professor-leitor: uma história de vida - Programa de Pós-Graduação ...
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como aquilo...acho que também foi i<strong>de</strong>ntificação com o personagem... foi <strong>uma</strong> leitura<br />
marcante.<br />
...<br />
S: O meu avô estimulava a gente a contar historias então várias vezes a gente sentava e<br />
ele falava pra gente contar <strong>uma</strong> <strong>história</strong> e essa coisa <strong>de</strong> invenção, ele embarcava nessas<br />
questões também dava <strong>uma</strong> ajuda e tudo mais, mas era muito mais comum ele contar<br />
<strong>história</strong>s do que a gente contar <strong>história</strong>s pra ele, mas <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> fatos assim, ele era um<br />
gran<strong>de</strong> estimulador disso e aí quando eu tive acesso a livros eu pensava em ler essas<br />
<strong>história</strong>s para <strong>de</strong>pois contar pra ele, fazia quando pu<strong>de</strong>sse, <strong>de</strong>pois contei alg<strong>uma</strong>s<br />
também, várias assim, quando ele morava com o meu pai e aí chegava porque na 5 a .<br />
série a gente já estudava fora, já não tava morando em casa mais e estudamos um tempo<br />
assim, então a gente se encontrava no final <strong>de</strong> semana ou coisa parecida e daí você sabe,<br />
criança e esse tipo <strong>de</strong> coisa, o contato acabava não sendo freqüente mas me lembro <strong>de</strong><br />
vezes que ele fez isso foi bastante interessante e ele foi bastante marcante nessa questão<br />
<strong>de</strong> selecionar o 1 o . livro... mas não sei se ele me estimulou a isso, <strong>de</strong> <strong>uma</strong> certa forma<br />
sim... porque acabei lendo até como <strong>uma</strong> tarefa <strong>de</strong> certa forma para contar <strong>uma</strong> <strong>história</strong><br />
para ele. E <strong>uma</strong> coisa que era muito interessante era <strong>de</strong>spertar todos os sentidos, assim,<br />
sons, gosto, tato, por exemplo “e era <strong>uma</strong> noite fria...” e aquele frio que ele falava, a<br />
própria maneira como ele instigava a palavra era sugestivo, pra gente que era criança e<br />
não tinha televisão e que não tinha luz elétrica e que era obrigado, pelo menos eu acho<br />
que essa é <strong>uma</strong> questão engraçada, porque a figura <strong>de</strong>le, porque essa questão do conto<br />
<strong>de</strong> fada aconteceu mais comigo e com a minha irmã mais velha, enten<strong>de</strong>u?... é <strong>uma</strong><br />
situação acho que <strong>de</strong> <strong>uma</strong> certa forma, como é que eu po<strong>de</strong>ria dizer... acho que eu perdi<br />
a linha <strong>de</strong> pensamento. O meu avó, ele era ligado a questões artísticas, o gran<strong>de</strong> sonho<br />
<strong>de</strong>le era ter sido violeiro, montar dupla caipira, essas coisas e fazer sucesso, mas ele era<br />
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