UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

evolucionário, que ia contra as leis de Deus, que visava à destruição da família e dos
bons costumes, chamado de mau feminismo, era uma abominação para as sufragistas
brasileiras. Como vimos, elas contaram com o apoio de parcela da sociedade
justamente por sempre deixar claro seu distanciamento deste tipo de feminismo.
Optamos - mesmo que de forma sucinta – por apresentar o feminismo anti-sufragista de
Maria Lacerda porque ela representava uma face feminista que era considerada como
imoral, uma vez que rompia com todas normas sociais morais e religiosas tão
reverenciadas pelas mulheres fossem feministas ou não. Por atacar diretamente a
Igreja Católica e o Estado, suas idéias por muitas décadas ficaram silenciadas e só
vieram a ser resgatadas na segunda onda do feminismo no Brasil já nas décadas de
1970 e 1980.
1.2.3 A conquista do voto feminino no Brasil e as repercussões na imprensa
mineira.
Ainda que houvesse reivindicações pelo direito de voto pelas mulheres
desde os últimos anos do Império, a ação em conjunto em busca desde fim concentrou-
se na década de 20. Para atingir seus objetivos, as sufragistas tiveram como estratégia
influenciar os líderes políticos do país e a opinião pública, principalmente por meio das
relações pessoais dentro dos círculos do governo e da imprensa. Nesta última,
concediam entrevistas, publicavam artigos e divulgavam suas atividades numa tentativa
de convencer mulheres e homens a defenderem o sufrágio feminino.
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