professor-leitor: uma história de vida - Programa de Pós-Graduação ...
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abandonei a prática, acreditando que textos eram agora enigmas do tipo <strong>de</strong>cifra-me ou<br />
<strong>de</strong>voro-te. Para quem buscava liberda<strong>de</strong>, aquele era um fardo pesado <strong>de</strong>mais.<br />
Exigiam-me habilida<strong>de</strong>s que eu <strong>de</strong>sconhecia e a maioria dos meus <strong>professor</strong>es<br />
não se dava conta e nem se interessava por isso. Trabalhava em um a agência bancaria e<br />
não tinha a menor idéia <strong>de</strong> on<strong>de</strong> queria chegar.<br />
Terminei a faculda<strong>de</strong> e fui con<strong>vida</strong>do a dar aulas e aí aconteceu a manhã <strong>de</strong><br />
1989. Passei a ser "<strong>professor</strong> <strong>de</strong> português" em busca da Terra Prometida e foi no<br />
trabalho com linguagem que consegui me aproximar do Paraíso, percebendo que todos<br />
temos direito à realização <strong>de</strong> nossas íntimas aspirações, pois tudo é construção e tudo é<br />
linguagem. No simbólico da linguagem é que equilibra e se improvisa o homem, esse<br />
animal terráqueo que <strong>de</strong>senvolveu inteligência e propensão aos <strong>de</strong>sejos.<br />
Fato importante para ter chegado a isso são outras <strong>história</strong>s que se encaixaram<br />
nas outras que já foram contadas, minha <strong>história</strong> com a leitura e a <strong>história</strong> <strong>de</strong> meu avó<br />
que com seus "causos" contados à noite nas varandas das casa nos sítios on<strong>de</strong> moramos<br />
me abria os sentidos para a leitura do mundo que, como sabiamente nos ensina Paulo<br />
Freire, proce<strong>de</strong> a leitura da palavra. Depois na 5 ª série o encontro com a biblioteca e a<br />
partir da 6 ª série até a 8 ª , a <strong>professor</strong>a Leonilda. No segundo grau os livros que li por<br />
conta própria, principalmente Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Jorge Amado.<br />
2. Texto produzido pelo sujeito, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>uma</strong> conversa sobre o tema <strong>de</strong> nossa<br />
pesquisa. O texto abaixo está ipsis litteris, digitado pelo <strong>professor</strong> Joaquim,<br />
num momento <strong>de</strong> “inspiração”. O dia era 22/09/2000.<br />
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