UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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CAPÍTULO III: O MOVIMENTO FEMINISTA E O SUFRÁGIO UNIVERSAL.<br />
1.1 O FEMINISMO E O MOVIMENTO SUFRAGISTA NO BRASIL<br />
As manifestações feministas por parte das brasileiras deram-se de<br />
forma esparsa. Durante o século XIX, várias mulheres, em diferentes regiões do país,<br />
mostraram-se insatisfeitas com a sua situação na sociedade brasileira e buscaram<br />
principalmente por meio da imprensa reivindicar seus direitos. Já na primeira metade do<br />
século XIX, temos o exemplo de Nísia Floresta 152 que, de forma isolada, procurou<br />
combater as limitações a que as mulheres eram submetidas no Brasil. Nísia era<br />
abolicionista, republicana e feminista, o que para sua época era uma exceção. Morou<br />
por vários anos na Europa o que lhe permitiu conhecer vários intelectuais como, por<br />
exemplo, Auguste Comte, de quem se tornou grande admiradora. Como escritora<br />
realizou uma tradução livre de Vindication of the Rigths of Women de Mary<br />
Wollstonecraf sob o titulo Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens além de publicar<br />
outras obras. Sua maior contribuição talvez tenha sido como professora e defensora da<br />
educação feminina. Nísia denunciava a ignorância em que se mantinham as meninas e<br />
protestava contra a sua condição de dependência em relação aos homens. Era uma<br />
educadora combativa: fundou e dirigiu colégios femininos e por meio deles punha em<br />
prática suas idéias em defesa da emancipação feminina.<br />
Nas últimas décadas do século XIX, como vimos, algumas mulheres<br />
criaram jornais, publicaram artigos e livros sob a temática da emancipação feminina.<br />
Num primeiro momento, elas procuravam levar para a imprensa a necessidade de<br />
tornar a mulher brasileira intelectualmente capacitada. Para isso defenderam<br />
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