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Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

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e, talvez por isso, faz pouco uso de seus recursos humanos e investe<br />

pouco neles. Fingir que não existem talentos é uma forma de mentir<br />

e de não ter que se ocupar nem se preocupar com a questão de<br />

desenvolvê-los (METTRAU, 2000).<br />

Embora haja muita publicação folclórica sobre as grandes descobertas<br />

e os grandes descobridores em todas as áreas, é sabido que muitas<br />

delas, hoje imprescindíveis à vida humana, resultaram da exploração<br />

de ocorrências casuais ou de incidentes aparentemente inesperados<br />

que, aliados à atitude de observação e ao senso de oportunidade,<br />

foram transformados em nova descoberta. Isso não invalida todo o<br />

processo criador até o momento final de seu desdobramento, seu uso<br />

e sua transformação em nova produção ou produto.<br />

Vale ressaltar que há ainda muita desinformação e relativamente<br />

pouca pesquisa sobre o campo de estudos referente à pessoa criadora<br />

e à criatividade. Boa parte da sociedade, ainda nos dias atuais,<br />

apresenta certo temor em relação ao desenvolvimento e ampliação<br />

dos traços criativos, por relacionarem algumas características da criatividade<br />

a doença mental, atos de loucura ou mesmo delinquência.<br />

Quando se pensa ou se escreve sobre essa inadequada correlação,<br />

não se costuma fazer um levantamento da história de vida de cada sujeito,<br />

seus antecedentes familiares etc. Um sujeito que é criativo pode<br />

ter desenvolvido em si ou ter em sua família algum aspecto patológico<br />

que não tem a ver, necessariamente, com sua criatividade ou seu talento.<br />

São situações distintas, embora possíveis, e acarretam alguma<br />

confusão quando obtidas em leituras e informações mais superficiais e<br />

populares sobre a questão.<br />

A criação é uma busca de ordenações e significados, e é no próprio<br />

quotidiano que o homem sente necessidade de ser consciente,<br />

compreender, analisar e ordenar os fenômenos que o rodeiam, avaliando<br />

o sentido das formas por ele ordenadas para comunicar-se com<br />

os outros seres humanos, correspondendo, portanto, a necessidades<br />

existenciais. Assim, o homem não cria só porque gosta ou quer, mas<br />

sobretudo porque precisa, e os processos de criação ocorrem tanto no<br />

âmbito da intuição quanto no pensamento racional.<br />

Usualmente as pessoas consideradas inteligentes e bem-sucedidas<br />

percebem quando o ambiente em que se encontram pode ou não<br />

permitir que aproveitem ao máximo seu talento. Buscam o ambiente<br />

96 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 86-107 | MAIO > AGOSTO 2011

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