Tecnologia de Alimentos v1 - Ambiente Virtual de Aprendizagem
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fermentação alcoólica e a secundária acética, que permitia obter o vinagre. Também fabricavam queijo<br />
e o pão e sabiam a forma <strong>de</strong> preparar o malte, que, no início, foi usado como adoçante e, mais tar<strong>de</strong>, na<br />
produção <strong>de</strong> cerveja.<br />
Os gregos utilizavam ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos (carnes <strong>de</strong> todos os tipos,<br />
principalmente <strong>de</strong> suíno e aves, peixes e gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos vegetais) e acrescentaram à<br />
dieta novos produtos elaborados em escala como o azeite <strong>de</strong> oliva, que além <strong>de</strong> ser utilizado como<br />
alimento, em ritos religiosos e como cosmético, foi usado como agente conservante, com a finalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> eliminar o ar. Os gregos também conheciam a forma <strong>de</strong> arrefecer líquidos por evaporação em<br />
recipientes <strong>de</strong> barro, embora a prensagem, uma das operações tecnológicas para a extração do azeite,<br />
tenha sido aperfeiçoada pelos romanos.<br />
Sabe-se ainda que os romanos utilizavam recipientes <strong>de</strong> barro para proteger os<br />
alimentos, que praticavam <strong>de</strong> forma regular a salga e a acidificação com vinagre proce<strong>de</strong>nte da<br />
oxidação do álcool, que utilizavam o mel como meio <strong>de</strong> conservação e que <strong>de</strong>ssecavam diversos<br />
alimentos ao sol, salgavam e curavam a carne <strong>de</strong> seus animais domésticos e elaboravam com o peixe<br />
diversos tipos <strong>de</strong> molhos, por salga e adição <strong>de</strong> especiarias.<br />
Mesmo da forma empírica que pu<strong>de</strong>sse ser, curiosamente, também já conheciam e se<br />
precaviam do armazenamento e do uso <strong>de</strong> embalagens elaborados com materiais incompatíveis aos<br />
diversos tipos <strong>de</strong> alimentos que já processavam, como por exemplo, os efeitos <strong>de</strong>sfavoráveis dos metais<br />
na auto-oxidação das gorduras, recomendando não utilizar recipientes metálicos para o<br />
armazenamento do azeite <strong>de</strong> oliva. Existem ainda dados que revelam que os imperadores mandavam<br />
resfriar o vinho e outros alimentos com gelo trazido das montanhas, e também utilizavam bebidas<br />
geladas no verão.<br />
Já a Ida<strong>de</strong> Média representou um longo parêntese no estudo dos novos procedimentos<br />
<strong>de</strong> conservação e processamento <strong>de</strong> alimentos mas sabe-se que as cruzadas possibilitaram a entrada <strong>de</strong><br />
diversas frutas e verduras até então <strong>de</strong>sconhecidas no continente europeu e, na Itália, <strong>de</strong>senvolveram-se<br />
as massas, possivelmente trazidas por Marco Polo <strong>de</strong> suas viagens à China (HAWTHORN, 1983).<br />
A <strong>de</strong>stilação começou a ser utilizada na Itália por volta do ano 1100 <strong>de</strong> nossa era, e sua<br />
prática era normal na Europa do século XIV. O açúcar da cana foi outro produto surgido no Egito e no<br />
Oriente Médio no último período da Ida<strong>de</strong> Média.<br />
Com a <strong>de</strong>scoberta da América, a partir do século XV a dieta do homem europeu sofreu<br />
importante mudança: o tomate, o milho e a batata, principalmente, e com frequentes viagens à Índia e<br />
intensificação do comércio entre os povos, surgiu o uso intenso das especiarias e seus po<strong>de</strong>res <strong>de</strong><br />
conservação e qualida<strong>de</strong>s sensoriais.<br />
E em 1795 surge um importante impacto no plano tecnológico, quando Nícolas<br />
Appert, um confeiteiro frances, conseguiu conservar diversos alimentos ao acondicioná-los em<br />
recipientes lacrados e <strong>de</strong>pois aquecê-los em água fervente, razão pela qual, em 1810, foi contemplado<br />
por Napoleão Bonaparte com um prêmio. Esse procedimento i<strong>de</strong>alizado por Appert permitiu a<br />
conservação dos alimentos <strong>de</strong>stinados às tropas distantes do aprovisionamento, e constituía-se num<br />
dos meios mais eficazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição dos microorganismos dos alimentos, um dos avanços científicos<br />
mais importantes da indústria alimentícia, que originaria a indústria dos enlatados (HAWTHORN,<br />
1983).<br />
A esterilização das latas, em 1860, era feita a 100º C por cinco ou seis em água fervente.<br />
Em 1874, conseguiu-se aumentar a temperatura reduzindo-se o tempo <strong>de</strong> esterilização com a<br />
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