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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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do capitalismo, segundo o autor surgiu um novo tipo de esfera pública, graças à<br />

diferenciação entre Estado e sociedade. O estado em si mesmo seria uma primeira<br />

esfera pública, no sentido moderno do termo, mas a classe burguesa teria constituído<br />

uma outra área de atuação pública para evitar a intervenção do Estado nos seus<br />

negócios privados.<br />

A partir do século XVIII, com a revolução industrial, consolidou-se a<br />

separação entre as atividades que garantiriam o sustento familiar e a esfera doméstica.<br />

Este processo gerava uma definição dos papéis do homem e da mulher. As funções<br />

eram categoricamente determinadas: ao homem caberia a responsabilidade do trabalho<br />

nas fábricas, escritórios, lojas. Sua identidade social ligava-se diretamente ao papel de<br />

chefe da família. A ela competia a função de organizar o lar: cuidar dos filhos, do<br />

marido, dar ordens à criadagem. Sua posição dentro da família era principalmente a de<br />

procriar, de ser mãe. A mulher ganhava em definitivo o título de rainha do lar 112 .<br />

No momento que Estado e sociedade se interpenetravam, a família<br />

entendida como espaço íntimo, separava-se cada vez mais do espaço público, das<br />

relações de trabalho e de lazer. Com isto o espaço familiar, ou seja, o local de convívio<br />

permanente para o homem, a mulher, as crianças e empregados tornavam-se cada vez<br />

menor. O maior espaço das casas ficava destinado ao salão; espaço de interação<br />

social, diga-se de passagem, interação social restrita a amigos da família. Nestes<br />

salões eram freqüentes os saraus literários, momento em que as pessoas se reuniam<br />

para debater diferentes leituras.<br />

112<br />

QUINTANEIRO, T. Retratos de mulher: o cotidiano feminino no Brasil sob o olhar dos viajantes do<br />

século XIX. Petrópolis: Vozes, 1996.<br />

74

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