UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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em mito. Segundo a autora “a imprensa feminina é duplamente mítica. Primeiro, porque<br />
apresenta diversos conteúdos, senão todos, de forma mítica. Segundo, porque o<br />
conteúdo que a identifica mais perto do seu público – isto é, a representação<br />
subjacente do feminino – aparece sempre como mito” 79 . Não concordamos que esta<br />
categorização seja válida para a imprensa feminina como um todo. Publicações como O<br />
Sexo Feminino e a Voz Feminina conforme mostraremos adiante, foram periódicos que<br />
buscaram fugir desta padronização e mereceram destaque em nossa pesquisa<br />
justamente por apresentarem tais características.<br />
A imprensa feminina surgiu em meados do século XIX no Brasil, já<br />
contando com importantíssimas contribuições femininas tanto na escrita de artigos<br />
como na produção editorial. A maior parte, porém, dos periódicos destinados ao público<br />
feminino era escrito por homens. Muitos destes periódicos durariam décadas e outros,<br />
apenas algumas semanas. Os jornais escritos por homens seguiam uma linha mais<br />
conservadora. Segundo BUITONI 80 , algumas leitoras achavam esses jornais menos<br />
desafiadores ou embaraçosos e mais agradáveis que os jornais feministas uma vez que<br />
os mesmos não as comprometiam socialmente. As primeiras mulheres que organizaram<br />
jornais femininos no Brasil inspiraram-se no modelo francês. Os jornais considerados<br />
feministas eram redigidos por mulheres e reservavam grande parte de seu espaço para<br />
viabilizar suas reivindicações. No século XIX, a grande bandeira levantada por estes<br />
jornais foi o direito a um maior e melhor acesso à educação. Neste momento, a<br />
educação era considerada o passaporte para a emancipação feminina. Já no século<br />
78 BUITONI, op.cit.<br />
79 Ibidem, p.06.<br />
80 Ibidem.<br />
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