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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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domésticas e educada o necessário para ser uma boa esposa e criar bem os filhos e<br />

não demonstrar interesses por assuntos políticos. Porém, as constantes críticas ao<br />

afastamento das mulheres deste tipo ideal, revelaram-nos que algumas não mais<br />

aceitavam esta imagem e reivindicavam por mudanças. As representações da mulher<br />

na imprensa geralmente não faziam referência à mulher que se via, mas àquela que se<br />

queria ver.<br />

As críticas relacionadas com o novo modo de agir e de pensar das<br />

mulheres aumentavam ainda mais quando as idéias feministas e sufragistas se<br />

espalharam entre as mulheres de elite e atingiram a imprensa. A organização das<br />

mulheres em torno do movimento sufragista foi considerada pelos mais conservadores<br />

como uma depravação dos costumes e da sociedade. Na tentativa de impedir os<br />

avanços das propostas sufragistas, muitos procuraram associar a imagem da mulher<br />

feminista a estereótipos masculinos. A mulher era acusada de renegar a sua<br />

feminilidade, sua função de esposa e de mãe ao requerer direitos concedidos apenas<br />

aos homens, como por exemplo, o exercício de profissões de maior status como o<br />

direito e a medicina e o direito ao voto. Mas, mesmo diante de forte oposição, as<br />

brasileiras, em particular as mineiras, organizaram-se em torno do movimento sufragista<br />

e reivindicaram por direitos até então negados a elas.<br />

Antes mesmo de Bertha Lutz propor a realização de uma campanha<br />

organizada, muitas mulheres mineiras lutaram sozinhas pelo voto, mas nada<br />

conseguiram. Cada vez mais conscientes da sua importância na sociedade, algumas<br />

mulheres fundaram jornais para neles reivindicar a emancipação do sexo feminino. O<br />

jornal Voz Feminina nos primeiros anos do século XX era uma publicação que se<br />

dedicava a esse propósito e apesar da pequena duração, tornou-se uma evidência do<br />

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