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PDF - Leitura Gulbenkian - Fundação Calouste Gulbenkian

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haveria quase uma legitimidade original para pensar que o Clássico, mesmo<br />

o Clássico contemporâneo, é aquele que, de alguma maneira, está inscrito<br />

em qualquer coisa que se iniciou na Cultura Clássica Grega e Romana.<br />

Portanto, não seria uma relação abusiva, mas seria uma relação constitutiva.<br />

Os temas das relações pais/filhos, das relações mães/filhos, o tema da relação<br />

do herói, o tema do regresso, da viagem, que posteriormente só vieram<br />

a ser acrescentados, e isto é referido por alguns autores, os temas relativos<br />

ao amor cortês, na Idade Média, e à paixão a partir, em grande parte, de<br />

Shakespeare: a gente pensa em Othello e pensa na paixão e todas as modalidades<br />

da paixão e todos os romances posteriores sobre a paixão terão<br />

a ver ou com Romeu e Julieta ou com Othello ou com as grandes peças de<br />

Shakespeare.<br />

PMP<br />

Olga, desculpe interrompê-la.<br />

Mesmo que, e é importante sublinhá-lo, as pessoas não tenham disso a<br />

menor consciência, é importante sublinhar, não é?<br />

É qualquer coisa que subjaz...<br />

OP<br />

Era aí que eu ia agora chegar.<br />

E porque é que isto acontece? É porque aquilo que os Gregos produziram<br />

não é qualquer coisa que eles poderiam ter produzido ou não. Aquilo que<br />

eles produziram foi a passagem do fundo oral da cultura humana para a<br />

cultura escrita. E este primeiro momento de passagem vai ao encontro de<br />

qualquer coisa que é primordial a todas as culturas e que nós, obviamente,<br />

só conhecemos através da cultura escrita, porque não temos acesso às<br />

culturas orais antigas, senão em casos excepcionais já escritos, obviamente,<br />

ou então que se conservam na memória popular, mas essa é outra<br />

questão.<br />

Agora a segunda coisa que eu queria dizer é que é muito importante para<br />

mim a pergunta o que é?<br />

Aí estou em total desacordo, inclusive com a minha ex-colega de faculdade.<br />

PMP<br />

Sim, porque a Ana Maria Magalhães também é de Filosofia, temos aqui uma<br />

dominância de Filosofia.<br />

OP<br />

Descobrimos hoje que fomos colegas de faculdade. Eu reconheci-lhe a voz,<br />

não pelo nome, não pela figura, mas pela voz.<br />

E a segunda questão é essa, que eu acho, de facto, que é muito importante<br />

a pergunta o que é? Para mim é a pergunta mais importante que há.<br />

Para que serve?, por exemplo, é uma pergunta muito menos interessante.<br />

XVI Encontro de Literatura para Crianças<br />

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