mandou procurar por toda a casa um<br />
pedaço de pano ou peça de roupa que servisse. 3 Voltou o Irmão,<br />
dizendo que nada tinha encontrado.<br />
4 Para que o pobre não se fosse embora de mãos vazias, o bem-<br />
-aventurado Francisco, às escondidas, para que o guardião o não<br />
impedisse, pega numa faca e descose o pedaço de pano que trazia<br />
por dentro da túnica, para o dar secretamente ao pobre. 5 Mas o<br />
guardião, que tudo notara, não permitiu, porque o frio era muito e<br />
o Santo andava muito doente. 6 Então disse ao guardião: «Se não<br />
queres que eu dê este pedaço ao nosso irmão pobre, terás que arranjar<br />
outro pano». 7 Como puderam, os frades, das próprias roupas,<br />
lá conseguiram dar ao pobre um pedaço de pano.<br />
8 Por vezes os frades emprestavam-lhe um manto, quando andava<br />
de um lugar para outro na pregação, a pé ou montado num<br />
jumento. 9 À medida que a doença se agravava, mais dificuldade<br />
tinha em andar a pé. Servia-se então de um burro, porque cavalo<br />
não queria montar, a não ser em caso urgente e de absoluta necessidade.<br />
O que aconteceu pouco antes da sua morte, quando o seu<br />
estado de saúde começou a ser muito grave. 10 Quando permanecia