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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...

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vezes, contrária ao voto feminino. O Sexo Feminino, por exemplo, embora não tenha<br />

advogado de início o direito ao voto pelas mulheres, mostrava simpatia pela proposta e<br />

expressou esperança por sua obtenção no Brasil. Este periódico vanguardista em suas<br />

proposições via poucos benefícios no voto feminino, dado que naquele momento eram<br />

poucos os homens que votavam no país. Contudo, mesmo não sendo um objetivo<br />

imediato, Francisca Senhorinha via o sufrágio feminino como uma extensão lógica dos<br />

direitos da mulher.<br />

Para HAHNER 153 , a agitação republicana e a sua conseqüente<br />

proclamação deram argumentos a mais em favor do sufrágio e fortaleceu ainda mais o<br />

seu desejo por direitos políticos. Ainda segundo a autora, “com a extensão do voto, em<br />

teoria, a todos os homens alfabetizados, a questão do sufrágio pôde tornar-se um<br />

tópico mais vital para as feministas cultas que experimentavam um sentimento de<br />

frustração e privação política 154 ”. Este novo desejo pode ser evidenciado, por exemplo,<br />

por Francisca Senhorinha que muda o título de seu jornal de O Sexo Feminino para O<br />

Quinze de Novembro do Sexo Feminino mostrando sua determinação em ampliar a<br />

emancipação feminina. A ênfase na defesa da instrução plena para que ela<br />

desempenhasse melhor sua função de mãe e esposa na sociedade dava lugar ao<br />

discurso que reivindicava a total liberdade e igualdade de direitos, incluindo aí o direito<br />

ao voto.<br />

110<br />

[...] desejamos que a mulher tenha plena consciencia do que cale e do póde<br />

valer pela sua plástica, tanto como pela sua belleza moral e esplendor de seu<br />

gênio. Desejamos que os Senhores do sexo forte saiba que se nos podem<br />

mandar, em suas leis, subir ao Cadafalso, mesmo pelas idéas políticas que<br />

tivemos, como já o fizeram as desditosas Rolan, Charllotte Corday e tantas<br />

153<br />

HAHNER, June E. A MULHER BRASILEIRA - e suas lutas sociais e políticas: 1850 –1937. São Paulo:<br />

Brasiliense, 1980.<br />

154<br />

Ibidem, p.80.

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