Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
o nível educacional da mãe (tido aqui como proxy para a qualidade<br />
do ambiente familiar). Interessante notar que nas famílias com mães<br />
pouco educadas, crianças que fizeram creche obtiveram performance<br />
pior do que as que não fizeram, ao passo que o oposto ocorre entre as<br />
mães mais educadas. Há duas formas de analisar esse fato: a) estímulos<br />
recebidos na creche são complementares aos recebidos em casa,<br />
de modo que um mesmo estímulo teria impacto relativamente maior<br />
entre crianças que crescem em ambientes melhores, ou b) os estímulos<br />
recebidos na creche são efetivamente diferentes (e melhores para<br />
filhos de mães mais educadas). Se considerarmos que grande parte da<br />
evidência internacional mostra que são justamente as crianças de famílias<br />
mais vulneráveis as que mais se beneficiam do ensino infantil 14 ,<br />
é improvável que a explicação para o fato apresentado neste gráfico<br />
seja a primeira, sugerindo que heterogeneidade de tratamentos pode<br />
ser um elemento importante omitido das análises disponíveis.<br />
Gráfico 2<br />
Diferencial de notas de matemática entre crianças que fizeram e<br />
não fizeram creche, segundo o nível educacional da mãe<br />
Fonte: Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), 2005.<br />
14 Ver artigos de Lee et al. (1990), Magnusson et al. (2007) e os trabalhos de<br />
Janet Currie e coautores (1995; 1999; 2000; 2002), além do capítulo em<br />
coautoria com Garces no Handbook of Economics of Education v. 2.<br />
68 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 38-85 | MAIO > AGOSTO 2011