UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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129<br />
reina sobre o segundo. Os homens são os soberanos; a mulher continua a ser<br />
subdita. Não queiramos entretanto antecipar os factos : preparemos-lhes o<br />
caminho e deixemos que le monde marche. C. 189<br />
O jornal Voz Feminina surgiu num momento em que o Brasil enfrentava<br />
uma situação política instável: a embrionária República brasileira se organizava e,<br />
conceitos fundamentais para a consolidação da nova ordem como o de liberdade e de<br />
democracia eram entendidos de foram parcial pelas leis brasileiras, uma vez que elas<br />
excluíam grupos sociais destituídos de poder político e econômico como homens<br />
pobres e mulheres de modo geral. As feministas de Diamantina como vimos no excerto<br />
acima, procuravam chamar a atenção de seus leitores para esta situação excludente<br />
vividas pelas mulheres e para a necessidade de se corrigir esta condição para que a<br />
democracia se legitimasse de fato.<br />
A imprensa era realmente a principal arma das feministas do período.<br />
Jornais como o Voz Feminina foram utilizados como meio de se conscientizar as<br />
mulheres da necessidade de questionar sua condição social assim como possibilitaram<br />
àquelas que se sentiam inferiorizadas socialmente mostrar a sua insatisfação e<br />
reivindicar mudanças. Em relação aos documentos aqui analisados, percebemos que<br />
algumas mulheres em Minas Gerais, não só tinham consciência de sua situação de<br />
inferioridade como também deram voz para a sua insatisfação usando direta ou<br />
indiretamente da imprensa para atingir seus fins.<br />
189 Ibidem.<br />
Quando nesse dia ousamos iniciar a defesa de nossos justos direitos, já<br />
tínhamos bastante convicção de nossas idéias para não tremermos das mil<br />
dificuldades com que sabíamos havíamos de lutar, defendendo-as pela<br />
imprensa [...] queremos agora tanto como sempre, defender, pelo único meio<br />
que nos é permitido, a grande causa do feminismo. A lembrança de que<br />
erguemos um protesto contra o erro social que nos torna inferiores aos homens,<br />
exalta-nos algum tanto. Não esperamos vencer, mas desejamos lutar, e como o