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Legenda Perusina - Editorial Franciscana

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96 Biografias<br />

noite, pois o bem-aventurado Francisco tremia como homem<br />

atacado de febres; e ambos passaram o resto da noite em claro.<br />

13 Perguntava o bem-aventurado Francisco ao seu companheiro:<br />

«Porque me bateram os demónios, e porque receberam do<br />

Senhor poder para me castigar?» Ele mesmo deu a resposta:<br />

14 «Os demónios são os esbirros de Nosso Senhor. Assim como<br />

o soberano manda os seus oficiais de Justiça castigar os delinquentes,<br />

também o Senhor corrige e castiga aqueles que ama, por<br />

meio dos seus esbirros, os demónios, que são seus servos neste<br />

ofício de castigar e corrigir. 15 O religioso, ainda que perfeito, peca<br />

muitas vezes por ignorância. Ao ignorante do seu pecado, castiga o<br />

Senhor por meio do demónio, para que o castigo o leve a compreender<br />

e considerar atentamente, em si e fora de si, aquilo em que<br />

se encontra culpado. Àqueles que o Senhor ama com ternura, nada<br />

fica impune, na presente vida.<br />

16 Eu, por misericórdia e graça do Senhor, não encontro falta<br />

alguma de que me não tenha purificado pela confissão e pela santificação.<br />

Mais ainda, o próprio Senhor, na sua bondade, me revelou<br />

na oração tudo o que Lhe agrada e o que Lhe desagrada. 17 Talvez,<br />

penso eu, o Senhor me tenha castigado por mão de seus esbirros,<br />

porque, se o senhor Cardeal foi bom para comigo, e meu corpo<br />

precisa do agasalho oferecido e eu o posso aceitar com boa consciência;<br />

18 meus frades, todavia, andam por esse mundo, afrontando a<br />

fome e muitas privações, e outros vivem em pobrezinhas moradas<br />

e eremitérios. É possível que murmurem contra mim, dizendo:<br />

―Enquanto nós temos que suportar tão grandes privações, tem ele<br />

os seus regalos‖.<br />

19 A minha obrigação é dar-lhes o bom exemplo. Para isso lhes<br />

fui dado. Aproveitam muito mais os frades, quando estou com eles<br />

nos conventos pobres; aceitam com mais paciência as suas tribulações,<br />

quando lhes consta e sabem que eu também as suporto».<br />

20 O bem-aventurado Francisco, se bem que sempre doente – já<br />

no mundo era de natureza frágil e enfermiço, e depois, até à hora<br />

da morte, cada vez estava mais achacado – queria, no entanto, dar<br />

bom exemplo a seus frades e eliminar qualquer pretexto de murmuração,<br />

para que os frades não pudessem dizer: «Ele tem tudo o<br />

que precisa, e nós não».

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