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Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

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viabilizar a oferta de trabalho dos pais, tendo pouca relação com talentos<br />

da criança ou com preferências dos pais por educação. Mesmo<br />

no que diz respeito à qualidade do ensino, a mesma pesquisa revela<br />

que o principal critério para a escolha da instituição educacional é a<br />

proximidade de casa e não a qualidade do ensino. Com respeito à<br />

pré-escola, os resultados obtidos nos trabalhos citados na Tabela 2 são<br />

bastante próximos dos obtidos internacionalmente (BERLINSKI et al.,<br />

2009; BARNETT, 2008), reforçando a impressão de que sejam bastante<br />

próximos do verdadeiro impacto médio na população.<br />

PROBLEMAS DE MENSURAÇÃO<br />

A segunda dificuldade é a medição dos resultados e das características<br />

individuais usadas para tornar comparáveis os grupos de tratamento e<br />

controle. No que diz respeito à validade interna dos resultados obtidos<br />

para o Brasil, o problema de mensuração surge tanto quando se coloca<br />

em xeque a capacidade de um aluno de 4ª série responder fielmente se<br />

frequentou ensino infantil ou não ou ao se estimar o impacto de ter frequentado<br />

creche e pré-escola a partir de dados do Saeb quanto quando<br />

se questiona a qualidade de informações reportadas por adultos sobre<br />

se frequentaram ensino infantil, evento que no caso dos dados da Pesquisa<br />

sobre Padrões de Vida pode ter ocorrido há décadas.<br />

Erros de medida em variáveis explicativas costumam provocar um<br />

viés de impactos medidos a partir de algumas estratégias empíricas<br />

bastante populares em direção a zero em magnitude, que é justamente<br />

o que obtemos no caso dos impactos associados a creches.<br />

No entanto, como mencionado anteriormente, resultados obtidos por<br />

diferentes estratégias e a partir de diferentes bases de dados apontam<br />

para uma conclusão comum de que os impactos de creches são em<br />

geral de pequena magnitude e, frequentemente, estatisticamente insignificantes.<br />

Em particular, o desenho amostral do estudo de Felício<br />

et al. (2009) busca especificamente lidar com o problema, perguntando<br />

aos pais de alunos do 3º ano do ensino fundamental a respeito<br />

da frequência dos mesmos ao ensino infantil. Os autores conseguem<br />

contornar o problema de respostas provenientes de crianças que poderiam<br />

estar insuficientemente informadas e a eventualidade de tais<br />

respostas estarem relacionadas a eventos já distantes no passado. Mesmo<br />

esse estudo obtém impactos insignificantes de ensino infantil em<br />

SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 38-85 | MAIO > AGOSTO 2011<br />

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