26.04.2013 Views

Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Uma possível explicação para isso é de novo a hipótese de que as<br />

creches a que os pobres têm acesso não são da mesma qualidade das<br />

dos ricos, fazendo com que, dadas as opções existentes, prefiram criar<br />

seus filhos em casa.<br />

Caso os impactos sejam efetivamente heterogêneos, o desafio é replicar<br />

os casos bem-sucedidos, e fazer com que se generalizem. Um<br />

primeiro passo nessa direção é identificar e estudar quais são os programas<br />

bem-sucedidos e suas características, e isso deveria ser prioridade,<br />

tanto porque, se não houver tal heterogeneidade e o impacto<br />

for efetivamente nulo, uma mudança na prioridade da expansão da<br />

rede de creches deveria ser considerada, quanto porque, caso a explicação<br />

esteja vinculada à heterogeneidade de impactos, torna-se<br />

urgente oferecer aos menos favorecidos serviços com qualidade compatível<br />

à recebida pelos mais ricos.<br />

O QUE QUEREMOS<br />

A partir de um diagnóstico preciso a respeito das razões para que<br />

até hoje não tenham sido detectados impactos importantes de fre -<br />

quência a creches sobre resultados futuros, é possível saber se há,<br />

dentre as experiências já testadas no Brasil, algumas que funcionem<br />

melhor que outras, e que devem servir de modelo para as creches que<br />

temos. Uma primeira questão relevante, portanto, é saber como usar<br />

da melhor maneira possível os recursos que atualmente já são gastos<br />

com o sistema e em que medida os casos bem-sucedidos devem ser<br />

expandidos para que atinjam seu público-alvo.<br />

Uma segunda questão relevante é saber se há espaço para outros<br />

tipos de intervenção educacional, diferentes do modelo de creches,<br />

que devessem ser implementados, ou oferecer serviços distintos a<br />

crianças que partem de condições iniciais diferentes. Ainda que seja<br />

factível, a partir das respostas dadas à questão anterior, aprimorar<br />

nossas creches de modo a que produzam o maior benefício possível,<br />

resta a dúvida de que seja ou não conveniente fazer investimentos<br />

adicionais e complementares para crianças que vivem em ambientes<br />

familiares vulneráveis ou que apresentam defasagens de desenvolvimento<br />

diagnosticadas. Como foi dito, uma creche que mire seu<br />

foco em uma criança com desenvolvimento regular não necessariamente<br />

produzirá o efeito esperado sobre uma criança defasada,<br />

76 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 38-85 | MAIO > AGOSTO 2011

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!