Legenda Perusina - Editorial Franciscana
Legenda Perusina - Editorial Franciscana
Legenda Perusina - Editorial Franciscana
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Legenda</strong> <strong>Perusina</strong> 85<br />
sobre este assunto. 9 Quis igualmente mandar a diversos lugares<br />
alguns frades com bons e formosos ferros de fazer hóstias.<br />
10 Quando escolhia frades para o acompanhar, dizia-lhes: «Em<br />
nome do Senhor, ide dois a dois, modestamente, em grande silêncio<br />
pelos caminhos. Desde o alvorecer até à Hora de Tércia, guardai<br />
silêncio, orando a Deus em vossos corações. 11 Não digais palavras<br />
ociosas ou inúteis. 12 Embora vades de viagem, seja santo o<br />
vosso conversar, como se estivésseis no vosso eremitério ou na<br />
vossa cela, visto que, onde quer que estejamos ou por onde andarmos,<br />
levamos connosco a nossa cela, que é o irmão corpo; 13 e a<br />
alma, é o eremita, que mora lá dentro para orar e contemplar o<br />
Senhor. 14 Se a alma não consegue descobrir o silêncio e recolhimento<br />
interior da sua cela, de pouco aproveita ao religioso a outra<br />
cela, construída pela mão dos homens».<br />
Como o bem-aventurado Francisco restabeleceu<br />
a paz em Arezzo<br />
81. 1 Quando chegaram a Arezzo, depararam com um grande<br />
escândalo: quase toda a cidade estava dividida em duas facções<br />
que, de tempos atrás, com ódio se digladiavam dia e noite. Abrigou-se<br />
o bem-aventurado Francisco num hospital dos arredores.<br />
2 Ao ouvir o tumulto e gritaria incessantes, parecia-lhe que os demónios<br />
exultavam com aquelas discórdias, e instigavam os habitantes<br />
a destruir a cidade pelo fogo e outras calamidades.<br />
3 Movido de compaixão para com aquela cidade, dirigiu-se a<br />
Frei Silvestre, homem de Deus, sacerdote de sólida fé, de admirável<br />
simplicidade e pureza, que ele venerava como santo, nestes<br />
termos: 4 «Vai em frente da porta da cidade e, o mais alto que possas,<br />
ordena aos demónios que saiam todos dela».<br />
5 Dirigiu-se Frei Silvestre à porta da cidade e, a plenos pulmões,<br />
gritou: 6 «Bendito e louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!<br />
7 Da parte de Deus Todo-Poderoso e em virtude da obediência<br />
devida a nosso Pai Francisco, imponho a todos os demónios que<br />
abandonem esta cidade!»<br />
8 Assim foi que, pouco depois, graças à misericórdia de Deus e<br />
à oração do bem-aventurado Francisco, sem mais pregação, a paz e<br />
a concórdia voltaram a reinar entre os habitantes.