17.04.2013 Views

Edição Especial do Centenário - Associação Brasileira de Imprensa

Edição Especial do Centenário - Associação Brasileira de Imprensa

Edição Especial do Centenário - Associação Brasileira de Imprensa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O primeiro Júlio Mesquita (abaixo) entrou no<br />

primitivo Estadão em 1885 e três anos <strong>de</strong>pois<br />

assumiu a direção, na qual ficou 42 anos. Seu<br />

filho Júlio (à direita) igualou-o em tempo no<br />

coman<strong>do</strong>: dirigiu o jornal <strong>de</strong> 1927 a 1969,<br />

quan<strong>do</strong> faleceu. O terceiro Júlio assumiu.<br />

TRÊS JÚLIOS E UM RUY,<br />

TODOS MESQUITA<br />

A longa e aci<strong>de</strong>ntada trajetória <strong>de</strong> uma dinastia <strong>de</strong> jornalistas que atravessou três séculos <strong>de</strong> imprensa<br />

no Brasil e transformou O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo numa das principais referências da mídia entre nós.<br />

Osegre<strong>do</strong> <strong>do</strong> sucesso e da longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

<strong>do</strong>s mais tradicionais e expressivos jornais<br />

brasileiros, cuja história teve início em 4 <strong>de</strong><br />

janeiro <strong>de</strong> 1875, resi<strong>de</strong>, em gran<strong>de</strong> parte, no<br />

talento e perseverança <strong>de</strong> uma das famílias<br />

mais importantes no cenário da comunicação no<br />

País. Por seguidas gerações e atravessan<strong>do</strong> três séculos,<br />

e até os dias <strong>de</strong> hoje, os Mesquita respon<strong>de</strong>m<br />

pelo O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo, que em seus primeiros<br />

anos ainda se chamava A Província <strong>de</strong> São Paulo,<br />

observan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>nominação das unida<strong>de</strong>s que<br />

formavam o Império <strong>do</strong> Brasil.<br />

O jornal foi funda<strong>do</strong> por 16 pessoas reunidas por<br />

Manoel Ferraz <strong>de</strong> Campos Sales e Américo Brasiliense,<br />

concretizan<strong>do</strong> uma proposta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong><br />

um diário republicano com o propósito <strong>de</strong> combater<br />

a monarquia e a escravidão. Uma <strong>de</strong> suas inovações<br />

foi, logo em seus primeiros anos, introduzir<br />

o sistema <strong>de</strong> vendas avulsas no País, fato pelo<br />

qual chegou a ser ridiculariza<strong>do</strong> pela concorrên-<br />

POR PAULO CHICO<br />

cia da época – leia-se Correio Paulistano, O Ipiranga<br />

e Diário <strong>de</strong> S. Paulo. Até então, a comercialização<br />

<strong>do</strong>s jornais era feita apenas por assinaturas. Em<br />

seu primeiro número, o jornal tinha quatro páginas<br />

e uma tiragem <strong>de</strong> 2.025 exemplares.<br />

O nome Província foi manti<strong>do</strong> até 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 1889, um mês após a queda da monarquia,<br />

aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleciona<strong>do</strong>res que não<br />

gostariam <strong>de</strong> arquivar logotipos diferentes num<br />

mesmo ano. Embora <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse o fim <strong>do</strong> Império<br />

para a proclamação da República, o novo diário se<br />

apresentou como um órgão in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, sem<br />

compromissos partidários. A tipografia e o escritório<br />

<strong>do</strong> jornal ocupavam um sobra<strong>do</strong> da Rua <strong>do</strong><br />

Palácio, antiga Rua das Casinhas, atualmente Rua<br />

<strong>do</strong> Tesouro, esquina com a Rua Álvares Pentea<strong>do</strong>,<br />

no hoje chama<strong>do</strong> Centro Velho <strong>de</strong> São Paulo, que<br />

contava então com cerca <strong>de</strong> 20 mil habitantes.<br />

Em 1888, quan<strong>do</strong> o nome <strong>de</strong> Júlio Mesquita,<br />

redator <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1885, apareceu pela primeira vez no<br />

<strong>Edição</strong> <strong>Especial</strong> <strong>do</strong> <strong>Centenário</strong><br />

Volume<br />

2<br />

alto da primeira página como diretor-gerente, o<br />

jornal comemorou a abolição da escravatura. Era<br />

uma causa pela qual o periódico lutava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação.<br />

Em 16 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1889, com a manchete<br />

Viva a República, a publicação noticiava o fim <strong>do</strong><br />

Império e a constituição <strong>do</strong> Governo Provisório no<br />

Rio. No dia 18 <strong>do</strong> mesmo mês, dava os <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong><br />

embarque da família imperial para o exílio.<br />

No ano seguinte o redator-chefe Rangel Pestana<br />

<strong>de</strong>ixa o jornal e Júlio Mesquita assume a efetiva<br />

direção <strong>de</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo, já com este nome.<br />

Tem início um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s inovações, como<br />

a contratação da agência Havas, atual France Presse,<br />

cujos telegramas <strong>de</strong>ram mais agilida<strong>de</strong> ao noticiário<br />

internacional. Em abril, o jornal publicou num<br />

clichê, como ilustração <strong>de</strong> primeira página, um retrato<br />

<strong>do</strong> caixeiro José Teixeira da Silva, morto num<br />

incêndio da Loja da China. A tiragem <strong>de</strong> O Esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> S. Paulo, que girava em torno <strong>de</strong> 10 mil exemplares,<br />

saltou para mais <strong>de</strong> 18 mil em 1897, com as<br />

JORNAL DO COMMERCIO DO RIO DE JANEIRO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!